ANIVERSÁRIO DE 56 ANOS DE CASADOS
Ele,
Joaquim Ferreira da Silva, meu querido pai, conhecido por todos pelo apelido de
"Joaci", 76 anos de idade. Nascido na cidade de Rosário, estado do
Ceará. Chegou a Pedreiras em cima de animal, ainda menino, fugindo da seca, da
fome e da miséria que assolou a região do Cariri, naquele período de vida
difícil. Aqui em Pedreiras teve a sorte de ser quase que adotado pelas famílias
do industrial Zinô Caldeira e João Chaves, onde passou um bom tempo de sua adolescência, que abriram as portas para meu pai
ter vida e dignidade de ser humano. Aprendeu a profissão de Maquinista de Usina
de pilar arroz. Nunca matou. Nunca roubou. Nunca desferiu qualquer tipo de
lesão a quem quer que seja. Nunca soube de uma briga ou confusão do meu pai.
Nunca vi cobrador na sua porta. Nunca o vi mentindo. Trabalhou a vida inteira,
dia e noite, ganhando apenas um salário mínimo para manter a família e ostentar a cidade de Pedreiras, no passado, como a maior
produtora de arroz. O arroz que ele pilou nas diversas usinas que trabalhou era exportado para todo o Brasil.
Em 24
de dezembro de 1960 casou-se com a senhora Angelita de Morais e Silva, minha
mãe, 74 anos, natural de Bernardo do Mearim, e aqui também chegou menina quando
meus avós resolveram morar em Pedreiras. Antes de se casar com meu pai foi empregada nas cozinhas dos ricos daquela época. Quando estávamos almoçando juntos hoje, ela me disse que trabalhou na casa dos pais do Zé Cirilo, apresentador da TV Difusora de São Luís. Sempre foi uma mulher do lar. Essa é
uma heroína. Fez de tudo para nos educar, eu e minha irmã Joselita. De tudo passamos
na vida, mas nunca perdemos a nossa dignidade. Tudo isso serviu para consolidar
as nossas raízes no amor, no perdão e no trabalho. A única mulher no mundo que para não ver os filhos passarem fome, do nada, como um milagre, ela improvisava um café da manhã, um almoço e um jantar. A eles, as homenagens dos
filhos Joaquim Filho e Joselita, do genro Antônio e da nora Deusa Helena, dos
netos Milena, Eliakin, Joana, Wellington e Thamiles e ainda do bisneto
Ryan.
Quando eu era menino morria de medo de duas coisas: meus pais se separarem ou morrerem. Nossa, como eu tinha medo de acontecer uma dessas duas tragédias em minha vida. De uma coisa eu tenho certeza: eles irão morrer, mas a morte não separa pessoas que se amam de verdade. Quando eles partirem, ou quem sabe um de nós dos filhos pode ir primeiro, ficará a certeza de que eles cumpriram a missão. Se houver choro, que vai haver, vai ser de saudade e não de remorso por termos deixado de fazer as nossas obrigações e cumprir os seus ensinamentos.
Que os anjos protejam o meu paizinho e a minha mãezinha que Deus me deu. Parabéns aos dois e muitas felicidades nesse dia de festa dupla.
Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atentoAntes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se encante mais meu pensamento.Quero vivê-lo em cada vão momentoE em seu louvor hei de espalhar meu cantoE rir meu riso e derramar meu prantoAo seu pesar ou seu contentamentoE assim, quando mais tarde me procureQuem sabe a morte, angústia de quem viveQuem sabe a solidão, fim de quem amaEu possa me dizer do amor (que tive):Que não seja imortal, posto que é chamaMas que seja infinito enquanto dure.
Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.
Parabéns meus amores que Deus lhes dê muita saúde e paz.
ResponderExcluirParabéns ao casal muitas felicidades que o senhor continue abençoando vocês que essa data se repita por longos anos muita saúde ,muita paz e um feliz natal cheio de amor e prosperidade um abraço! !!
ResponderExcluirBonita história de vida, trabalho e amor. Gostei muito do exemplo de vida dos teus país Joaquim.
ResponderExcluirObrigado, meu nobre amigo blogueiro Carlinhos Filho
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