Pedreiras é berço de muitos artistas e poetas.
Nossa historia e nossas riquezas materiais e imateriais alimentam o despertar
poético e fazem surgir versos, prosas, estrofes, cantos, quadros e pinturas de
tamanha magnitude que dão aos leitores, amantes e apreciadores da boa literatura,
cultura e arte satisfação e orgulho por ter tão perto, mas que por vezes parece
tão longe, fontes de cultura, literatura e arte. Existem... Mas onde elas
estão?
(Acervo biblioteca do blog Joaquim Filho/Foto: JF) |
Parece
meio redundante a frase "tão perto, mas por vezes tão
longe", contudo, expressa uma realidade pura e "trágica" que é vivida por
todo cidadão pedreirense. O leitor pode então, nas letras deste artigo,
indagar: "Mas, que tragédia estaria
a ocorrer?". Segundo o dicionário informal online, acessado em
25/06/2017, as 12h58, Tragédia é uma palavra que pode ser definida como um fato
real que aconteceu ou que irá acontecer, a qual é muito ruim e que nunca será
esquecida.
Nossos
autores, escritores e poetas veem suas obras se "perderem" no tempo por poucas ou inaplicabilidade de
politica pública que valorize a arte, literatura e poesia local.
Qual
então seria o caminho por onde essas obras trilhariam para serem
verdadeiramente presentes na mente, no cotidiano e no contexto literário do
nosso povo? Digo que a porta de entrada para este caminho é a escola, onde os
saberes são compartilhados. Como professor da rede pública de ensino já fui
procurado por outros colegas em busca de obras pedreirenses para trabalharem em
sala de aula, por vezes também tive que recorrer a outros colegas ou mesmo nas
fontes de onde nasceram as obras, ou seja, os próprios autores, para obter
literaturas para usá-las em sala de aula.
Nem mesmo em nossas escolas se encontram
exemplares em numero considerável de literaturas locais para uso em sala de
aula. Chegamos, portanto, no ponto principal de reflexão deste artigo. Que
políticas governamentais já foram adotadas nos últimos anos para fomentar o uso
de obras literárias locais em sala de aula? Quantas leis foram votadas e/ou
aprovadas na Câmara de Vereadores de Pedreiras nas ultimas décadas para
valorizar, fomentar ou despertar o interesse dos nossos alunos no estudo de
literaturas pedreirenses?
Será
se os projetos executados no ambiente escolar têm contemplado as literaturas
locais? Que medidas, politicas ou ações têm sido desenvolvidas nas ultimas
décadas para que essa realidade mude? É ou não um motivo de reflexão por parte
de todos os que exercem poder politico para transformar a situação? Quantos poetas
ou escritores por não terem verdadeiramente suas obras reconhecidas em sua
própria terra têm que "passar o
pires" para conseguir uns trocados para lançar sua próxima obra? É ou
não uma tragédia? Riquezas materiais e imateriais sendo esquecidas.
E se essas obras fossem adquiridas anualmente
pelo poder publico e doadas aos docentes das escolas publicas? Bem, aí temos
uma possível solução que além de fomentar a leitura de literaturas locais, não
somente pelos discentes, mas pelos docentes, investe nos autores proporcionando
a estes condições de novas obras e novos projetos, além de ser um aquecimento
econômico com recursos girando no próprio município.
Por
três ocasiões, apenas no primeiro semestre fiz uso de literaturas, obras e/ou
projetos que envolveram literaturas pedreirenses das quais cito os autores
Samuel Barreto, Filemon Krause e Emanuel Nascimento. Para tanto, temos que recorrer
aos próprios autores para obter as obras.
Que fique essa reflexão a todos quantos possuem
condições para transformarem essa realidade de forma que nossos filhos cresçam
lendo obras literárias locais, com o privilegio de poder, além de ler, ouvir da
boca dos próprios autores, suas histórias que também são as nossas histórias.
MARCUS
PERIKS BARBOSA KRAUSE
Licenciado
em Letras pela Faculdade de Educação São Francisco-FAESF. Especialista
em Língua Portuguesa com Ênfase em Gramática pela Flated
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