POR ONDE ANDAM E O QUE ESTÃO FAZENDO OS MEUS EX-ALUNOS?

MARIA ANTÔNIA DE SOUSA TEM UM SONHO: ELA QUER CONTINUAR SEUS ESTUDOS E SE FORMAR EM SERVIÇO SOCIAL 

(Maria Antônia de Sousa, vendedora de lanche em frente ao Hospital Geral de Pedreiras-MA/Foto: Joaquim Filho)

Sempre que eu entro em uma sala de aula para realizar o meu abençoado ofício, o magistério de transmitir aulas, independente da disciplina que seja, tenho o costume de fazer a seguinte reflexão e perguntado para mim mesmo: "Qual o futuro desses alunos? O que lhes espera a vida lá na frente? Vão continuar com os seus estudos até um curso superior, mestrado, doutorado ou vão desistir e aumentar as estatísticas da evasão escolar nos quadros da Educação do Brasil? São questionamentos que só o tempo vai me respondendo, inclusive, quando esses ex-alunos continuam morando na cidade e que os vemos no nosso dia a dia. 

(Foto: Joaquim Filho)

Há dias que ao passar em frente ao Hospital Geral de Pedreiras, localizado na Avenida Rio Branco, percebi uma jovem vendendo lanches e algo me disse de imediato que aquele rosto não me era estranho, que eu já havia visto aquela moça em algum lugar. Então, me aproximei e disse a ela que a conhecia de algum lugar. Ela sorriu e disse-me que tinha sido minha aluna na Unidade de Ensino Zeca Branco. Foi aí que lembrei, que realmente no ano de 2011, eu fui professor de Língua Portuguesa no colégio Zeca Branco, para alunos do ensino médio nível-II. 

(Unidade de Ensino Zeca Branco/Foto: Carlinhos Filho)

Maria Antônia de Sousa, 20 anos de idade, ex-aluna do colégio Zeca Branco, também minha ex-aluna com muito orgulho, lembro que ela era uma ótima aluna, participativa e de um comportamento invejável em relação aos demais, atualmente mora na Rua da Corrente, nº 688 no bairro do Diogo, Pedreiras-MA. Segundo Maria Antônia, ela está há um mês vendendo lanche em frente ao Hospital Geral de Pedreiras, que terminou o ensino médio em 2016, gostaria muito de poder dar continuidade aos seus estudos, quer fazer um curso superior de Serviço Social, mas devido a sua condição financeira ainda não pode realizar o seu sonho. 

"Professor, eu estou vendendo lanche aqui na porta do Hospital Geral porque o senhor sabe que não tem emprego, é muito difícil a gente que não tem conhecimento com alguém arrumar um emprego. É daqui que eu ganho um pouco para sustentar a minha família. Hoje eu sou casada e tenho que trabalhar. Sobre o senhor perguntar o porque eu não estou estudando, é a condição financeira. Eu não tenho condições de pagar um curso superior. Bem que eu tenho um sonho de fazer Serviço Social, mas é muito difícil."

(Foto Ilustrativa Google Imagem)

Diante da realidade da jovem vendedora de lanche Maria Antônia e de muitos jovens que gostariam de dar continuidade aos seus estudos, a pergunta que o blog do Joaquim Filho deixa é a seguinte: O que tem a dizer os donos de Faculdade da nossa região sobre os programas de inclusão social no tocante a bolsas de estudos para pessoas que se enquadram nesse contexto social econômico? Lançada a pergunta, nós vamos ficar aguardando um contato e, na medida do possível, o blog vai fazer canal com a Instituição de Ensino Superior no sentido de dar o primeiro passo na realização do sonho da jovem Maria Antônia. Não há nenhum problema a pessoa ser vendedora de lanche ou de qualquer que seja o produto. Ninguém está fazendo da moça de coitadinha ou vítima de um sistema capitalista econômico, o foco aqui é mostrar que independente do que você faça para sobreviver, todos têm um sonho de uma vida melhor.