sábado, 20 de janeiro de 2018

Sessão Foto-Linguagem de Aniversário

Maria Beatriz da Conceição: 103 anos de vida com muita saúde, lucidez e muita disposição!
(Maria Beatriz da Conceição - "Beata" - completando hoje 103 anos de idade/Foto: Joaquim Filho, em 20.01.2018, às 10h)
Hoje, dia 20 de janeiro de 2018, depois que encerramos o programa de rádio "Canto da Princesa", apresentado todos os sábados na Rádio FM Cidade de Pedreiras, das 8 às 9h, Deus nos deu uma missão muito especial, e somos muito grato a Ele por essa oportunidade ímpar na nossa vida. Amamos o que eu fazemos: matéria de cunho social com pessoas simples e que vivem no anonimato.
(Foto: Emanuela, neta de Dona "Beata")
Então, fomos nesse sábado nublado e de chuva fina, visitar uma senhora por nome de Maria Beatriz da Conceição, que pasmem, hoje está completando 103 anos de vida. Saímos em busca do endereço: Rua São José, nº 8, bairro Monte Cristo, Trizidela do Vale, perto da Caema. Ao localizar o endereço, sabe quem veio nos atender, abrir o portão para nós entrarmos? Ela mesma, a Dona Maria Beatriz da Conceição, conhecida carinhosamente por "Beata", a quem a partir de agora, nessa matéria, nós iremos nos referir a ela somente pelo codinome. 
(Foto: Joaquim Filho)

Juramos que pela quantidade de anos (103), iríamos encontrar uma pobre velhinha deitada em uma rede ou uma cama, sem consciência e sem condições de nos atender para uma conversa. Enganamo-nos redondamente. Dona "Beata" com 103 anos está esbanjando saúde, senso de humor agradável, conversa aprumada, reminiscências sobre o passado da sua vida à flor da pele. 

Sentados lado a lado, assim, ela nos contou um pouco sobre a sua vida!

"Então, meu filho, você que é o Joaquim Filho? A minha filha e meus netos falam muito em você. Agora chegou a oportunidade de lhe conhecer de perto. Eu me chamo Maria Beatriz da Conceição, mas ninguém me chama pelo meu nome mesmo, só de "Beata". Eu morei muitos anos lá no Santo Antônio dos Oliveiras e lá todo mundo só me conhece por esse apelido. Eu nasci em Brejo Santo, estado do Ceará no dia 20 de janeiro de 1915 e hoje estou completando 103 anos de vida. Já vivi muito, não foi? O nome do meu pai era Pedro Zuza e minha mãe Maria Ana da Conceição. A gente era 5 (cinco) irmãos, mas só eu estou viva. Quando meus pais vieram embora do Ceará para o Maranhão, eu era muito pequena. Primeiro nós passamos uns meses em Teresina/PI, perambulando elas ruas e pedindo esmolas para poder chegar até aqui em Pedreiras-MA que era a nossa vontade. Meu pai ganhava a vida tratando de doentes, curando feridas, ele era curandeiro. Naquela época era muito difícil a gente vê um médico, então, ele tratava das pessoas e as pessoas pagava ele. Já a minha mãe fazia renda, almofadas e vendia para as pessoas. Minha mãe morreu muito nova, só tinha 50 anos..."

(Casal Maria Beatriz "Beata" e Antônio de Sá Holanda/Foto: Joaquim Filho)

"...O nome do meu esposo era Antônio de Sá Holanda, ele era da cidade de São João dos Patos-MA, mas eu conheci ele aqui mesmo em Pedreiras, no bairro Santo Antônio dos Oliveiras. Ele trabalhou por muitos anos na fábrica do Sabão Garoto, na época que sabão era feito de forma artesanal, não tinha máquina como hoje. Tivemos os filhos Antônio Holanda Filho, Maria de Fátima, Maria das Dores (essa foi embora com 11 anos de idade e nunca mais deu notícia) e Maria da Conceição..."

Perguntamos qual o segredo para tanta longevidade
 (Emanuela (neta) e "Beata"/Foto: Joaquim Filho)

Dona "Beata" nos respondeu que muitas coisas que ofendem a saúde, ela não come e nem bebe, por exemplo, ela não come manteiga e nem bebe refrigerante. Embora tenha tido uma infância marcada pelo sofrimento de pobreza, miséria e fome, com a graça de Deus sempre teve uma boa saúde, e com 103 anos de idade não sente uma dor no dedo. 

Disse-nos que quando chegou a Pedreiras a cidade era muito pequena, tinha mais mato do que gente e casa. Existia uma ponte de madeira para a gente atravessar e que era pago, a gente pagava 5 tostão. Disse que ajudou a construir a Igreja de São Benedito: "A gente quando ia assistir a missa levava tijolos e depois ia ajudar na construção, todo mundo na cidade unido construindo aquela igreja." 

A mulher centenária de Trizidela do Vale já foi babá do ex-governador, o saudoso Jackson Lago
"... Eu quando era mocinha trabalhei muito nas casas de família rica em Pedreiras, eu cozinhava, limpava a casa e ainda cuidava dos filhos do dono da casa. Eu fui babá do doutor Jackson Lago e da Lucimary Braúna. Quando o doutor Jackson Lago era governador, eu tinha muita vontade de falar com ele, de me encontrar com ele, dar um abraço nele e dizer que eu cuidei dele quando ele era criança. Mas nunca pude fazer isso, não tive esse sonho realizado. Ele era um homem muito bom. Tenho orgulho de ter cuidado dele quando criança."
    

Hoje nós ganhamos o dia. Foi uma benção conhecer pessoalmente a Dona "Beata". Ela é uma mulher sábia. É uma santa. Sofreu muito na vida. Passou por momentos na vida que nós não vamos relatar porque já ficou para trás. Hoje ela tem uma família, filha, netos e bisnetos que cuidam muito bem dela. Pudemos perceber o local que ela vive, e temos certeza que ela chegou aos seus 103 anos muito mais feliz quando tinha 50, enfim. Parabéns, Dona "Beata"! A senhora ganhou um amigo e um fã: eu. Deus lhe abençoe, sempre! Amém! 
























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