Coluna do Nilton Lee
Estamos em um ano
eleitoral, coincidente com a Copa do Mundo da FIFA. Tanto as eleições de
presidente, senadores, deputados federais, governadores e deputados estaduais
no Brasil, quanto a maior competição de futebol do Mundo, acontecem de quatro
em quatro anos.
Por um lado, a plástica, a
beleza das jogadas, a paixão dos torcedores e o espírito patriótico reinam no
redondíssimo mundo da bola. Enfeitamos as ruas, vestimos a camisa canarinho de
marca oficial ou improvisada nas lojas de 10 reais; cantamos de novo o Hino
Nacional com o peito cheio de orgulho, gritamos a cada perigo de gol, ou gol de
fato, reunimos amigos e fazemos churrascos e depois saímos às ruas para
comemorar cada vitória como se fosse a final em que nos sagramos campeões,
mesmo que sejam ainda jogos classificatórios. É festa!!!
Por outro lado, os
discursos de melhores dias, mudanças ou permanência de governo; a paixão dos
eleitores e o espírito democrático no, nem muito redondo assim, mundo da
política. Enfeitamos os muros, vestimos a camisa (agora não permitida, mas
sempre dá-se um jeitinho); cantamos os jingles dos candidatos; discutimos
profundamente os rumos políticos nas calçadas; reunimos amigos, fazemos caminhadas,
passeatas, carreatas a cada comício,
como se fosse o resultado final. É festa!!!
Na bola, já amargamos 7X1
para a Alemanha em 2014, mas já comemoramos a desgraça dos nossos algozes
alemães e de quebra dos “hermanos” argentinos, espanhóis e de tantos que já
ficaram para trás nessa Copa do Mundo de 2018. E seguimos em frente... até
quando? Que sejamos campeões. E a festa vai rolar!!!
Na política, as coisas são
assim, digamos, diferentes, apesar de algumas semelhanças. Em 2014 só no
município de Pedreiras, por exemplo, 204 candidatos a deputados estaduais
receberam voto nas urnas desta Zona Eleitoral. Destes alguns foram eleitos,
outros não e outros tantos sequer fizeram campanha, apenas registraram
candidaturas. Mais de 200 nomes votados apenas para o cargo de deputado
estadual. Apenas em Pedreiras.
Quantos deles, eleitos ou
não, retornaram a Pedreiras depois de 2014? Agora em 2018, os candidatos “Copa
do Mundo” retornarão. Virão de novo amigos, simpáticos, afáveis, amáveis e
amados... Alguns até conseguem parentescos próximos do povo pedreirense para a
sua abordagem. -“Sou primo de segundo grau de uma mulher que trabalhou como
empregada doméstica na casa do primeiro prefeito. Tenho raízes aqui, da mais
humilde família da Terra de João do Vale e até sei onde fica a Rua da Golada” –
conhece bem!!!
E muita gente abraçará a
“causa e a cara” – cara de pau! Depois somem de novo por mais quatro anos. E
Pedreiras? – “Eh, meu amigo, eu tô indo lá, mas é longe demais, lá na região
central!!” – despistam seus correligionários em encontros casuais em shoppings
da capital.
Candidatos solícitos,
simpáticos. É isso que precisamos? A eleição passa e depois, quem poderá nos
defender? – Não é o Chapolin Colorado. Portanto, cuidado, muito cuidado! Olhe
ao redor, analise bem as propostas, perca tempo pesquisando a vida dos
candidatos. Senão... só em 2022.
Nilton Lee, jornalista
pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), especialista em Marketing
Político e Eleitoral pela Universidade de Araraquara (Uniara), vice-presidente da Academia Pedreirense de Letras e membro da Academia Esperantinopense de
Letras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário