Coluna do Doutor "Doidão"
(Ano II, Edição X, 2019)
Médico, ex-presidente da Câmara Municipal de Pedreiras, membro-fundador da Academia Pedreirense de Letras e da Associação dos Poetas e Escritores de Pedreiras-MA.
Respondendo à pergunta do meu
editor, primeiramente quero testemunhar que fui um dos mais árduos combatentes
anti-Bolsonaro durante a campanha eleitoral. Porém, sou transparente e confesso
que o presidente tem me surpreendido positivamente nesses primeiros 18 dias de
governo e em todo o pós-eleição.
(Presidente do Brasil Jair Bolsonaro - Foto retirada do Google imagem, em 18.01.2019, às 8h17)
Mas quanto ao seu Decreto desta semana que facilita a posse de arma para a
população sou radicalmente contra. Primeiramente sou médico e tenho o meu compromisso primordial, profissional e
espiritual, com a VIDA. E arma para mim é símbolo de MORTE!
(Imagem ilustrativa, fonte: Google Imagem, em 18.01.2019, às 8h20)
O assunto é complexo e para eu esgotá-lo em toda a
minha argumentação, esse texto ficaria muito longo. Vou ser sucinto.
Fui oficial militar da Aeronáutica e fui muito bem treinado em Tiro, Armamento e Munição, uma das disciplinas do curso, que na conclusão fiquei em segundo lugar na turma. E aprendi que arma para ser usada tem que ser com muita habilidade e destreza, o que no Brasil que conhecemos, no qual com dinheiro e amizades influentes se consegue quase tudo, habilidade e destreza não será regra para a maioria. Portanto, quando o bandido atacar com sangue frio, bem treinado e sem nada a perder, o cidadão de bem, armado e emocionado, pouco poderá fazer em sua defesa com sua arma. E o bandido percebendo a vítima armada não pensará duas vezes em abatê-la mortalmente.
(Foto Ilustrativa retirada do Google Imagem, em 18.01.2019, às 8h27)
Fui médico de um presídio por 02 anos e lá pude
conhecer muitos pais de famílias, cidadãos de bem, condenados por homicídios,
arrependidos, vidas destroçadas, por terem agido ao calor da emoção estando
armados na hora e no lugar errados.
Argumentam os defensores do armamento biblicamente fulcrados em Êxodo 22:2 - o Velho Testamento, que Cristo veio para substituir toda essa velha lei nele contido por um só novo mandamento: o AMOR. E o Mestre quando confrontado com uma situação de se usar arma, repreendeu veementemente dizendo: “Guarde a espada! Pois todos os que empunham a espada pela espada morrerão.” (Mateus 26:52).
(Foto ilustrativa, retirada do Google Imagem em 18.01.2019, às 8h25)
Ora, numa população como a nossa em que se briga no
trânsito, que não se diz “bom dia” nem “obrigado", em que a violência
campeia, na minha opinião a posse de armas aumentará mais ainda o número de
homicídios e fatalidades por conflitos domésticos, brigas de vizinhos, “tretas" de trânsito etc.
Vou dar um exemplo pessoal que tenho: durante o segundo turno da campanha eleitoral numa revistaria na zona nobre de São Luís discuti com o dono do local sobre um troco de uma compra que fiz de jornais, isqueiro e cigarros. Ao sair do local, ouvi ele dizendo ao seu funcionário: “Pena que o Bolsonaro ainda não é presidente, porque se já fosse eu já estaria com uma arma aqui e tinha enchido esse cara de bala.” Esse é o meu temor.
Essa é minha resposta à sua pergunta, grande e admirável poeta JoFeFi, a quem tenho orgulho e honra de ser meu editor nesse blog e coluna.
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