Coluna do Confrade Dr. Allan Roberto
Apesar da população ainda estar
majoritariamente no clima da campanha eleitoral presidencial, devemos entender
que a eleição passou e que, independente do resultado, por sermos brasileiros e
amarmos e despendermos dessa terra, temos que torcer pelo sucesso do governo
atual, pois o nosso sucesso individual está direto e intrinsecamente ligado ao
êxito do Presidente da República na sua gloriosa missão de conduzir o Brasil
para dias mais afortunados.
Mas apesar da guerra de informação e contrainformação, já que ninguém mais sabe ao certo o que é verdade ou mentira na maior parte da mídia atualmente, está difícil continuar acreditando que esse governo possa mesmo dar certo.
O
Presidente mostra-se nitidamente despreparado para a grandeza do cargo: fala o
que não deve, envolve-se em polêmicas incompatíveis para o cargo que ocupa,
toma decisões que não se coadunam com o ideário que se comprometeu, atos
governamentais distantes do que a lógica, a técnica, a ciência, a experiência e
a razão recomendam para as soluções de nossas problemáticas, nitidamente pensa
e se comporta pequeno para um país e um cargo tão grandes.
Em
duas semanas somente há uma coleção de anedotas na cadeira principal do Brasil.
Que triste! Vamos sair das páginas policiais para as páginas de piadas. Para
piorar, como se fosse um chefe de gangue de adolescentes de periferia
desafiando o rival do bairro vizinho, Bolsonaro com sua política de chimpanzé
em boutique de produtos de cristal, catapulta Flávio Dino para ser seu
principal adversário em 2022 e dessa forma pauta o atual governador do Maranhão
para obrigatoriamente ocupar o Palácio do Planalto no futuro.
O
desemprego aumenta, a economia cai, o meio ambiente se devasta, a corrupção
campeia, os assassinatos cometidos por policiais e os de gays, negros e
mulheres crescem, dados oficiais que não interessam ao governo serão sonegados,
direitos sendo cassados... É claro que para colocar o país no trilho do
desenvolvimento demanda algum tempo maior do que seis meses.
Mas
também é claro que não estamos presenciando atitudes do atual presidente que
nos façam vislumbrar a tão prometida “reconstrução do país”. E é patente que
estamos vivendo um retrocesso social.
Da Nova República para cá, Sarney fracassou na economia, apesar dos grandes esforços, mas entrou para a história pela maestria em conduzir a transição democrática. Collor e Lula são megalômanos que envergonham o país, não obstante os avanços sociais dos governos Lula.
Dilma
tinha suas gafes folclóricas apoteóticas, mas sabia muito bem portar-se na “liturgia
do cargo”. FHC e Itamar Franco dignificaram o país na postura com que exerceram
seus mandatos presidenciais e conduziram seus governos e esta nação. Tinham
estatura para o cargo de Presidente da República.
Jair
Bolsonaro, ainda que tenha passado 28 anos no Congresso, comporta-se no cargo
como se estivesse num botequim. Não tem dignidade para o cargo e nem o
dignifica, infelizmente. A forma como que se manifestou sobre a indicação de
seu filho deputado para a embaixada brasileira nos EUA demonstra bem isso; e
pior: ele não tem noção do que é República, do latim res pública, coisa
pública, DE TODOS, que NÃO É DELE.
Está cada vez mais difícil manter acesa a chama da esperança nesse governo.
Allan Roberto Costa Silva,
médico, ex-Vereador-Presidente da Câmara Municipal de Pedreiras, membro da
Academia Pedreirense de Letras-APL e da Associação dos Poetas e Escritores de
Pedreiras-APOESP. E-mail: arcs.rob@hotmail.com
Texto óbvio ululante
ResponderExcluir