(Imagem retirada do Google Imagem, em 13/12/2019, às 07h26)
Foi uma
das mais completas e inventivas figuras da música popular brasileira. Cantando
acompanhado de sua sanfona, zabumba e triângulo, levou a alegria das festas
juninas e dos forrós pé-de-serra, bem como a pobreza, as tristezas e as
injustiças de sua árida terra, o sertão nordestino, para o resto do país, numa
época em que a maioria das pessoas desconhecia o baião, o xote e o xaxado.
Maior
responsável pela divulgação da música nordestina no resto do Brasil, Luiz
Gonzaga nasceu na Fazenda Caiçara, em Exu (PE).
Filho de
um lavrador e sanfoneiro, desde criança se interessou pela sanfona de oito
baixos do pai, a quem ajudava tocando zabumba e cantando em festas religiosas e
forrós.
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Saiu de
casa em 1930 para servir o exército como voluntário.
Viajou
pelo Brasil como corneteiro, tendo baixa em 1939. Resolveu ficar no Rio de
Janeiro, com uma sanfona recém-comprada.
Passa
então a se apresentar em ruas, bares e mangues, tocando boleros, valsas,
canções, tangos. Por essa época percebe a carência que os migrantes nordestinos
têm de ouvir sua própria música, e passa a tocar, com grande sucesso, xaxados,
baiões, chamegos e cocos.
Foi no
programa de calouros de Ary Barroso e tocou seu chamego “Vira e Mexe”, com
grande aprovação do público e do temível apresentador, que lhe deu nota máxima.
Depois de descobrir esse filão no mercado, Gonzagão começa a freqüentar programas
de rádio – substituindo inclusive seu ídolo Antenógenes Silva – e a gravar
discos, sempre com repertório de músicas nordestinas. Mais tarde passa a cantar
também, e não apenas tocar sua sanfona, além de mostrar seu talento como
compositor.
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Em 1943
apresenta-se vestido a caráter como nordestino, com bastante êxito. Seu maior
sucesso, “Asa Branca” (com Humberto Teixeira), foi gravado em 1947 e regravado
inúmeras vezes por diversos artistas até hoje. Trabalhou na Rádio Nacional e
até cerca de 1954 teve seu auge de popularidade, um sucesso avassalador que
lançou a moda do baião e do acordeom, além de obrigar todas as prensas de sua
gravadora, a RCA, a trabalhar para atender aos pedidos de seus discos.
Depois
disso, com a ascensão da bossa nova, se afastou um pouco dos palcos dos grandes
centros e passou a se apresentar em cidades do interior, onde sempre continuou
extremamente popular. Nos anos 70 e 80 foi voltando à cena, em muito graças às
releituras de sua obra feitas por artistas como Geraldo Vandré, Caetano Veloso,
Gilberto Gil, seu filho Gonzaguinha e Milton Nascimento.
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Algumas
de suas músicas mais conhecidas são as parcerias com Zé Dantas: “Vozes da
Seca”, “Algodão”, “A Dança da Moda”, “ABC do Sertão”, “Derramaro o Gai”, “A
Letra I”, “Imbalança”, “A Volta da Asa Branca”, “Cintura Fina”, “O Xote das
Meninas”; ou com Humberto Teixeira: “Juazeiro”, “Paraíba”, “Mangaratiba”,
“Baião de Dois”, “No Meu Pé de Serra”, “Assum Preto”, “Légua Tirana”, “Qui Nem
Jiló”. Outras parcerias que tiveram êxito foram “Tá Bom Demais” (com Onildo de
Almeida), Danado de Bom” (com João Silva), “Dezessete e Setecentos” e “Cortando
o Pano” (ambas com Miguel Lima).
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