SANIDADE
“MENS SANA IN CORPORE SANO.” Essa máxima latina preconizada pelo poeta romano Juvenal em sua sátira X, como resposta à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida, nunca esteve tão atual como hoje. Uma mente sã habitando um corpo são diríamos ser o que os budistas consideram o “nirvana”; ou seja, o estado perfeito tão almejado. Seria o equilíbrio entre a mente e o corpo numa plenitude de felicidade.
Sabemos o quanto é difícil alcançar tal estado mesmo em tempos passados onde se diria viver mais calmamente e ainda mais hoje nesse mundo agitado e agora diante da atual crise sanitária vivida em todo o planeta, acrescento ao caso do nosso país a acentuação da crise econômica e problemas de toda ordem.
A pandemia do coronavírus que este mês de março completa um ano que desencadeou em terras brasileiras nos fez mudar significativamente de atitudes, de comportamentos; mexeu, consideravelmente, na vida de todas as pessoas, instalando uma “nova ordem mundial” como diria Caetano e pôs tudo literalmente “fora da ordem”.
O isolamento social exigido como medida de contenção ao contágio do vírus nos colocou em confinamento e diante de nossas limitações com seres humanos. As informações advindas dos meios de comunicação, o aumento das mortes, o cenário de terror apresentado mundo à fora. Tudo isso nos colocou em prova para a conservação de um perfeito equilíbrio. Pesquisas apontam o crescimento da violência doméstica, do consumo de alimentos e bebidas, e o mais grave; o aumento dos casos de desordem psíquica como depressão, ansiedade, distúrbios psicológicos em geral. Percebemos de uma forma dolorida que o homem foi feito para o convívio humano e que extrapola os laços familiares e esses quando mal resolvidos e postos à prova, geralmente resultam em agressões, insultos, etc... Nunca os especialistas em saúde mental tiveram tanta procura, ainda que à distância como nesses dias de crise provocados pelo novo coronavírus.
Como medidas paliativas as recomendações são de “reinventar-se”; aprender algo novo, fazer aquilo que durante muito tempo se pensou em fazer e nunca tínhamos tido tempo. Aprender, tentar, fazer, refazer.... e lembrando aqui um dos tantos bordões inventados pela rede globo de televisão nos anos 90, a moda é; “TENTE, INVENTE, FAÇA DIFERENTE.” E são tantas as possibilidades oriundas também das redes sociais que se por um lado trazem o medo e o pavor, trazem também inúmeras possibilidades de aprendizado, de nos colocar ainda que através de uma tela em contato com quem amamos e que esteja longe, com nossas turmas de faculdade, colegas de trabalho e até relações amorosas vividas à distância. Benditas sejam as “redes” que nos embalam nessa tentativa de superação desse momento crítico da humanidade.
A capacidade de superação do ser humano é imensa e temos demonstrado ao longo dos séculos que nossa espécie é incrivelmente adaptável. Somos a “metamorfose ambulante” cantada por Raul Seixas, somos seres mutantes e admiravelmente invencíveis ainda que limitados e ameaçados por um inimigo invisível como esse vírus. O importante é manter a esperança; e aqui abro um parêntese para um aspecto, às vezes, deixado de lado, mas muito importante também para os seres humanos; o lado espiritual, a conexão com o sagrado, a busca pelo transcendente. Ainda que muitos vivam essa dimensão como forma única, diria que ela pode também ser uma aliada à esse equilíbrio entre corpo e mente. ORA ET LABORA, (reza e trabalha) um conselho dado pelo monge São Bento aos seus seguidores parece também muito propício aos tempos atuais. Sejamos firmes e corajosos e logo tudo isso vai passar.
Esse blog é outro nível que legal bem cedo domingo ler um texto desse. esses seus colunistas escrevem muito bem.
ResponderExcluirLindo texto,cheio de sabedorias e muitas respostas aos nossos anseios, parabéns meu afilhado Allan, e meu amigo Joaquim, continuem nos agraciando com belas leituras e poemas. Abraços Rute
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