quinta-feira, 6 de maio de 2021

Poeta Edivaldo Santos homenageia o DIA MUNDIAL DA SANFONA!

 06 DE MAIO DIA MUNDIAL DA SANFONA

(Poeta Edivaldo Santos, membro-fundador da Academia Pedreirense de Letras - APL)

Hoje, 06/05, dia mundial da sanfona, presto minhas homenagens a este sublime instrumento e aos seus geniais instrumentistas, com o texto e o poema abaixo. 

SE NÃO FOSSE A SANFONA!

(Edivaldo Santos) 

(IX Festival de Sanfona do Lucindo/Foto do blogueiro Carlinhos Filho)

O que seria da música brasileira, se não tivesse existido Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Trio Nordestino, João do Vale, Marinês, Sivuca, Dominguinhos e tantos outros artistas nordestinos que marcaram época? 

(V Festival de Sanfona do Lucindo/Foto do jornalista Fernando Melo)

Eles, ao som da sanfona, mostraram ao Brasil a irreverência de um povo massacrado e esquecido, que aprendeu transformar seca em poesia, externando suas alegrias e dores através do baião, do coco, do xaxado, do xote caracterizando assim, o nosso genuíno forró “pé de serra”, e o que seria desses nomes se não fosse a sanfona? Talvez passassem despercebidos pelos críticos. 

(Seu Raimundin Pé No Chão/Foto do blogueiro Carlinhos Filho)

Esse sublime instrumento, de sonoridade inigualável, deu fama a esses artistas que se foram e notoriedade aos que ficaram, para que dessem continuidade a árdua missão de não deixar a autêntica música nordestina ser engolida pela concorrência desleal da música descartável. 

E o que seria de nós, “forrozeiros incorrigíveis”, se não tocasse por aqui a sanfona do Eliézer, do “Raimundin Pé no Chão”, do Ruy Mário, do Andrezinho, do Beto, do Evandro, do Jabotinha, do Antônio Neto, do Edson, do Cabo Zé, do Zé Antônio da Jaqueira, do Pedrinho, do Índio do Acordeon, do Henrique Borges, do Lucas Xeleleu, do Raniel Souza, do Sandrinho do Acordeon, do Nildo Potiguar e de tantos outros talentosos sanfoneiros? 

Por isso, em homenagem aos verdadeiros “heróis da resistência”, esses incansáveis combatentes do forró de plástico, dedico o poema “Se não fosse a sanfona!”. 

(Luiz Gonzaga/Foto Fundação Cultural Palmares)

SE NÃO FOSSE A SANFONA!

(Edivaldo Santos) 

O que seria do sertão,

Se não fosse a Sanfona?

Os acordes dessa “Dona”

Faz pulsar o coração.

No Forró, Xote e Baião

Não tem quem a desbanque,

É a primeira do rank.

Se não fosse a concertina

Essa gente nordestina

Já teria adotado o Funk.

O forró original,

Esse, não existiria.

“AI, SE EU TE PEGO!” seria

Referência Cultural.

A música nacional

Seria esterco em pó.

A gente ouviria só

Suingueira e porcaria

E "Asa Branca" perderia

Para "Eguinha Pocotó"!

Uma sanfona bem tocada

É alimento para alma!

A gente sente uma calma

E a alma saciada.

Sendo ela executada

Por “Raimundin” e sua cria,

Com solo “Escadaria”

Machucando miudinho.

Gonzagão e Dominguinho

Lá do Céu escutaria.

A sanfona é abençoada!

Em razão desse instrumento

Conhecemos o talento

De muita gente afamada.

Sem Ela, o Baião seria nada.

Não haveria Gonzagão,

Dominguinhos, também não.

Nem Sivuca e Januário.

Não haveria Rui Mário

Nem Raimundinho Pé no Chão!

 





























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