quinta-feira, 27 de maio de 2021

Um ano sem a presença física de José Raimundo da Silva Filho

 Zé Filho e a falta que ele faz! Homenagem se faz em vida. Hoje é dia de lembrar...

(José Raimundo da Silva Filho - "Zé Filho". Foto Arquivo)

Hoje, dia 27 de maio de 2021, uma quinta-feira, faz um ano da partida prematura e muito sentida do nosso querido amigo pedreirense da gema, José Raimundo da Silva Filho, conhecido por todos na Região do Médio Mearim pela alcunha carinhosa de "Zé Filho", um homem além do seu tempo, bastante articulado no meio social da vida pedreirense. 

("Zé Filho". Foto de Joaquim Filho)

Nós, por ter tido essa honra de ter sido amigo do "Zé Filho", particularmente, vivemos muitos momentos ao lado e com a parceria desse grande amigo, tanto no social, como no cultural, religioso e em tudo que ele estava a frente como organizador ou mesmo na qualidade de um simples e importante colaborador. 

("Zé Filho". Foto de Joaquim Filho)

Um momento muito marcante que ficou como registro forte na nossa relação de amizade com o "Zé Filho", foi uma participação que ele teve na nossa biografia no curso de Letras, na Faculdade de Educação São Francisco - FAESF, na qual ele narra com precisão como nasceu a música que João do Vale fizera para o festejo de São Benedito, intitulada "Aniversário de São Benedito". 

(Foto Arquivo)

Pela primeira vez, nós estamos tornando público esse texto que foi escrito por esse saudoso amigo, que continua em nosso livro, no prelo, aguardando um dia poder ser publicado. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

("Zé Filho". Foto: Blog do Joaquim Filho)

Quando o meu amigo e conterrâneo Joaquim Filho estava escrevendo a sua monografia, eu tive o privilégio de receber do mesmo um convite para contribuir de forma simples e tímida com algumas informações sobre o compositor João do Vale, pedreirense que foi eleito o Maranhense do Século, e que não faz muito tempo esteve vivendo entre nós. Mas o convite honroso me fora feito em 2010, período em que o acadêmico do curso de Letras da Faculdade de Educação São Francisco – FAESF encerrara a sua graduação. Não foi por deselegância e nem por falta de vontade que, naquele momento, eu não pude atender ao pedido do meu amigo. Justifico que por razões de estar na época muito cheio de compromissos e afazeres relacionados com a minha profissão – Técnico em Edificações - acabei não participando do trabalho monográfico de Joaquim Filho. 

Dois anos se passaram e, hoje, dia 20 de junho de 2012, eis que fui pego de surpresa, na sala do Instituto da Seguridade Social dos Servidores de Pedreiras, Autarquia à qual o meu amigo estar Diretor de Benefícios, quando Joaquim Filho me mostra a “boneca” do seu mais novo livro, ou seja, a sua monografia, cujo título JOÃO DO VALE: um estudo analítico e interpretativo da obra poética do maranhense do século, adaptada para livro com o título JOÃO DO VALE: um estudo da vida e obra do maranhense do século. 

Foram duas grandes surpresas agradáveis: a de ver um trabalho riquíssimo em informações sobre João do Vale e a satisfação de mais uma vez ser convidado para contribuir com o livro já que não pude colaborar com a monografia. Então, pensei em narrar um fato interessante, que com certeza, ficará registrado nesse maravilhoso livro, que indiscutivelmente já é parte marcante dos anais da nossa história. Inicio dizendo que na minha modesta participação neste livro, para falar de João do Vale, eu irei narrar e registrar um fato muito interessante que eu presenciei na trajetória de João do Vale, que foi quando ele estava escrevendo a música para o Centenário do Festejo de São Benedito, aqui em Pedreiras. 

Lembro-me como se fosse hoje, que vindo de Poção de Pedras-MA, depois de uma viagem: eu, meu saudoso pai (José Raimundo da Silva), saudoso Fogo (esposo de Dona Maria Alzira) e João. Foi justamente nessa viagem que João do Vale vinha escrevendo num caderno, uma música. Só que nós não sabíamos, na época, que música, a qual ele estava fazendo. Voltando do Poção, uma viagem feita num jeep da antiga DNERUR - atualmente FUNASA - ao chegarmos a Pedreiras fomos direto para a nossa casa, na Rua Frederico Bulhão, nos fundos da casa onde hoje está edificada a residência do senhor Raimundo Louro. 

Naquela época, João do Vale, sentado debaixo de um pé de laranjeira, tomando uma cachacinha e tirando gosto com torresmo e lima, ali, ele concluiu a letra da música. Quando João do Vale terminou de escrever a letra da música, ele chamou o Fogo, e disse-lhe: “Fogo, terminei de concluir a música do pretim.” Eu ouvi aquilo ali, mas não sabia o que era. E, no festejo de São Benedito, eu não me lembro de bem o ano, se era 1971 ou 1972, quando a música estava tocando, o meu pai me perguntou: “Zé Filho, tu estais te lembrando daquele dia da nossa viagem a Poção de Pedras, que João estava fazendo uma música? A música é essa do festejo!’’

Essa é uma lembrança que eu tenho e presenciei, mas não tinha noção do que o João do Vale fazia naquela época, da mesma forma que nós não tínhamos e, somente agora, estamos tendo consciência da importância e do valor desse grande compositor. Das passagens interessantes de João do Vale, essa foi uma que eu acompanhei, embora tivesse tido outras, mas essa foi a mais importante, que foi olhar, na época, a letra, mas sem a música a gente não tinha noção de como ela ficaria. Depois João Voltou para o Sul; quando retornou a Pedreiras foi com ela pronta, a qual tocou naquele festejo que celebrou o Centenário de São Benedito na cidade de Pedreiras e que toca até hoje no período do festejo do Padroeiro da cidade.

 

José Raimundo da Silva Filho – Zé Filho

Técnico em Edificações - Presidente da CODESUM - Comitê Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável do Médio Mearim.






























Um comentário:

  1. Belíssima homenagem sempre foi muito querido nosso amigo Zé Filho sempre sorridente.

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