sábado, 24 de dezembro de 2016

ATÉ QUE A MORTE OS SEPARE...

ANIVERSÁRIO DE 56 ANOS DE CASADOS


Ele, Joaquim Ferreira da Silva, meu querido pai, conhecido por todos pelo apelido de "Joaci", 76 anos de idade. Nascido na cidade de Rosário, estado do Ceará. Chegou a Pedreiras em cima de animal, ainda menino, fugindo da seca, da fome e da miséria que assolou a região do Cariri, naquele período de vida difícil. Aqui em Pedreiras teve a sorte de ser quase que adotado pelas famílias do industrial Zinô Caldeira e João Chaves, onde passou um bom tempo de sua adolescência, que abriram as portas para meu pai ter vida e dignidade de ser humano. Aprendeu a profissão de Maquinista de Usina de pilar arroz. Nunca matou. Nunca roubou. Nunca desferiu qualquer tipo de lesão a quem quer que seja. Nunca soube de uma briga ou confusão do meu pai. Nunca vi cobrador na sua porta. Nunca o vi mentindo. Trabalhou a vida inteira, dia e noite, ganhando apenas um salário mínimo para manter a família e ostentar a cidade de Pedreiras, no passado, como a maior produtora de arroz. O arroz que ele pilou nas diversas usinas que trabalhou era exportado para todo o Brasil. 


Em 24 de dezembro de 1960 casou-se com a senhora Angelita de Morais e Silva, minha mãe, 74 anos, natural de Bernardo do Mearim, e aqui também chegou menina quando meus avós resolveram morar em Pedreiras. Antes de se casar com meu pai foi empregada nas cozinhas dos ricos daquela época. Quando estávamos almoçando juntos hoje, ela me disse que trabalhou na casa dos pais do Zé Cirilo, apresentador da TV Difusora de São Luís. Sempre foi uma mulher do lar. Essa é uma heroína. Fez de tudo para nos educar, eu e minha irmã Joselita. De tudo passamos na vida, mas nunca perdemos a nossa dignidade. Tudo isso serviu para consolidar as nossas raízes no amor, no perdão e no trabalho. A única mulher no mundo que para não ver os filhos passarem fome, do nada, como um milagre, ela improvisava um café da manhã, um almoço e um jantar. A eles, as homenagens dos filhos Joaquim Filho e Joselita, do genro Antônio e da nora Deusa Helena, dos netos Milena, Eliakin, Joana, Wellington e Thamiles e ainda do bisneto Ryan. 
Quando eu era menino morria de medo de duas coisas: meus pais se separarem ou morrerem. Nossa, como eu tinha medo de acontecer uma dessas duas tragédias em minha vida. De uma coisa eu tenho certeza: eles irão morrer, mas a morte não separa pessoas que se amam de verdade. Quando eles partirem, ou quem sabe um de nós dos filhos pode ir primeiro, ficará a certeza de que eles cumpriram a missão. Se houver choro, que vai haver, vai ser de saudade e não de remorso por termos deixado de fazer as nossas obrigações e cumprir os seus ensinamentos.

Que os anjos protejam o meu paizinho e a minha mãezinha que Deus me deu. Parabéns aos dois e muitas felicidades nesse dia de festa dupla. 

Soneto de Fidelidade


De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.



Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.


4 comentários:

  1. Parabéns meus amores que Deus lhes dê muita saúde e paz.

    ResponderExcluir
  2. Parabéns ao casal muitas felicidades que o senhor continue abençoando vocês que essa data se repita por longos anos muita saúde ,muita paz e um feliz natal cheio de amor e prosperidade um abraço! !!

    ResponderExcluir
  3. Bonita história de vida, trabalho e amor. Gostei muito do exemplo de vida dos teus país Joaquim.

    ResponderExcluir