JOÃO EVALDO SOUSA, O CADEIRANTE RADICAL E EQUILIBRISTA
"Nunca ache que alguém é melhor que você, e nunca se ache melhor que ninguém. Cada um tem um caminho a seguir e uma lição para aprender." João Evaldo
Manhã nublada de sexta-feira, dia 31 de março de 2017, o último dia do mês, por volta das 11h, retornava da solenidade pública em frente ao Palácio Municipal, tinha acabado de fazer a cobertura para o nosso blog, passava pela praça do poeta maior Corrêa de Araújo e, eis, que uma voz me chama atenção: "Joaquim Filho, por favor, eu quero falar com o senhor." Era um jovem cadeirante por nome João Evaldo Sousa, pedreirense, 29 anos, morador da Segunda Travessa Otávio Passos, no bairro Goiabal, que gostaria de dar-me um CD de presente, que ao me entregar a cortesia, pediu-me para que eu assistisse, desse atenção, pois se tratava de um DVD em que ele apresentava a sua arte - malabarismo - em cima de sua cadeira de rodas.
Confesso que fiquei sem entender. Recebi o DVD e disse-o que iria sim, assisti-lo com muito prazer. E agradeci pela sua atenção e generosidade. Bom, eu estava sem pressa. Estava a pé. Por que não sentar um pouco e ouvir a história daquele rapaz cadeirante. Então, perguntei-o se poderíamos conversar um pouco. Ele me disse que sim, que seria uma hona conversar comigo. Disse que acompanha o nosso blog e nossas postagens Sessão Foto-Linguagem nas redes sociais.
Na nossa conversa, ele me disse uma coisa que muito me emocionou e me rolou umas lágrimas nos olhos: - "Seu" Joaquim, a gente quando estar nessa condição, ninguém dar atenção para a gente. Tudo que nós cadeirantes queremos é ser visto, ser respeitado. Eu sou um artista. Faço malabarismo sobre esta cadeira e sou também artesão. Eu não vivo pedindo. Eu vivo nas ruas é trabalhando e divulgando a minha arte. Muita gente fala que o senhor tem mostrado pessoas como eu, que precisa de apoio e divulgação dos meus trabalhos. Dê uma olhada nesse DVD, o senhor gostar."
Depois conversamos sobre a pessoa dele. O que o levou a estar hoje em cadeira de rodas. Ele me disse que quando tinha 16 anos subiu em um poster para pegar uma pipa (papagaio), e quando chegou em uma certa altura ele despencou, caiu e quando voltou a si ficou sabendo que tinha quebrado duas vértebras da coluna. Segundo Evaldo, ele não lembra o que aconteceu, se ele levou um choque, se escorregou, ele não consegue lembrar. Só sabe que hoje vive nessa condição e que tem levado a vida como Deus quer e não reclama de nada.
"Olá, pessoal aqui do blog do Joaquim Filho, meu nome é João Evaldo, eu tenho 29 anos, sou de Pedreiras, eu sou malabarista, faço vários tipos de manobras radicais sobre a minha cadeira de rodas aqui na praça e no patamar da Igreja de São Benedito, no chão, com crianças, e vou levando o meu trabalho, pois eu tenho um objetivo de conseguir umas próteses para colocar em minhas pernas para eu poder conseguir caminhar. também consigo andar de moto. Muitas pessoas ficam surpresas com as coisas que eu faço, e eu consigo levar a vida assim, com alegria e muita felicidade. Sou também artesão. Faço cestas ornamentais e vários trabalhos artísticos artesanais. Valeu, "seu" Joaquim Filho, pelo espaço no seu blog."
Nenhum comentário:
Postar um comentário