sábado, 27 de maio de 2017

NA HORA CERTA E NO LUGAR CERTO!

SESSÃO FOTO-LINGUAGEM
(Foto: Joaquim Filho)

Sempre que eu faço uma sessão de fotos, eu analiso todas e, geralmente, escolho aquela que mais me chamou a atenção, pela sua beleza, momento ou devido a raridade do acontecimento ser ímpar. Na minha viagem à Brasília, essa semana, para a marcha do protesto dos cem mil, duas fotos foram escolhidas como principais e quero torná-las publicas e fazer um comentário sobre as mesmas.

A primeira foi a do Congresso Nacional. Imagem feita de um ângulo que eu acredito ser raro alguém já ter fotografado o Congresso dessa localidade. O ônibus que saiu com a caravana de Pedreiras na segunda-feira (22), por volta das 19h, só chegou à Brasília na madrugada de quarta-feira (24), às 3h. Após um banho, asseio pessoal e o café da manhã, saímos pelas largas, compridas e desertas avenidas do Plano Piloto andando a ermo. Ainda era muito cedo. A cidade respirava paz e sossego, mas tínhamos a certeza que a partir das 11h a Capital Federal iria se transformar em um caldeirão e ferver. 

Saímos a caminhar sem pressa. Fazia muito frio! Eu, Roberta, Regilda, Miguel e André, amigos que foram na mesma caravana, começamos a caminhar sentido aos Ministérios pelo lado direito até chegar ao Congresso Nacional que já estava isolado e com a Polícia já em posição de guarda, esperando o grande momento da manifestação. Ao chegar no cordão de isolamento demos bom dia aos policiais e perguntamos se podíamos adentrar o espaço reservado para fazer fotos, pois tínhamos vindo de longe, do Maranhão e gostaríamos de fazer alguns registros. Saudei-os com a saudação que se usa no Exército: "Selva", "Pátria". Confesso que a intensão era que eles pensassem que eu era um militar da reserva. E, deu certo, eles deixaram nós passássemos. 

Ainda era muito cedo. Não se via um cristão circulando pelos arredores do poder. Somente os seguranças na entrada dos órgãos federais já apostos. Todos eram saudados por nós com um bom dia. Foi aí que o chefe da segurança do STF, com quem tirei uma foto, nos disse que nada iria funcionar naquele dia. Estava tudo parado. Seguimos nossa maratona. Agora voltando pelo outro lado dos Ministérios até a Catedral. Ali, os meus companheiros seguiram rumo até a Rodoviária e eu fiquei esperando a hora de me encontrar com o meu filho. 
(Foto: Deuzimar Rios)

Depois de ficar alguns instantes em frente a Catedral, que estava fechada devido a manifestação que iria iniciar as 11h, fui até a clínica que meu filho trabalha, por trás do Museu Presidencial, em seguida fui até uma banca de revistas na mesma rua e lá comecei a conversar com a senhora proprietária. Depois de colocar uns créditos no meu celular começamos a conversar. Em momento algum percebi que ela estava desconfiando de mim, pois todo o momento que estive dentro da sua banca, ela me recebeu muito bem. Perguntei-lhe se poderia ficar mais um pouco, pois estava esperando o meu filho que vinha se encontrar comigo. Ela me respondeu que não tinha problema. 

Depois que eu falei meu nome e de onde eu vinha, do Maranhão, dona Deuzimar Rios, 65 anos, começou a falar da sua vida particular: disse-me que era da cidade de Caxias-MA. Que há 50 anos morava em Brasília. Chegou lá com 15 nos. Foi morar com uma família que naquela época, passando por Caxias, perguntou para o pai dela (falecido) se ele não gostaria de deixar a sua filha vim morar em Brasília. Dona Deuzimar Rios então veio para a Capital Federal e nunca mais voltou para Caxias, somente a passeio. Hoje tem sua família e disse que voltar não tem nada a ver, pois ela já passou a maior parte da sua vida em Brasília, seus pais já faleceram e tudo indica que Brasília é para sempre na sua vida. 

A conversa estava boa. Logo meu filho chega. E, foi justamente a dona Deuzimar Rios que foi a pessoa responsável para registrar o melhor momento da minha viagem à Brasília. Agradeci a mesma pela sua atenção, por ter me dado guarida em sua banca de revista, pois assim eu não fiquei a mercê de assalto na rua. Eu e meu filho saímos para almoçar e matar a saudade. A partir daqui é outra história.











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