Festival de Marchinhas de Pedreiras-MA:
Que tiro foi esse?!
Que tiro foi esse?!
Há quase um ano que os meus dias de domingos não são os mesmos. O dia de domingo para mim já teve muita importância em minha vida. Era o dia em que eu, bem cedo, passava na casa do meu pai, dava um banho nele, o arrumava, colocava a melhor roupa e o melhor sapato e saiu a passear com o meu velho pai pelas ruas saudosas de Pedreiras e depois Trizidela do Vale. Juntos, fazíamos um passeio e uma viagem em nossas reminiscências. Era um dia mágico. Era um dia que eu procurava compensar, embora jamais isso fosse possível, todo o amor, a dedicação, o carinho e tudo o que meu pai fez por mim.
E, hoje, domingo, dia 28 de janeiro de 2018, não me foi diferente. Sai apenas para ir ao mercado central para comprar aquilo que chamamos de mistura para o almoço dominical. O tempo nublado e frio me fez ficar hoje somente em casa. Então, reclusei-me dentro de mim e fiquei a me ouvir e procurar me entender um pouco mais. Tomei o café da manhã com minha consorte. E, por incrível que pareça, dançamos ao som de uma linda música internacional que tocava no programa na rádio. Ouvi músicas. Rabisquei um poema no caderno da saudade. Confesso que chorei ouvindo a música "Daqui só se leva o amor", da banda Jota Quest. Lembrei-me de meu pai.
Armei uma rede na sala e continuei ouvindo músicas. Peguei meu celular e comecei a olhar algumas mensagens no "Whatsapp". De repente, deparei-me com um texto da educadora, cantora, poetisa e compositora Elisa Lago, uma pedreirense que há vários anos vive em São Luís do Maranhão. Na sua nota publicada no seu "Facebook", a artista como quem estava profetizando algo, falava da estranheza de apenas há 7 (sete) dias da realização do Festival de Marchinhas na cidade de Pedreiras, a Fundação Pedreirense de Cultura (FUP) ainda não ter divulgado o resultado das marchinhas selecionadas para concorrer ao festival. E, dissertava... "...a expectativa foi gerada aos candidatos que se inscreveram, e, de qualquer forma, tiveram dispêndio com estúdio de gravação, além de arranjador e de músicos, para cumprir exigências expressas na norma editalícia. Nós, candidatos, merecemos uma explicação convincente. Afinal, houve publicação de edital oficial...", enfim, palavras da poetisa concorrente ao festival de marchinhas de Pedreiras-MA. Essa mensagem foi-me enviada às 8h55 de hoje, domingo. Então, fiquei super preocupado. Uma publicação de Elisa Lago, uma pessoa da mais alta importância da cultura e da educação maranhense, intelectual conhecida nos quatro cantos do Maranhão, educadora universitária, de movimentos literários, isso não está me cheirando nada bem.
Segui na rede e nas redes sociais, quando de repente, uma notícia oficial, oriunda da secretaria de comunicação do município de Pedreiras, me chega com o seguinte teor: Nota de esclarecimento sobre a suspensão do Festival de Marchinhas. Eu gelei. Suei frio mais do que suei essa semana com a virose da mosca. Fui no outro mundo e voltei. Embora não tenha participado ano passado (2017), devido o falecimento do meu pai justamente no dia da apresentação e ter resolvido não participar esse ano (2018), eu estou muito triste com essa decisão. Triste e vou explicar o porque, sem contudo, entrar no mérito de querer criticar a administração pela decisão de não fazer o festival e nem entrar na questão da mensagem da nota.
Eu, confesso, que vi o festival de marchinhas nascer. Acompanho-o desde o primeiro festival realizado que foi no ano de 2006. De lá para cá, eu participei de todos (exceto do de 2017), quando não cantava as minhas marchinhas, procurava alguém para interpretar. O festival de marchinhas revelou em mim algo que eu não sabia, o de compositor. Hoje tenho várias marchinhas de carnaval que homenageiam pessoas, a cidade e os momentos históricos do nosso município, graças a esse festival. Sem falar que esse período é um momento de muita importância para a aproximação dos artistas nos ensaios e mesmo durante a realização do festival em praça pública.
Foi uma péssima notícia. Ainda não caiu a ficha. Eu não estou acreditando. Como já disse, não quero entrar no mérito das razões que levaram ao cancelamento de um dos maiores projetos culturais que o município tem hoje na atualidade. Mas essa história tem que ser bem explicada, se é que existisse explicação para termos chegado ao ponto que chegamos.
Embora esse texto se trate de uma opinião pessoal, eu falo por mim, acredito que todos os artistas que estejam envolvidos nesse festival ao longo desses 13 anos, também devem ter a sua clara visão e lamentar pelo ocorrido. Eu encerro dizendo: Diante do que estamos vivendo hoje em Pedreiras, a cultura pedreirense está de luto! Lamentamos que o nosso livro História dos festivais de marchinha de Pedreiras não possa ter essa página de 2018!
Prefeito Antônio França, fé e boas intenções são sempre bem-vindas, mas Pedreiras necessita urgentemente de mais eficiência, competência e "milagre em gestão"!
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