Cemitério de Pedreiras encontra-se em um verdadeiro estado de abandono!

A população de Pedreiras pede ao poder público municipal mais respeito aos seus ente queridos 

(Laje em mármore, doada recentemente por um empresário da cidade)

Diante das imagens tristes que os nossos leitores estão vendo, vamos começar essa matéria fazendo a seguinte reflexão: Quem não tem respeito com os vivos, vai ter com os mortos? Responda para você mesmo essa pergunta e depois continue lendo a matéria. 

Há dias que os meios de comunicação local vêm falando da situação de calamidade e abandono pela qual passa o cemitério público de Pedreiras, localizado no Alto São José, de acordo com o historiador Filemon Krause, "construído às expensas do comerciante vianense Pedro Alexandrino Baía, tendo sido inaugurado o dia 4 de dezembro de 1901, com o sepultamento do seu construtor. Por causa dessa coincidência é que todos os prefeitos de Pedreiras se recusam a construir um novo cemitério." Krause - 2009.  

Mesmo diante das inúmeras vezes que foi falado, o poder público municipal até o momento não tem dado uma resposta convincente de quando o cemitério São José irá passar por uma reforma ou mesmo uma limpeza geral, já que o mato está tomando conta de tudo. 

Claro que ninguém é contra vegetação, pois o verde é responsável pela vida e pelo o equilíbrio na terra, mas é que tudo tem o seu lugar certo de estar e existir, e pelo que sabemos, é inadmissível que um lugar onde as pessoas sepultam os seus ente queridos, seja da forma como hoje está o cemitério de Pedreiras: uma Floresta Amazônica!  

(Antônio Carlos Pascoal da Silva "Fura" - Pedreiro)

No momento em que estávamos fazendo as imagens do interior do cemitério, chegou o senhor Antônio Carlos Pascoal da Silva, conhecido pela alcunha de "Fura", que não se negou a nos dar informação sobre a realidade atual do cemitério de Pedreiras.

Têm detalhes que um administrador não deve mexer

"Joaquim Filho, sobre a situação de abandono pela qual se encontra hoje esse cemitério, eu só vou falar porque é para você, sei como você trata a informação, mas eu não gosto muito de falar para imprensa. Como você sabe, e seu pai que era amigo do meu, sabia muito bem, a nossa história de trabalho aqui ainda se deu quando meu pai Pergentino Antônio da Silva iniciou em 1971 como coveiro. Trabalhou 23 anos. Só que em 1994, nosso pai faleceu, e com o falecimento dele, eu e meu irmão Carlos Alberto Pascoal da Silva assumimos os trabalhos de coveiros e construir túmulos, pois fomos contratados pela prefeitura através do senhor Antenor Rocha, que era secretário de finanças. Então, Joaquim Filho, nós trabalhamos todo esse tempo, foram 23 anos, o mesmo tempo do nosso pai, ninguém nunca tinha mexido com a gente. Entrava prefeito, saia prefeito, e nós fazendo o nosso serviço e sendo pagos pela prefeitura. Mas depois que o senhor prefeito atual entrou, em agosto de 2017, ele mandou despedir a gente. A nossa dispensa foi feita pela moça, que não vem o nome aqui no caso, que trabalha na secretaria de infraestrutura. O prefeito não teve o respeito de sequer chamar a gente e dizer que nós estávamos demitidos. Nem Totonho Chicote que todo mundo escrachava, deixou o cemitério de Pedreiras ficar nessa situação. No governo de Totonho Chicote esse cemitério era limpo duas vezes por ano. Aqui nunca mais esse mato viu um veneno, pois aqui não adianta só capinar, tem que botar veneno. Aquela placa de mármore que você viu e fotografou, lá na entrada, foi um empresário que mandou fazer, chegou para mim e pediu para eu pregar. Só que ele, por ser um homem bom e discreto, não faz questão de aparecer como muitos que têm por aí. Nós ainda estamos trabalhando aqui, mas fazendo serviços particulares, as pessoas nos procuram, e nós fazemos. Demitiram eu e meu irmão e não contrataram ninguém. Isso aqui está jogado, abandonado e esquecido. Pelo fato de morarmos aqui do lado, temos impedidos de marginais já terem roubado tudo, mas vez por outra entra um e faz estrago. Pois é isso que eu tenho a lhe dizer, Joaquim Filho."

Nota: O blog está a disposição, de forma livre e democrática, para qualquer pessoa do governo que quiser falar sobre esse caso. 

 

Fotos: Joaquim Filho