sábado, 26 de janeiro de 2019

Inteligências múltiplas

Coluna do Padre José Geraldo Teófilo - Reitor do Santuário São Benedito
Pedreiras-MA.

Desculpe-me insistir em escrever, pois não me considero escritor. Sou apenas um teimoso ansioso em vislumbrar um mundo melhor para todos nós! Recebo a graça de Deus e a transformo em palavras e as levo por meio deste Blog.

Para mim as palavras contidas nesse texto são retalhos de Sabedoria que aprendi no decorrer da minha experiência Pastoral.

Hoje queria tratar de um assunto muito chato: a burrice! Decepciono-me em encontrar pessoas em pleno século XXI que se apequena tanto a ponto de se acharem burras e ainda transferindo tal adjetivo para outras pessoas!

Já ouvi muita gente dizendo: “como sou burro (a)!”

Não consigo colocar nada em minha cabeça, não aprendo nada! Não me lembro de nada! Outro fato é encontrar pessoas que querem fazê-lo de burro. Assim, vamos criando um mundo de comparações: fulano aprende melhor que beltrano, tal pessoa foi mais exitosa que a outra... Somos proporcionadores do mundo dos complexos! É só olhar o mundo em que estamos vivendo!

Hoje como Pedagogo e padre fico muito angustiado com essas comparações. Será que vamos dividir as pessoas em inteligentes e menos inteligentes? Sempre vamos produzir carimbos com concepções baseadas em ideias preconcebidas sobre alguém? Estamos diante de pessoas que não conseguiram adentrar ao universo do conhecimento, ficam nos labirintos das inverdades no mundo dos rótulos.

Não entendo muitas análises que aconteceram no passado, medindo pessoas em inteligentes e menos inteligentes, como considero um erro querer hierarquizar a inteligência! Como um homem da Igreja, jamais esqueceria que Deus nos dotou de inteligência, vontade e sensibilidade como um dia pensou Santo Agostinho.

Como dizem os grandes estudiosos, a inteligência é uma questão profundamente social, depende das influencias que a gente dispõe! Principalmente das oportunidades que a gente desfruta! Digo isso na pele, se não fosse assim eu continuaria na lavoura na minha cidade de origem sem perspectiva alguma. Nunca quis cultivar em mim a síndrome das poucas palavras nem reprimir os meus verdadeiros sentimentos, pelo contrário necessitei de sair do anonimato.

Quero chamar atenção de todos sobre as mais variadas formas de inteligências. Há pessoas fenomenais em futebol, e não bem em xadrez! Há pessoas extraordinárias em pintura e que não conseguem se quer ouvir falar em matemática! Quantos não são grandiosos na música, na utilização de instrumentos musicais? Mas, não conseguem se quer acompanhar um texto literário. Há! Quem dera se pudéssemos entender que a partir dai foi que surgiu a teoria das INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS.
  
Imagem retirada do Google imagem em 26.01.2019, às 17h43

Não quero adentrar na lógica matemática, linguística, musical, espacial, corporal-cinestésica, intrapessoal, interpessoal e naturalista. Mas quero de forma muito simples dizer-lhe que você pode desenvolver uma inteligência e você é capaz de desenvolver outras inteligências!

Tenho ouvido muitas vezes pensamentos errados de alguns pais que um filho é inteligente porque tirou notas boas! O outro filho é menos inteligente porque tirou nota insuficiente! Tenho acompanhado muitas pessoas que ainda hoje sofrem tal rejeição.

Com esse sentimento quero estimular as pessoas para fazer desabrochar o que elas têm de melhor! Temos que fazer um dialogo entre razão e emoção. Não podemos anular as pessoas! Elas são capazes!

Quantas vezes você pensou em um trabalho para apresentar, preparou um discurso e não conseguiu falar! Será que isso resulta quem você o é? Quantas vezes encontramos pessoas que ficaram bloqueadas, travando o pensamento, por serem tímidas, absortas... que têm medo de falar em publico. 

Isso é preciso entender que as pessoas têm medo do que as pessoas acham, medo do julgamento que outros têm em relação a elas.

Outro entrave que vemos, quando se trata em medir a inteligência por meio de uma prova, um concurso, um teste... é tão comum ouvir das pessoas que fulano passou no concurso com mérito e outro não passou... vamos criando assim um universo de louvores e ao mesmo tempo de culpa.

Com isso vamos atrapalhando a vida! É preciso que ajudemos as pessoas a se sentirem menos culpadas, pois no presente de nossas vidas, vamos lidando com tantas crianças traumatizadas, muitos jovens abalados... temos que garantir as pessoas que não existem pessoas burras. Ninguém é burro!.

Quero expor meu ponto de vista! Como sabemos é a vista em um ponto, mas penso que a inteligência é uma questão de oportunidade, de estimulo... de pessoas que se colocam para cima e não para baixo estima.

Um dia li que há três tipos de entrada para o cérebro: visual, auditiva e Cinestésica.



A Visual = exige ver bem como funcionam as coisas para entender;
Imagem retirada do Google imagem em 26.01.2019, às 17h43

A Auditiva = exige ouvir bem como funciona para poder entender;
Imagem retirada do Google imagem em 26.01.2019, às 17h43

Cinestésica = exige praticar para assimilar e poder entender tudo;
Imagem retirada do Google imagem em 26.01.2019, às 17h43

Nas escolas a maioria das atividades são muito teóricas, elas usam de provas visuais para testar o conhecimento das pessoas e classificar a capacidade delas, acaba que a maioria fica na inércia e são taxados como "burros" ou com "Q.I" baixo... acho que as pessoas não deviam se submeter a isso.



Mas como agora todos podem ter acesso às informações que comprovam que as pessoas também precisam praticar para aprender... pode ser questão de tempo para as escolas mudarem os métodos de ensino e deixar de "medir" capacidades.

Lembrei-me da história do patinho feio, ela faz muito sucesso por causa disso. Quem na vida nunca sentiu o patinho feio? O Patinho Feio é um conto de fadas escrito pelo dinamarquês Hans Christian Andersen, publicado pela primeira vez em 11 de Novembro de 1843.

O conto trata da historia de um filhote de cisne que foi chocado por uma pata. Ao contrário do que muitos pensam, ele não só virou um cisne, porém viveu feliz com sua família. Suas diferenças faziam parte de sua personalidade. Moral da história: devemos aceitar as diferenças e sabermos que a maior beleza é a que vive dentro de nós, em nosso coração...

Não existe ninguém BURRO... todo o ser humano É CAPAZ de DESENVOLVER A SUA INTELIGÊNCIA, BASTA QUERER...

E dizia Drummond: “Ninguém é igual a ninguém. Todo ser humano é um estranho impar!”
























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