Coluna do Doutor "Doidão"
(Ano II, Edição XI, 2019)
Médico, ex-presidente da Câmara Municipal de Pedreiras, membro-fundador da Academia Pedreirense de Letras e da Associação dos Poetas e Escritores de Pedreiras-MA.
Dizem por aí eu ser muito
inteligente, mas poucas pessoas eu conheci em minha vida de inteligência tão
ímpar, raciocínio tão rápido e elevadíssima espirituosidade como
"Seu" Riba Borgneth.
Filho
de uma das mais ilustres e tradicionais famílias pedreirenses do passado
recente, a estirpe de Ribamar é mais do que nobre. Sobrinho do desembargador
Araújo Neto, que nomeia o Fórum de nossa cidade e de Wilna Bezerra, uma das
maiores educadoras da história recente do Maranhão,
também era tio de Augusto Cassas, o poeta maranhense contemporâneo de mais
sucesso no estado, além de também ser sobrinho de Otávio Passos, um dos mais
históricos comunistas maranhenses, que foi prefeito de Pedreiras, de Caxias e
de São Luís e de Gilona Araújo, o primeiro "blogueiro" da história de
Pedreiras, que inaugurou o jornalismo na cidade nos idos de 50 e 60.
Foi estudar Engenharia Civil na antiga Faculdade da
Praia Vermelha, no Flamengo, atual UFRJ, mas teve que interromper o curso
porque, juntamente com sua irmã, Terezinha, uma das primeiras psicólogas do
Maranhão, envolveu-se com os grupos de guerrilha urbana que lutavam contra a
ditadura militar que imperava no Brasil na época, juntamente com José Dirceu, Dilma
Roussef, José Serra e tantos outros ícones da grande politica nacional atual,
que na clandestinidade lutavam, muito jovens e românticos, contra a ditadura.
Na lista dos que os militares procuravam para prender, torturar, matar ou
exilar, Ribamar fugiu do RJ e veio se refugiar no Maranhão aproveitando a proteção do
prestígio de sua família.
Falei lá no início de "espirituosidade". Não confundam com "espiritualidade", que a dele também era muito rica. Espirituosidade diz da rápida forma de se fazer de uma situação trágica ou constrangedora, através de uma piada, a situação tornar-se divertida e esquecer-se do negativismo dela. Assim era "Seu" Riba: fazia piada de tudo, até de si mesmo.
No "Bar da Lua", atual
Bar do "Cupim", na época pertencente a "Seu"
Rodrigues (que Ribamar criou a versão de ser cambota por ter sido criado
montado numa jumenta prenhe no Centro do Meio... kkk... ), a gente esperava
ansiosamente todos os dias sua chegada para ouvir os fatos do dia narrados por
seu prisma divertido e sarcástico. E de tantas histórias engraçadas e não muito
verdadeiras, apelidamos o local de "Bar da Lua" de tanta
"lua" que ele nos contava.
Orgulha-me ter sido seu amigo e médico particular e de
toda a sua família. Pedreiras está mais pobre, mas o céu está em festa,
pois "Seu" Riba chegou lá
para alegrar. Zé Gotinha está muito feliz. Seu companheiro de "luas"
chegou lá para fazerem dupla tirando sarro daquela cambada de santos e anjos,
fazendo Deus em seu trono mijar nas calças de tanto rir das piadas dessas suas
duas criaturas...
Ribamar um amigo, pai, e, dono do meu apelido "Zé Pão"
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