Coluna do Dr. Alexandre Assaiante
Disse, na reflexão passada, que
os POLÍTICOS são experientes ORADORES DA ARTE DA ENGANAÇÃO. E isso é verdade. A
cada dia que passa eu percebo que o que eu disse é uma conclusão, não uma
hipótese.
Os políticos de hoje, com um
jeito manso, leve, mas, ao mesmo tempo, inclusive, usam o seu espaço de fala
para prenderem a atenção do ouvinte (que quase sempre é um eleitor) e venderem
sonhos que sabidamente são impossíveis de se realizarem. Impossível não por
outra coisa, mas pela própria FALTA DE BOA-FÉ de quem os vende.
Dizem para enganar, para
ludibriar, para ganhar voto. E o que dizem não é de coração, pois se fosse,
conseguiriam realizá-los (digo isso com firmeza, pois sei o que é GESTÃO
PÚBLICA). Os “vendedores” são ruins, maquiavélicos, estrategistas, mau caráter.
Usam inclusive o nome de DEUS (pobre Deus) para darem às suas falas mais
legitimidade. Usam o nome santo do Senhor dos senhores por maldade, pois sabem
que assim conseguem cativar o ouvido das pessoas mais vulneráveis. Isso me
embrulha o estômago.
É de doer o coração ver pessoas
se rendendo a esse infeliz jogo de palavras e, por vezes, comprando a ideia
desses seres inescrupulosos, que hoje ocupam o precioso e sagrado lugar da
política.
O cinismo parece ser
característica comum a todos eles. É como se tivessem entrado em uma escola e
aprendido as mesmas matérias. Eles falam iguais, pensam iguais e agem,
desonestamente, iguais. Até no afago dado ao povo ELES SÃO IGUAIS.
São gatos que se vendem como
lebres, são falsos, não falam o que está no coração, mas o que está na razão (e
nesse caso a razão usada para o mal). Eles sabem que o que dizem não é verdade,
mas eles “vendem” como se fosse. Eles sabem que não farão o que dizem, pois NÃO
QUEREM FAZER, eles sabem que são ruins e o povo é carente, por isso falam do
jeito que falam.
O povo é carente não só de
políticas públicas, como também de afeto, autoestima, e eles sabem disso. Os
políticos de nossos tempos, na sua grande maioria, são maus. Citam a bíblia,
leem a bíblia para o povo ouvir, mas não a vivem, pois se a vivessem, não o
deixaria à míngua, vivendo de esmolas. É! Esmolas. A esmola da saúde precária,
da sala de aula sem carteira, sem merenda, da rua esburacada, dos jovens sem
oportunidade, da falta de emprego.
Eu não tenho como compactuar e
propagar essa arte da enganação. Se para ser político for preciso mentir,
enganar, roubar e fazer sujos acordos, PERDÃO, MAS EU NUNCA SEREI UM. Prefiro
ser uma história de vida, não uma fala. Sou feito de ações, lutas, postura e
obras, não de discursos vazios de quem diz por dizer. Para mim essa deve ser a
verdadeira postura de alguém que, verdadeiramente, quer o bem do seu povo.
Falar de sonhos é mexer com o que
há de mais sagrado dentro de alguém: a ESPERANÇA. Brincar com isso é pecado,
dos mais mortais, pois mancha a alma do autor com a dor do enganado e tira-lhe
a fé de que É POSSÍVEL SER FELIZ.
A estrutura pública ao invés de
atender as demandas do povo, tem sido usada para alimentar desejos de uma minoria
privilegiada, que, em cima do sofrimento dos mais humildes enchem suas contas
bancárias de dinheiro e mordomias. É essa a realidade que vivemos. UM FATÍDICO
CENÁRIO ONDE O POVO ESTÁ FICANDO CADA VEZ MAIS POBRE E OS POLÍTICOS FICANDO
CADA VEZ MAIS RICOS. Mas a culpa não é só deles não. É nossa. Eu também já fui
engando e sei que eles são bons nisso.
Durante a última vaquejada do
Parque Maratá, em Trizidela do Vale, ouvi de um jovem senhor, considerado um
dos grandes políticos da região a seguinte frase: “a gente precisa estar presente na vida da pessoa (eu entendi
“eleitor”) no momento da sua maior precisão, ali a gente consegue a afeição
dela pelo resto da vida”.
Eu não vou estender a análise
sobre essa colocação, porque daí eu sairia do raciocínio inicial, mas não posso
deixar de dizer que não tem como concordar com uma colocação dessa, pois se eu
concordasse, eu estaria rasgando a minha fé e estaria pedindo em troca o que em
determinado momento eu fiz para alguém. EU PASSARIA A VIVER DA DESGRAÇA ALHEIA
E ISSO EU NÃO FAÇO. É como se eu pegasse pelos beiços a pessoa ajudada e
falasse assim: venha cá, eu te “ajudei” e agora quero a tua alma (teu voto).
Não estou dizendo que a pessoa ajudada não deve ser grata a quem ajudou, mas é
preciso que seja feita uma análise muito mais apurada acerca da real intenção
da ajuda ofertada.
Para combater isso é preciso que
se desenvolva uma CONSCIÊNCIA COLETIVA e a sociedade se volte contra esses
falsos “vendedores de sonhos”. Caso isso não seja feito, continuaremos a
padecer nas mãos de falsos profetas, falsos políticos, FALSOS BONS SAMARITANOS.
Acordemos! Os tempos exigem de
nós mais atenção e amor, pois o melhor sempre está por vir. VAMOS JUNTOS.
Alexandre Assaiante é advogado,
especialista em Direito Público e em Gestão Pública Municipal. Foi Assessor de
Orientação Jurídica-Administrativa da Defensoria Pública Geral do Estado do
Maranhão; Assessor Jurídico do Controle Interno da DPE/MA; Assessor Especial do
Poder Executivo de Pedreiras e hoje está servidor do Ministério Público do
Estado do Maranhão. Na OAB/MA foi Presidente da Comissão de Diversidade Sexual
e há 6 anos é presidente de Associação Renascer – Amigos da Vida, fundada em
2005 por Lorinha Assaiante, sua mãe.
Parabéns pela excelente reflexão. Muito boa.
ResponderExcluir