Coluna do Professor Marcus Krause
A Inclusão, é um desafio a ser enfrentado por nossa geração. No contexto da educação inclusiva, Sassaki (2006) revela que a humanidade passou por várias fases, dentre elas: a Exclusão, Segregação, Integração e Inclusão.
Esse nosso desafio deve ser abraçado por todos, aqui inclui se a Família, o Estado e a Sociedade. Esse tripé é de fundamental importância para alcançar resultados eficazes e chegar à verdadeira Inclusão.
Ao falarmos sobre Educação Inclusiva, logo poderá vir à sua mente a ideia de que precisamos ter escolas com rampas de acesso e banheiros adaptados para alcançarmos as metas da educação Inclusiva, porém, a definição de inclusão vai muito mais além do que investimentos em estrutura física e arquitetônica.
É preciso que as adaptações curriculares sejam efetivas, em grande porte, cuja responsabilidade está mais ligada ao estado, adaptando os seus prédios, ônibus, contratando profissionais de apoio, dentre outras medidas, e de pequeno porte, com as atuações dos professores em sala de aula, através da flexibilização curricular, plano educacional Individualizado, etc.
De acordo com o último censo do IBGE (2010), no Brasil existem cerca de 12,5 milhões de pessoas com deficiência(fonte:https://educa.ibge.gov.br/jovens/conhecaobrasil/populacao/20551pessoascomdeficiencia.html, acesso em 08/03/2020) o que corresponde a 6,7% da população, são necessárias, portanto, a adoção de políticas públicas voltadas para a inclusão.
O que queremos trazer através deste ensaio é uma reflexão sobre nossa participação, enquanto cidadão, integrante de diversas instituições responsáveis por este processo de inclusão.
Muitas vezes apontamos apenas as esferas públicas como responsáveis ou omissas quanto suas atribuições de promoção de políticas públicas de inclusão, contudo, sem tirar essa responsabilidade dos gestores públicos, queremos trazer à baila a compreensão de nossa responsabilidade enquanto família e sociedade.
Quando falávamos do tripé no processo de inclusão na educação especial, nos referimos ao que está prescrito no estatuto da pessoa com deficiência em seu § único, artigo 27: “É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação”.
Despertou-me o desejo em escrever este artigo, após participar de uma roda de conversa sobre Autismo, ocorrida na Escola Janoca Maciel, na tarde do dia 06/03/2020, com professores e membros da AMA - Associação de Mães e Amigos de Autistas, após relatos das mães de autistas sobre suas participações no processo de educação dos filhos, inseridos na rede pública de ensino regular.
O fato de as mães elaborarem relatórios, a serem entregues aos professores e coordenação pedagógica, sobre as situações específicas que envolvem seus filhos, além de acompanharem, frequentemente, o rendimento escolar do filho, isso é uma demonstração da participação efetiva da família neste processo, sendo imprescindível, tal participação.
A atuação do grupo AMA, que é uma entidade do Terceiro Setor, em ir às escolas, contribuir com seus conhecimentos, também demonstra o quão é fundamental a participação da sociedade civil organizada.
Portanto, pretende se despertar as famílias, a sociedade e o Estado, que aqui pode ser representado, desde seus gestores aos docentes, imbuídos das funções didáticas a serem verdadeiros protagonistas desde tão fundamental processo de inclusão.
Com o fortalecimento deste tripé, o processo de educação inclusiva, de fato e de verdade será efetivado, chegando a seus objetivos, norteados pelas boas práticas internacionais que regem a educação inclusiva.
Por: Marcus Periks Barbosa Krause - Pós-graduando em Educação Especial Inclusiva.
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