segunda-feira, 8 de junho de 2020

Breve reflexão conceitual sobre a gênese da CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Coluna do Pastor Walberto Magalhães Sales.
Presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pedreiras - MA.

(Foto: Joaquim Filho)

“O temor do Senhor é o princípio do conhecimento;
os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” (Pv 1.7).
O conhecimento é a elucidação da realidade. Elucidação exposta de forma sintética, mas capaz de expressar o sentido correto do resultado da investigação cognitiva. No sentido etimológico, elucidação quer dizer, “trazer a luz muito fortemente”, “iluminar com intensidade”. Assim, conhecer, equivale a iluminar a realidade, vencer o obscuro e misterioso, tornando claro, inteligível. Portanto, a luz da inteligência brilha sobre uma realidade obscura produzindo claridade que leva ao conhecimento, esta por sua vez é o meio pelo qual se descobre a essência da realidade objetiva que se manifesta por suas aparências.
Conhecer, como ato de elucidar, é o enfrentamento do desafio proposto pela realidade, no propósito de encontrar o verdadeiro sentido, a verdade. O importante para a investigação cognitiva é tornar claro, nítido, iluminado, compreendido, o objeto da sua investigação, consolidando a construção do conhecimento.
No que tange a essa construção precisamos distinguir quatro elementos: o sujeito, o objeto, o ato de conhecer e o resultado.
O sujeito é aquele que conhece, ou tem a capacidade de conhecer.

O objeto é aquele que é conhecido, o mundo exterior ao sujeito, sobre quem ele age na busca do conhecimento.
O ato de conhecer é o processo de interação que o sujeito realiza com o objeto na busca da compreensão da realidade, aplicando métodos variados, numa tentativa de extrair do objeto a sua lógica, a sua propriedade e a possibilidade de expressá-lo em forma de conceito, e nisto o objeto interage com o sujeito dando a este a oportunidade de descobrir-lhe teoricamente a sua forma de ser. O conceito não nasce de dentro do sujeito, nem da sua livre escolha, mas da adequada apropriação que ele faz do exterior, e neste caso a iluminação da realidade não é exclusividade do sujeito, e sim um processo dialético com o objeto. Quando a luz da inteligência do sujeito ilumina determinada realidade, essa mostra fragmentos da sua “luz” ou “imagem” oferecendo uma lógica de compreensão, permitindo o nascimento do conceito ou a explicação teórica.
O Resultado é o conhecimento propriamente dito, que surge da compreensão da realidade; é o conceito formulado, a explicação produzida e conhecimento é sintético, bastando a ele mostrar a lógica central das informações da realidade que mantêm a formulação do conceito.
Portanto, o conhecimento é a compreensão ou explicação sintética resultante do esforço do sujeito, por meio da aplicação de métodos de análise dos elementos da realidade, revelando a sua lógica e tornando-a inteligível. Há muitas outras concepções para a palavra conhecimento, considerando as demais formas de conhecimento como o estanque contido dentro de uma biblioteca, mas isto já escapa a proposta deste texto e a fidelidade ao seu título.
Walberto Magalhães Sales

Pastor Presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pedreiras; Bacharel em Teologia, Mestrando em Ministério Cristão; Licenciado em Letras, Especialista em Tecnologias Aplicadas a Educação e Educação à Distância; Pós-graduando em Administração Pública e Gestão Estratégica.

Nota

Alguns leitores têm me pedido para referenciar os meus textos. Peço a todos que considerem a heterogeneidade dos leitores e o veículo de publicação. Hoje é muito difícil conseguir que muitas pessoas leiam textos com mais de meia lauda. Mais ainda se este for referenciado nos termos da ABNT, que torna a leitura mais formal e consequentemente com obstrução de parênteses e outros, mas passarei a sugerir no final dos textos uma Referência de Consulta ou para Pesquisa.


REFERÊNCIAS:

BIBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.

COUTO, Geremias do. A ação educativa da igreja na pós-modernidade. In Apostila 3º
Congresso Nacional de Escola Dominical: CPAD, 2002.

GANGEL, O. Kenneth e HENDRICKS, G. Howard. Manual de Ensino para o Educador
Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.

GADOTTI, Moacir. História das Idéias Pedagógicas. São Paulo: Ática,1999.

GHIRALDELLI JÚNIOR, Paulo. As terminologias em filosofia da educação
no debate sobre formação de professores. Disponível em:
<http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_colunas/coluna_livre/id071003.htm> Acessado em: 10
de ago de 2005.

LIBANEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez Editora, 2000.

WILKINSON, Bruce. As 7 leis do aprendizado. Venda Nova-MG: Betânia, 1998.









Um comentário:

  1. Não conheço esse pastor, passei a conhecer depois que passou a postar seus escritos aqui nesse blog. Tem a minha admiração e credibilidade pela ética na citação bibliográfica da sua análise. Escritor que não cita fonte não merece ser lido. Parabéns, pastor. Ganhou um leitor e admirador.

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