domingo, 21 de março de 2021

PEDREIRENSES PELO MUNDO: Coluna do Allan Roberth

 FELICIDADE

Na última sexta-feira foi divulgado o mais novo RELATÓRIO MUNDIAL DA FELICIDADE, que indica o estado de felicidade global em mais de 150 países, com base na satisfação dos cidadãos em relação às suas vidas. É um instrumento de medição da felicidade publicado pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Esse relatório surgiu em abril de 2012, como subsidio para as decisões da Assembléia Geral das Nações Unidas, daquele ano, e tem como propósito medir e entender mais a fundo sobre o bem-estar e usar os dados para acompanhar a satisfação e qualidade de vida ao redor do mundo. 

O relatório atual indica que os idosos estão se sentindo mais felizes, talvez por conta da situação favorável nesse momento de pandemia em que muitos já estão imunizados mundo a fora. Em contrapartida os jovens estão se sentindo menos felizes talvez por conta das incertezas nesse cenário louco pelo qual estamos passando.

O aspecto da confiança no governo e nas instituições está sendo apontado como fator decisivo para o nível de felicidade apontado no relatório. O Brasil, diga-se de passagem, caiu no ranking do relatório da posição 29 para 41 o que é compreensível, segundo os métodos indicados, tendo em vista o caos que atravessa com a pandemia. 

Confesso que fiquei surpreso com a existência desse documento e ao mesmo tempo estranhei-o porque a primeira coisa que vem à nossa mente quando falamos desse sentimento é a pergunta; é possível mensurar a felicidade sendo a mesma algo tão subjetivo e instável?  

Pesquisando sobre tal sentimento encontrei a seguinte descrição: “A felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude são transformados em emoções ou sentimentos que vão desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo. A felicidade tem, ainda o significado de bem-estar espiritual ou paz interior”.

A durabilidade de um estado de plenitude ou satisfação nos coloca frente ao problema da nossa instabilidade emocional pois somos seres mutáveis. Em momentos estamos bem e aí basta acontecer um fato ou uma situação desagradável para modificar completamente nosso bem-estar e nosso estado de felicidade, permanecendo a dúvida sobre como ser possível essa mensuração. 

Levando em conta o fator da confiança nas instituições e governo, imediatamente nos reportamos a países da Ásia com alto índices de IDH, de PIB e tantos outros indicadores onde as pesquisas também apontam para o fato de que são campeões no sinistro ranking de suicídios.  O que nos levam a dissociar felicidade de qualidade de vida.

Na contramão do continente Asiático, a África assolada pela fome, guerras e tensões de todo tipo nos apresenta um povo mais feliz, festivo e confiante. E aí me vem o questionamento; será que a tal felicidade só pode ser medida do alto da pirâmide de Maslow quando todas as necessidades básicas já estiverem satisfeitas?

O Brasil, criticado mundo a fora pela passividade do seu povo contrastando com sua festividade também nos coloca em cheque diante da relação bem estar x felicidade, pois nosso povo apesar de lhe faltar quase tudo é um povo alegre, hospitaleiro. 

É impressionante a nossa marca reconhecida mundialmente que é o carnaval, onde o povo pobre, sofrido, injustiçado, desce os morros e guetos da vida e entra na passarela, onde se sente rei e rainha e mostra seu sorriso, sua felicidade ainda que por uma hora e meia, que é a duração de passagem de uma escola de samba pela Marquês de Sapucaí. 

Ali é onde faz sentido o conhecido samba enredo da escola União da Ilha do Governador de 1982; “DIGA ESPELHO MEU, SE HÁ NA AVENIDA ALGUÉM MAIS FELIZ QUE EU?”.  Esse mesmo samba que inicia com a máxima “É HOJE O DIA DA ALEGRIA E A TRISTEZA NEM PODE PENSAR EM CHEGAR."  

Encerro lembrando o refrão da música imortalizada por Ney Matogrosso, que desde a hora em que tomei conhecimento desse relatório e tive a ideia de escrever aqui sobre ele, está martelando a minha mente; MAIS LOUCO É QUEM ME DIZ QUE NÃO É FELIZ...

Allan Roberth. 

Fontes: Google, Wiquipédia.




























2 comentários:

  1. a felicidade na minha opinião existe momentos de felicidades, pois ela é feita de momentos.......

    ResponderExcluir
  2. Muito boa suas abordagens e citações inesquecíveis,Como temas de samba Espelho meu e Ney
    Mato Grosso.Mas A felicidade é imensurável, para uns momentos, para outros sempre.Afelicidade é muito mais o que temos dentro de nós do que temos no bolso.

    ResponderExcluir