CONSIDERAÇÕES
FINAIS DO LIVRO "UM ESTUDO DA VIDA E OBRA DO MARANHENSE DO SÉCULO XX"
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(José
Raimundo da Silva Filho – Zé Filho
Técnico em
Edificações
Presidente da
CODESUM - Comitê Intermunicipal de
Desenvolvimento
Sustentável do Médio Mearim)
|
Quando o meu amigo e conterrâneo
Joaquim Filho estava escrevendo a sua monografia, eu tive o privilégio de
receber do mesmo um convite para contribuir de forma simples e
tímida com algumas informações sobre o compositor João do Vale, pedreirense
que foi eleito o Maranhense do Século, e que não faz muito tempo esteve
vivendo entre nós.
Mas o convite honroso me fora feito
em 2010, período em que o acadêmico do curso de Letras da Faculdade de
Educação São Francisco – FAESF encerrara a sua graduação. Não foi
por deselegância e nem por falta de vontade que, naquele momento, eu
não pude atender ao pedido do meu amigo. Justifico que por razões de estar
na época muito cheio de compromissos e afazeres relacionados com a minha
profissão – Técnico em
Edificações - acabei não participando
do trabalho monográfico de Joaquim Filho.
Dois anos se passaram e, hoje, dia 20
de junho de 2012, eis que fui pegado de surpresa, na sala do Instituto da
Seguridade Social dos Servidores de Pedreiras, Autarquia à qual o
meu amigo estar Diretor de Benefícios, quando Joaquim Filho me mostra
a “boneca” do seu mais novo livro, ou seja, a sua monografia, cujo título
JOÃO DO VALE: um estudo analítico e
interpretativo da obra poética do
maranhense do século, adaptada para livro com o título JOÃO DO VALE: um
estudo da vida e obra do maranhense do século.
Foram duas grandes surpresas agradáveis: a de ver um trabalho
riquíssimo em informações sobre João do Vale e a satisfação de mais uma
vez ser convidado para contribuir com o livro já que não pude colaborar
com a monografia.
Então, pensei em narrar um fato
interessante, que com certeza, ficará registrado nesse maravilhoso livro,
que indiscutivelmente já é parte marcante dos anais da nossa história.
Inicio dizendo que na minha modesta
participação neste livro, para falar de João do Vale, eu irei narrar e
registrar um fato muito interessante que eu presenciei na trajetória de João do
Vale, que foi quando ele estava escrevendo a música para o Centenário do
Festejo de São Benedito, aqui em Pedreiras.
Lembro-me como se fosse hoje, que
vindo de Poção de Pedras-MA, depois de uma viagem: eu, meu pai (José Raimundo
da Silva), o saudoso “Fogo” (Esposo de Dona Maia Alzira) e João. Foi justamente
nessa viagem que João do Vale vinha escrevendo num caderno, uma música. Só que
nós não sabíamos, na época, que música, a qual ele estava fazendo.
Voltando do Poção, uma viagem feita
num jeep da antiga DNRUR – atualmente FUNASA – ao chegarmos a Pedreiras fomos
direto para a nossa casa, na Rua Frederico Bulhão, ao lado da casa onde hoje
está edificada a residência da senhora Adelaide.
Naquela época, João do Vale, sentado
debaixo de um pé de laranjeira, tomando uma cachacinha e tirando gosto com
torresmo e lima, ali, ele concluiu a letra da música. Quando João do Vale terminou de
escrever a letra da música, ele chamou o “Fogo”, e disse-lhe: “Fogo, terminei de concluir a música do
pretim.”
Eu ouvi aquilo ali, mas não sabia o
que era. E, no festejo de São Benedito, eu não me lembro bem o ano, se era 1971
ou 1972, quando a música estava tocando, o meu pai me perguntou: “Zé Filho, tu estais te lembrando daquele
dia da nossa viagem a Poção de Pedras, que João estava fazendo uma música? A
música é essa do festejo!”
Essa é uma lembrança que eu tenho e
presenciei, mas não tinha noção do que João do Vale fazia naquela época, da
mesma forma que nós não tínhamos e, somente agora, estamos tendo consciência da
importância e do valor desse grande compositor.
Das passagens interessantes de João
do Vale, essa foi uma que eu acompanhei, embora tivesse tido outras, mas
essa foi a mais importante, que foi olhar, na época, a letra, mas sem
a música a gente não tinha noção de como ela ficaria.
Depois João Voltou para o Sul; quando
retornou à Pedreiras foi com ela pronta, a qual tocou naquele festejo
que celebrou o Centenário de São Benedito na cidade de Pedreiras
e que toca até hoje no período do festejo do Padroeiro da cidade.
ANIVERSÁRIO
DE BENEDITO
(João do Vale)
Ô
pedreiras, princesa do Mearim
Todo
mundo festejando
Bate
tambor pra mim.
Benedito
completando
Seu
primeiro centenário
Parabéns
a Benedito
Pelo
seu aniversario
Salve,
salve o Benedito
Pelo
seu aniversario.
Meu
senhor São Benedito
Hoje
eu canto em seu louvor
Vou
pagar minha promessa
Que
eu fiz para o senhor
Eu
bati a vossa porta
E
o milagre a mim chegou.
Toda
pedreiras festeja
Com
carinho e com fervor
Cem
anos de milagre e festa
Do
seu santo protetor
Padroeiro
da cidade
Padroeiro
do amor.
No
dia da procissão
É
ai que agente vê
Que
se pagando promessa
Muito
grato a vósmicê
Pé
no chão, mão na cabeça
Que
é pro senhor proteger.
Quando
chega a sua festa
Eu
fico de pé ligeiro
E
quando o sino bate
Meu
coração bate primeiro
Pra
assistir a vossa missa
Do
meu santo padroeiro.
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