CENA RARA DE SE VER HOJE EM DIA: UM JUMENTO TRABALHADOR...
Enquanto não são extintos, a grande maioria dos jumentos está abandonada nas beiras das estradas BR, MA e Vicinais, causando grande perigo de acidentes e levando muita gente a óbito. Mas eles, os coitados, não têm culpa, eles são apenas vítimas da falta de amor e sensibilidade de seus ex-donos que os abandonam à merce do tempo e da sorte. Sorte? Sorte não sei do que!
Hoje a tarde, retornando para Pedreiras, na MA que liga Pedreiras à Independência, no povoado São Pedro, vi um trabalhador rural com um jumento que transportava uns jacas, uma cena rara me chamou a atenção. Logo parei, estacionei o carro no acostamento e pedi permissão para conversar com ele. Apresentei-me, disse que era blogueiro, morava em Pedreiras e que gostaria de falar um pouco com ele. Falou que tudo bem, mas mesmo assim, fez questão de fazer um gesto e ajeitou um enorme falcão que estava na sua cintura.
Depois que o senhor percebeu que eu era de paz, ficou bem à vontade e começamos a conversar. Meu foco era o jumento, pois é raro a gente ver hoje o homem do campo utilizar o jumento no trabalho campesino, pois com a modernidade, esses animais ficaram um quanto esquecido pelo homem.
Perguntei-lhe o seu nome. Ele me respondeu que era Boaz Nascimento de Sousa. Disse-o que era um nome diferente. Ele me respondeu que era um nome bíblico. Boaz tem 29 anos, mora no povoado São Pedro e trabalha com um proprietário de um terreno que vende casca de coco. Então, ele junta e faz o transporte no jumento.
Segundo Boaz, ele só transporta no animal carga leves e que são suficientes para o "bichinho" carregar. No fim do dia, leva ele para o cercado, dá comida é água, trata-o como um bicho de estimação qualquer, afinal, é com ele que ganha o pão de cada dia para sustentar a esposa e os filhos.
Perguntei para Boaz o que ele acha dos jumentos que vivem soltos nas estradas. Ele disse que a culpa não é dos jumentos. Falou que se eles vivem soltos causando acidentes que às vezes levam à morte, a culpa é dos ex-donos, sem coração, malvados, que os abandonam ao tempo, levando sol e chuva como se os animais não tivessem vida.
Segundo Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, ele disse em uma canção "Apologia ao Jumento", que o Padre Vieira já dizia que "o jumento é nosso irmão, quer queira, quer não, pois o jumento foi o maior desenvolvimentista do sertão. Ajudou o homem na vida diária, ajudou o Brasil se desenvolver. Arrastou lenha, madeira, pedra, cal, cimento, tijolo, telha, fez açude, estrada de rodagem, carregou água para a casa do homem..." E, finaliza o seu poema dizendo que o jumento é um animal sagrado, serviu de transporte para nosso Senhor Jesus Cristo quando ele iria para o Egito..."
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