terça-feira, 16 de maio de 2017

C O M P O R T A M E N T O

A “birra” reflete uma frustração da criança, diz psicopedagoga

(Foto MA10)

Segundo psicopedagoga, a birra é uma forma de comunicação encontrada pelas crianças para externar sua frustração diante do não, dos limites impostos pelos pais e pela sociedade

A criação de um filho envolve, além de uma relação de amor, muita paciência e calma. Isso porque as crianças têm, até certa idade, uma dificuldade expressar sensações e sentimentos que pode deixá-las frustradas e, assim, gerar alguns comportamentos negativos por parte dos pequenos, como por exemplo a “birra”.
A “birra” costuma surgir entre os 2 e 4 anos, quando as crianças começam a tornar-se independentes, a desenvolver suas próprias ideias, necessidades, desejos e ainda não têm condições para lidar com essas sensações.
“A palavra birra é usada para se referir a comportamentos que incomodam, geralmente emitidos por crianças que querem alguma coisa. Ela é a forma de comunicação encontrada pelas crianças para externar sua frustração diante do não, dos limites impostos pelos pais e pela sociedade”, explica a terapeuta ocupacional e psicopedagoga, Nathália Cunha Maciel, em entrevista ao MA 10.
Ela enfatiza que o ideal é que os pais não reforcem qualquer resposta que estimule esse tipo de comportamento, para prevenir que ele apareça. Contudo, em casos em que já acontecem episódios de birra no convívio familiar, é muito importante combatê-los.
“Como por exemplo: se o filho chorar por não ter ganho um chocolate e o pai não entregá-lo, mesmo que a criança chore e esperneie, este comportamento terá menor probabilidade de se repetir quando estiver em situação semelhante. É muito importante permanecer na postura inicial até a birra passar, assim a criança vai aprendendo que esses comportamentos não dão resultados”, esclarece Nathália.
Ela prossegue, enfatizando que análises de comportamento apontam que a maior parte dos comportamentos produz consequências no ambiente, tanto por parte dos pais, quanto das crianças.
Voltando ao exemplo anterior, no qual a criança pede chocolate ao pai em um momento não apropriado. Ao receber o primeiro não, ela começa a chorar e continua pedindo. Como forma de acabar com o choro, o pai cede e acaba entregando o doce.
“Concluímos, com isso, que algumas crianças produzem tais comportamentos não porque possuem sua personalidade forte ou são ‘chatinhas’, mas agem assim porque conseguem o que querem com a birra”, diz a psicopedagoga. A reação da criança reflete na consequência gerada pelo posicionamento do pai.
Ela reforça que, acima de tudo, é essencial conceder à criança espaço onde ela se sinta segura para expressar suas vontades e desejos, desenvolvendo um ambiente estruturado e acolhedor.
Para isso, ela diz que os pais devem:
– Criar uma rotina estruturada;
– Brincar com seus filhos;
– Escutar o que seus filhos têm a dizer;
– Desaprovar a conduta e não a criança, se utilizando sempre do diálogo, do olho no olho;
– Não sobrecarregar a criança;
– Dar pequenas responsabilidades para seus filhos;
– Ser positivo e dar à criança muito amor e carinho.
Fonte: MA10












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