COLUNA DO DR. ALLAN ROBERTO
A povoação
Pedreiras data de 1877. São Benedito, por nossa origem ser de fazendas
escravagistas, desde o início foi venerado por aqui. A capela, inicialmente de
taipa, em honra ao santo dos escravos, data de 1887. Já no século XX,
precisamente em 1918, foi lançada a pedra fundamental da igreja e o templo já
pronto foi entregue aos fiéis no ano seguinte. Era pequena, mas de alvenaria.
O nome Pedreiras deve-se à Pedra
Grande, localizada no povoado Transwall (em outra oportunidade falaremos a
razão desse nome àquela localidade). Sobre a Pedra há uma lenda que já deu
muito rebuliço na cidade. Diz a lenda que há por aqui uma grande serpente cuja
cabeça encontra-se sob a Pedra Grande e o rabo embaixo do templo da Matriz de
São Benedito. E, vez ou outra, quando as coisas na cidade não vão do gosto da
serpente, ela se movimenta e castiga a cidade e o povo. O cemitério aos pés da
Pedra Grande foi criado para sepultar vítimas da serpente e centenas de outras
pessoas já sumiram misteriosamente nas matas e águas em volta da Pedra ao longo
desses anos todos.
A Paróquia foi criada em 1940. E
a atual Matriz, esplêndida em sua arquitetura, belíssima, no local onde
atualmente se encontra, quando foi para ser construída, no início dos anos 40,
foi por duas vezes abaixo, misteriosamente destruída, quase ao final da obra;
até que nosso primeiro pároco, Padre Cincinato Ribeiro Rego, idealizador da
mesma, resolveu mudar a frente da igreja para reverenciar o Rio Mearim, pois as
duas vezes em que caíra, a igreja estava sendo construída de costas para o Rio
e para a serpente. De frente para a mágica Pedra Grande e sua encantada
serpente, na terceira tentativa de construção, a Matriz se sustentou e até hoje
está de pé, pois a serpente acalmou-se e entendeu-se novamente com o padroeiro.
Em 1972, um jovem Padre assumiu a
nossa Paróquia e aqui fez história – Jacinto Furtado de Brito Sobrinho. Naquela
época, a serpente estava zangada. Crianças ao tomar banho no Rio sumiam,
caçadores desapareciam, pescadores escafediam-se... Mistério e medo tomaram
conta de nossa gente. Padre Jacinto entendeu a mensagem. Precisava se entender
com a serpente e seu encanto. Conclamou seu rebanho e o levou à Pedra Grande,
escalou a inóspita Pedra encantada pela primeira vez em nossa história, cravou
uma cruz lá no topo e lá aos seus pés celebrou uma Santa Missa, fazendo as
pazes novamente da serpente com nosso padroeiro e seu devoto povo.
Novamente Pedreiras vive dias de
medo. A violência, criminalidade, droga e prostituição campeiam na cidade. A
serpente está zangada. Precisamos unir forças para que o encanto seja revertido
em socorro ao nosso povo. Benedito sai novamente de seu templo e vai ao
encontro de sua velha amiga. Precisam se entender e salvar seu povo mais uma
vez.
O porta-voz da Mensagem de Paz
dessa vez é o Padre José Geraldo Teófilo, Pároco e Reitor do Santuário de São
Benedito. Às 5 horas da manhã dessa sexta-feira, 24 de novembro, em pleno
festejo do padroeiro, novamente uma Santa Missa será celebrada aos pés da
sagrada Pedra Grande... a serpente, devota e contrita, chorará de emoção mais
uma vez... Bênçãos serão derramadas lá em nossas origens primeiras... E novos
dias de paz e prosperidade se abrirão para nossa cidade e nosso povo.
Salve, salve Benedito!
Allan Roberto Costa Silva,
devoto, cidadão e médico pedreirense.
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