Discurso de posse na Academia Pedreirense de
Letras
(Nilton Lee - Jornalista, Poeta, Escritor, Teatrólogo, Radialista e Membro da Academia de Letras de Pedreiras e Esperantinópolis-MA/Foto: Ascom) NILTON LEE: ELE AGORA É IMORTAL |
Digníssimo presidente da Academia Pedreirense de Letras,
Edivaldo Souza dos Santos, demais diretores desta honrosa instituição, confrades,
confreiras, autoridades, minhas senhoras e meus senhores, nossas saudações,
nosso boa noite.
(Acadêmico Nilton Lee recebendo das mãos do fundador da Academia Pedreirense de Letras Filemon Krause, o seu Diploma de Acadêmico/Foto: Ascom) |
Agradeço, em primeiro lugar, a expressiva generosidade com a qual
os ilustres membros desta Academia acolheram o meu nome para ocupar a cadeira
nº 15. Registro que é uma honra e uma responsabilidade ocupar este honroso
lugar nesta instituição, que é a guardiã das palavras, neste município de
grandes poetas, de homens e mulheres que lavram as letras.
(Nilton Lee, sendo acompanhado pelo confrade Allan Roberto no momento da sua posse na Academia Pedreirense de Letras/Foto: Ascom) |
Meu patrono nesta casa, Gilona Araújo, admirável figura humana
que, com a sua inteligência, deu densidade própria à vida cotidiana
pedreirense, pela sua notável atuação, sobretudo no campo do jornalismo, e
diversificados campos da vida a que se dedicou, impulsionado por uma vocação de
servir e trabalhar em favor da nossa sociedade.
Afonso Carlos Gilona de Araújo nasceu em Belém do Pará em 12
de fevereiro de 1920, casado com Maria Benigno de Araújo, de cuja união
nasceram três filhos: Afonso, Adélia e Wilna. Era jornalista responsável pelo
jornal “Vale do Mearim”, do deputado José Marques, inaugurado em fevereiro de
1949; foi locutor da amplificadora Conceição, de Vicente Benigno, inaugurada em
1952; foi secretário da prefeitura de Pedreiras na gestão do prefeito Francisco
Sá. Faleceu nesta cidade em 4 de março de 1959, com apenas 39 anos de idade,
cujos restos mortais se encontram sepultados no cemitério do alto São José. Em
sua homenagem foi denominada a rua 2 do bairro Seringal, conforme projeto do
então vereador Filemon Krause, nosso confrade.
Eu, desde a minha infância, na “Terra da Esperança” – Esperantinópolis,
onde dei os meus primeiros passos, vizinha, cidade-irmã da “Princesa do Mearim”
- Pedreiras, logo cedo aprendi a rumar para cá, como uma extensão de meu
torrão. Muitos amigos fiz por aqui ao longo desta vida, nos intercâmbios
culturais de minha juventude, na lida dos meios de comunicação que sempre nos
aproximou como pessoas e cidadãos, gente e cidades, espaços e mentes.
Pedreiras habita o meu supra habitat natural desde os
primórdios de minha existência. Na minha adolescência ainda, fui morar em São Paulo,
como muitos nordestinos de minha geração, retornei à minha terra, depois rumei
para o Tocantins, vivi em Palmas, capital daquele estado, onde cursei
jornalismo, pela Universidade Federal do Tocantins.
Há 10 anos, depois de muito caminhar, parei aqui. Não por
acaso, mas movido pela minha paixão por esta terra, principalmente por sua
efervescência cultural. Jornalista por formação, me sinto na obrigação de ser
um, dentre tantos, narradores do cotidiano desta gente que irradia luz de
alegria, de beleza e de vida, que enxerga o sol pelos espelhos d´água do Rio Mearim
que nos banha, que nos lava a alma e nos tira as impurezas diárias que a vida
nos impõe.
Terra de Gilona Araújo, João do Vale, Corrêa de Araújo, de
João Barrêto, do Joaquim Filho, do Samuel, do Edivaldo, Darlan, Allan Roberto,
e todos que aqui estão, neste momento, dividindo comigo a alegria de tornar-me
um membro deste seleto grupo.
Ao ver-me alçado a essa turma, diante de tantos grandes
escritores e artistas das letras e das artes sentados à minha frente e ao meu
lado, toma conta de mim um orgulho que não consigo esconder, em vista que trago
o jornalismo e a literatura em meu sangue. A mim e a todos que aqui estão
presentes, repousa essencialmente na eloquência com que sonhamos, no esforço
com que reforçamos a edificação sólida da Academia Pedreirense de Letras, nosso
patrimônio. Que esta instituição sirva
de abrigo às nossas aventuras e propicie maior valor à língua portuguesa.
Como já exposto, não sou filho desta terra, mas me considero
um pedreirense de coração. Sinto-me um cidadão que, à sua maneira e dentro de
suas possibilidades, está contribuindo para que a história de Pedreiras se
emoldure no progresso, não apenas das letras, mas em todos os parâmetros. Já
plantei a minha árvore, já entrelacei minha vida com a vida deste povo, e hoje
vejo em minha neta, Marina, nascida neste solo, a missão de dar continuidade à
semente que plantei, planto e ainda plantarei para uma colheita frutífera que o
futuro nos trará.
Confesso acreditar na aventura humana, no direito que nos
assiste de exaltar, através da narrativa, esta enigmática viagem que estreamos
todos em direção ao centro de nós mesmos.
Estou hoje servidor público, da equipe da assessoria de
comunicação da prefeitura de Pedreiras. Penso ser oportuno destacar ainda, que
a minha contribuição hoje, como membro do governo municipal nesta gestão, com a
missão árdua, porém prazerosa de informar aos cidadãos das ações
governamentais, posso contribuir para o engrandecimento não apenas da gestão
atual, mas para com a comunicação institucional de maneira ampla.
Quero ser partícipe da vida cidadã pedreirense, pois ao longo
desta vida e de toda a experiência acumulada, me sinto cada vez mais convicto
de que sozinho, ninguém chega a lugar algum. Somos um povo, somos juntos uma
potência; se unidos, somos gigantescos e imbatíveis.
Sou membro da Academia Esperantinopense de Letras, onde ocupo
a cadeira nº 2, cujo patrono é o poeta pedreirense João de Sá Barreto. Tornar-me
a partir desta inesquecível data, membro integrante da Academia Pedreirense de
Letras, é motivo de imensa satisfação e orgulho; da mesma forma que entendo ser
para os demais novos imortais.
Este momento é, sem dúvidas, uma oportunidade singular para
todos nós, para reafirmarmos o nosso compromisso com a “cultura da língua
nacional” e com o apego literário de aprazível valor em favor da arte. Quis o
destino que eu ocupasse, graças à generosa acolhida dos meus pares, a cadeira
nº 15 da Academia Pedreirense de Letras.
Quero de forma especial agradecer a quem atuou diretamente
para a minha imortalidade aqui na academia pedreirense de letras, Joaquim
Ferreira Filho, meu padrinho nesta indicação; ao nosso presidente Edivaldo
Souza dos Santos e aos demais imortais que permitiram que eu ocupe espaço nesta
respeitável instituição, por terem aceitado o meu nome para esta renomada
confraria.
Nesta direção, destaco a importância desta casa das letras
para a preservação da cultura, da escrita e da memória pedreirense, maranhense
e brasileira. E conclamo a todos para que não sejamos “homens de fardão”
engessados nas reuniões internas, mas que nos tornemos membros efetivamente
solidários às causas sociais. Agradeço a acolhida nesta casa, o apoio dos
confrades e confreiras; agradeço a presença de todos nesta solenidade, e de forma
especial, quero agradecer a Deus, à minha esposa Sandra, aos meus filhos,
genro, nora e minha neta Marina.
Encerro com um pensamento do poeta chileno Pablo Neruda. “Escrever
é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No
meio você coloca as ideias.”
Muito obrigado!
Uma boa indicação e o melhor discurso da noite. Nilton é muito bom no que faz. Esse eu conheço e tenho orgulho de ser colega de trabalho.
ResponderExcluirAscom