Coluna do Dr. Alexandre Assaiante - Pré-candidato a Prefeito de Pedreiras-MA.
Essa pergunta me inquieta, desde antes do início dessa grave crise sanitária que ora vivemos. No ano passado, quando então se deu a partida para a contagem regressiva dos 100 anos de Pedreiras, confesso que esperei a realização, ou a abertura, de um verdadeiro canteiro de obras na cidade; afinal, não é todo dia que se comemora um centenário. Infelizmente isso não aconteceu, a não ser o anúncio de uma grande festa com uma renomada banda nacional, que por sinal já foi até cancelada.
O tempo foi passando e a INÉRCIA DO GOVERNO MUNICIPAL foi ficando cada vez mais evidente, nem relógio para contagem regressiva da grande data foi instalado na cidade. A contagem era feita apenas na cabeça de quem queria.
De 2019 para cá, nada mudou nesse sentido. Tudo continua do mesmo jeito, sem grandes novidades, a não ser a cheia do Rio Mearim que causou verdadeiro tumulto na cidade e a pandemia do COVID-19 que pegou todos de surpresa. O mundo parou, no entanto, antes do mundo parar, Pedreiras já havia parado.
Reflitamos um pouco e voltemos aqui para o ano de 1970, ano em que Pedreiras fez 50 anos. Imaginem aí como era a vida nesta pacata cidade do interior do Maranhão. imaginaram? Raríssimos carros, poucas televisões, pessoas simples, sem internet, sem celular, sem asfalto, infraestrutura comum, sendo a arquitetura e urbanismo coisas de outro mundo. Um ambiente bucólico e linear, assim eu suponho.
Pois pronto, foi nesse cenário que se construiu uma das mais emblemáticas e grandiosas obras de Pedreiras, A PRAÇA DO CINQUENTENÁRIO, com o seu monumental obelisco de mais 15m de altura e pompa. Uma obra faraônica, para a época, construída no meio da simples cidade, que representou toda a glória do momento festejado. A festa passou, mas o presente continua aqui entre nós, mesmo 50 anos depois.
Estamos em 2020, ano dos CEM anos de nossa cidade, e o que deixaremos de legado para as gerações futuras? Qual presente nos será dado nesse dia? Acho que nada, pois absolutamente NADA está pronto para ser entregue no próximo dia 27 de abril. A cidade não se preparou para o seu grande dia. A aniversariante está mal vestida, mal maquiada e mal arrumada para a sua própria festa. Pedreiras é, infelizmente, uma senhora abandonada.
Serão CEM anos, SEM hospital próprio, SEM colégios construídos, SEM esporte valorizado, SEM geração de renda sustentável, SEM juventude participativa, SEM um plano de desenvolvimento rural, SEM uma cultura viva, SEM NADA. Pedreiras segue, lamentavelmente, à deriva de sua própria sorte.
Não adianta dizer que a culpa da ausência de festa é do coronavírus ou da enchente do grande rio, porque não é. Um grande evento não se prepara em um mês, período em que se iniciou todo esse reboliço. A culpa é, na verdade, da rotineira falta de planejamento do prefeito e sua equipe. Eu até entendo que a suspensão das festividades seja saudável, pois o momento assim exige, o que não é admissível é usar essa situação de calamidade pública para tentar justificar a falta do que celebrar nos 100 anos de nossa cidade.
Com cheia ou sem cheia, com covid ou sem covid, NÓS NÃO TERÍAMOS O QUE FESTEJAR NOS 100 ANOS DE PEDREIRAS, POIS NADA FOI FEITO PARA REPRESENTAR ESSE MOMENTO.
Não se prepararam para a festa, ainda que a mensagem pós eleição do atual governo foi a de que ele havia sido o escolhido para honrar a cidade no seu centenário. Erraram e, mais uma vez, as previsões da gestão falharam.
Já que não se organizaram para a construção de um colégio ou um hospital, tenho certeza que a população ficaria feliz com pelo menos a construção, ainda que repetitiva, de um outro obelisco representando os 100 anos de Pedreiras, mas nem isso teremos. Essa data será pobre e ficará marcada em nossa memória apenas pelo vazio da sua celebração. Nem festa e nem presente, tão somente uma vaga lembrança, uma triste lembrança.
E assim PEDREIRAS, NOSSA TERRA AMADA, viverá seu centenário, SEM NADA. Mas a esperança de que dias melhores estão por vir, nos estimula a seguir em frente e continuar lutando por essa cidade que tanto amamos.
Avante!
Alexandre Assaiante
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