Coluna do Pastor Walberto Magalhães Sales - Presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pedreiras-MA.
(Foto: Joaquim Filho)
A cultura não é instituição divina nem maligna, mas o resultado do que fazemos com a natureza que de Deus recebemos.
Para SILVEIRA BUENO a Natureza pode ser entendida como: o conjunto dos seres que formam o universo; força ativa que estabeleceu e conserva a ordem natural de tudo quanto existe; ordem natural do Universo. Deste macrocosmo o homem faz parte, e a ele, com as suas leis, está sujeito. Todavia o homem possui sua própria natureza, a Natureza Humana, compreendida como a essência ou condição própria do ser: temperamento, caráter e constituição do corpo. O homem se diferencia dos outros elementos da Natureza pela capacidade de pensar (conhecer), falar e agir livremente, ou seja, a natureza humana permite um relacionamento ativo com a própria Natureza (ordem natural do Universo). Assim o homem é capaz de modificar a Natureza em muitos aspectos e por consequência modifica a si mesmo em um processo temporal.
A Cultura é o resultado das decisões e ações que os homens efetuam sobre a Natureza, geralmente com o propósito de legislar sobre a interação com ela e com a sociedade. Na concepção kantiana, a Natureza é o reino das casualidades ou das necessidades, enquanto a Cultura é o reino da vontade humana, da ação dotada de liberdade e finalidade e que se exprime na ética, na política, nas artes, nas ciências e na filosofia. Assim: a Natureza é conjunto das coisas submetidas às leis naturais de causalidade, que são universais e necessárias e a Cultura é do reino da moral, ou seja, das ações humanas realizadas por uma escolha voluntária segundo finalidades racionais.
A Cultura é instituída no momento que os humanos determinam para si mesmos regras e normas de conduta que asseguram a existência e conservação da comunidade e por isso devem ser obedecidas sob pena de punição. A sexualidade e a culinária introduzem a dimensão simbólica ou cultural da vida humana segundo a antropologia.
A proibição do incesto é para a maioria dos antropólogos a primeira lei humana (inexistente entre os animais). A normalização da sexualidade humana, esta deixava de ser apenas a satisfação imediata de uma necessidade biológica, passando a ser definida por regras que instituem o permitido e o proibido na expressão do desejo. Era o início da construção de sentidos e valores que representaria o distanciamento do homem do estado bestial, estabelecendo a diferença deste em relação aos animais.
A segunda lei humana parece ter sido a lei da separação do cru e do cozido. A exigência de que os humanos comam alimentos que passaram pelo fogo coloca a culinária no ponto inicial da cultura. A alimentação deixava de ser apenas uma questão de sobrevivência, ganhando valores própria e exclusivamente humanos.
O conceito de cultura se modifica diacronicamente. Na era clássica significava: cultivar, criar, cuidar. Na antiguidade romana a concepção de cultura passava por três dimensões principais: o cuidado do homem com a Natureza – agricultura; o cuidado dos homens com os deuses – culto (trabalho espiritual) para se referir aos ritos religiosos; e o cuidado com a alma e o corpo das crianças em sua educação e formação. Nessa acepção a cultura era o aprimoramento da natureza humana através da educação. Era o cultivo do espírito da criança para torná-la membro virtuoso da sociedade pelo aperfeiçoamento das qualidades naturais (caráter, índole e temperamento) e o cultivo do corpo através da dança e da ginástica preparando-o para as atividades da guerra. Nesse período a pessoa culta “era fisicamente bem preparada, moralmente virtuosa, politicamente consciente e participante, intelectualmente desenvolvida pelo conhecimento das ciências, das artes e da filosofia” (Marilena Chaui). A partir do século XVIII, cultura passa a significar os resultados e as consequências da formação ou educação dos seres humanos, resultados expressos em obras, feitos e instituições: as técnicas e os ofícios, as artes, a religião, as ciências, a filosofia, a vida moral e a vida política.
A cultura é inquestionavelmente um produto humano, originalmente direcionado ao bem, ao belo, ao correto e santo, portando a Deus, mas nas eras antropocêntricas, como a atual, muito do que se pretende ser cultural é mesmo um reflexo do desvario da própria natureza humana, na sua tentativa de plenificar a sua liberdade pela negação do divino, e consequentemente das virtudes a ele relacionadas; criando uma polaridade entre supostas culturas do bem e do mal.
Walberto Magalhães Sales
Pastor Presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pedreiras; Bacharel em Teologia, Mestrando em Ministério Cristão; Licenciado em Letras, Especialista em Tecnologias Aplicadas a Educação e Educação à Distância; Pós-graduando em Administração Pública e Gestão Estratégica.
Passando para abraçar meu amigo Joaquim Filho, amigo de infância, rua nova x rua do jarro, disputas intensas ao meio dia, enfim, mas o que me traz nesse comentário e externar minha alegria pela parceria firmada a este homem de Deus Pr Walberto, um expoente, uma capacidade incorporada em humildade, servo que muito me inspira pwlo forma como ver Deus, como ver o evangelho e como ver a religiosidade. Tenho aprendido muitissimo nesta fonte e nesta tenho crescido espiritualmente.Meus aplausos a este blog, a sua coordenação e ao meu amigo Joaquim Filho por ter uma visão holística desse processo existencial.
ResponderExcluirProf.Ms.Inaldo Alves Santos Filho.