Quando vamos ficando
velhos e experientes as pessoas mais novas e que pouco viram da vida, elas não
nos conhecem, não sabem da nossa história e, em detrimento disso, nos ignoram e
passamos a ser para essa nova geração apenas um velho que circula pela solidão
das ruas. É triste? É. Mas todos que viverão até à boa idade, verão que é
verdade o que estamos a falar.
Ontem (13), à noite, a
pedido do meu neto, eu fui levá-lo ao parque que já está armado no Anfiteatro
Dom Jacinto à disposição da criançada e também dos adultos que acompanham seus
filhos para darem uma volta e também dá uma rodada nos brinquedos que são
oferecidos pelo mesmo.
Meu neto rodava em
determinado brinquedo, minha esposa e minha filha ao lado esperando-o e, eis
que avisto em outra modalidade, lá estava um senhor, também aguardando o neto.
Tratava-se do Senhor Elias Bezerra, um dos empresários fortes das décadas de 70
e 80, ex-proprietário do Café Denilce, que naquela época era o melhor e mais
conceituado café da região, pois, segundo o Senhor Elias Bezerra, era torrado e
moído na hora. O cliente chegava e pediu uma quarta de café, e tudo era feito
mecanicamente em questão de segundos, na presença do cliente que saiu com o seu
café quentinho e com um cheiro agradável.
Foi um tempo muito bom.
Pedreiras não era a cidade que é hoje. A Trizidela do Vale ainda era bairro.
Foi um período de ouro para o desenvolvimento e a economia da cidade com a
produção em série de arroz, banana e outros produtos agrícolas que ninguém
precisava importar como hoje.
E, esse cidadão, a quem
eu tenho grande respeito e admiração, foi naquele período muito importante para
o crescimento da cidade. Impressionante, era que a Torrefação do Senhor Elias,
todos os funcionários eram a esposa (saudosa Messias) e os filhos, que todos os
dias estavam no batente torrando, moendo e fornecendo o melhor e mais gostoso
café da cidade.
Perguntei para o Senhor
Elias Bezerra se ele ainda se lembrava do slogan e da locomarca do café.
Disse-me que não lembrava mais e que não tinha nada em seus arquivos daquela
época, como as embalagens, etc. A torrefação ficava logo depois da ponte,
sentido Pedreiras/Trizidela, nos primeiros prédios do lado esquerdo, se eu não
estou enganado, funciona uma funerária atualmente.
Reencontrar o Senhor
Elias Bezerra é sempre um motivo de alegria para mim. Seus filhos foram meus
amigos de infância e colegas de aula. Sua filha Denilce, foi minha companheira
de serviço na Caixa Econômica Federal em 1986. A sua saudosa esposa, Dona
Messias, foi madrinha de crisma de minha irmã Joselita.
Que Deus dê muitos anos
de vida e saúde para esse homem honesto, trabalhador e fiel aos seus princípios
cristãos. Que eu possa sempre reencontrá-lo nas ruas, nas avenidas e parques da
vida.
(99) 98110.3668
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