domingo, 4 de dezembro de 2016

NONATINHO QUER SER CANDIDATO A SECRETÁRIO DE CULTURA

"...Eu sou artista, eu sou um imitador, por isso quero ser candidato..."

(Raimundo Rodrigues Damascena "Nonatinho" - Foto: Mariza Lima)

Semana passada o blog do Joaquim Filho recebeu uma visita de uma personalidade ilustre da nossa cidade, uma pessoa que já se tornou folclórica e bastante popular em nossa cidade, devido a filosofia de vida que vive: um ser livre, que vai e vem para onde quer, tem acesso em todos os lugares da cidade, desde a humilde casa até à mansão mais nobre. 

Nonatinho nos procurou para dizer que quer ser candidato a Secretário de Cultura do município de Pedreiras-MA. Segundo ele, se diz ser um exímio imitador. Como imitador é artista, ele se acha no direito de colocar seu nome para a apreciação da classe. 

Anos atrás, nós fizemos uma biografia para falar um pouco da sua vida e, saiba agora, você leitor de fora de Pedreiras, quem é Nonatinho. 

A biografia nasceu com o intuito de narrar a vida das pessoas, e, segundo o termo etimológico da palavra, significa: bio (vida) + grafia (descrição); História da vida de uma personalidade. Quem porventura já viu estampada num livro ou revista a Biografia de alguém que não tenha nenhuma importância na sociedade? Realmente não é comum! Eu nunca vi! 

A nossa crônica de hoje nasce com uma proposta audaciosa, e mais: quer ser impactante e quebrar todos os protocolos e rótulos instituídos por uma sociedade arcaica, farsista e preconceituosa, que não admite no seu núcleo os especiais, os diferentes. 

Raimundo Nonato Alves Damascena, conhecido popularmente por Nonatinho, é rebento do casal Antonia Rodrigues Damascena, piauiense e Raimundo Rodrigues Damascena, cearense. Nasceu em data de 31 de agosto de 1977, na cidade de São Benedito, no Estado do Ceará. 

Quando seus pais imigraram para o Maranhão, Nonatinho ainda era um bebê, e escolheram para viver a cidade vizinha de Igarapé Grande, local onde ainda hoje mora a sua família. 

Você está observando, caríssimo leitor, que por mais que uma pessoa seja largada, ela tem uma família. Nonatinho também tem a sua, ele não veio parar aqui num disco voador ou qualquer desses objetos voadores não identificados. Aí está a prova que todos nós temos uma identidade, características e referências. 

Nonatinho ainda lembra muito bem que chegou aqui em Pedreiras no ano de 1988, trazido pelo Beto Maranhão. Segundo ele, Pedreiras é o grande amor da sua vida, foi a terra que lhe acolheu, embora levando a vida que leva. Diz ter iniciado seus estudos em Igarapé Grande, e em Pedreiras estudou no colégio Carlos Martins, até a primeira série. 

Sua primeira morada em Pedreiras foi o prédio do Tiro de Guerra 10-008, localizado à Rua da Prainha, na época em que o comandante do Quartel era o Sargento Ernildo. Depois morou na Rodoviária, Hospital Hélia Fernanda, Policlínica São Jorge, Prefeitura Municipal de Pedreiras, nas Administrações Edmilson Filho e Raimundo Louro. Atualmente está pernoitando no prédio da Mearim Motos, com autorização do Proprietário Mário e do Gerente da mesma, senhor Marcílio. 

Houve um tempo que fazia suas refeições na casa do senhor Edimilson Gonçalves Alencar, na Rua Oscar Galvão, e que agora as faz no Hotel Ceará, graças à generosidade da sua proprietária, a senhora Jesus e o seu filho Kleber. 

Nonatinho não esconde a sua gratidão para com as pessoas que, segundo ele, lhe tratam como gente de verdade, que não lhe negam um prato de comida e nem batem com a porta na sua cara: Carlos Nascimento, funcionário da Comabel; Mônica, na Rua da Prainha; Pai do Vereador Jossival; Dona Jesus e Kleber no Hotel Ceará; Deusa Helena, na Rua Corinto Nascimento e Raimundo Louro, onde goza de livre acesso na sua residência. 

Durante o dia, costuma fazer alguns “bicos”, entregando folhetos de loja, fazendo mandados, depósitos em banco etc, para descolar o trocado do cigarro, um antigo vício que o acompanha. Confessa não tomar bebida alcoólica e nem é da sua índole tomar gosto com as pessoas. 

Nonatinho não é nenhuma personalidade de destaque na nossa sociedade: não é juiz, promotor, advogado, militar, médico, dentista, professor, empresário, político, pastor, padre etc., mas com certeza tem mais dignidade do que muita gente que ostenta poder, religiosidade e dinheiro na sociedade. 

Independente desses Títulos de Cidadão que costumam dar para quem aqui morou menos de um ano e foi embora, Nonatinho já é um cidadão pedreirense, pois é aqui que ele vive. É dono da sua própria vida e da sua liberdade. Sem patrão, sem esposa, sem filhos, vive no mundo como um passarinho, voando livre para todas as direções. 

Sua diversão é andar, andar, andar... Costumo brincar com ele quando o encontro pelas ruas, dizendo-lhe que ele parece a necessidade. Ele parece estar em todos os lugares ao mesmo tempo: nas ruas, avenidas, praças, festas, serestas, lanchonetes, postos de gasolina, shows, comícios, residências, becos e calçadas. Onde se imagina, lá está o Nonatinho. É impressionante! 

A vida desse Andarilho não se resume em poucas laudas. Aqui não estão registrados os causos e as histórias que fizeram desse ser uma figura folclórica. Quem sabe, num futuro bem próximo, algum escritor de nossa cidade possa escrever um livro sobre Nonatinho. 

Essa crônica concretiza um desejo e um compromisso que eu tinha de um dia homenageá-lo, não como um “coitadinho”, mas como uma pessoa que tem o seu jeito próprio e filosófico de ser e viver. 


Um comentário:

  1. Parabéns pelo belo texto. A partir de agora tem todo meu apoio, nonatinho para secretário de cultura. .

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