segunda-feira, 4 de junho de 2018

Mãe Cafusa: Gratidão é um sentimento que nunca deve morrer!

Tudo passa! As pessoas se vão! Mas realmente da vida só se leva o amor!
(Com Dona Cafusa, uma senhora que marcou a minha infância no antigo bairro Tresidela, em Pedreiras-MA.)


Houve um tempo na sociedade pedreirense que a família era a maior referência, era o alicerce sólido, o porto seguro, e tudo na vida de uma pessoa. Além de termos o amor dos nossos pais, avós e tios, existiam também aqueles vizinhos que pareciam ser da mesma família. Em outras palavras, até as décadas de 60, 70 e 80, as pessoas viviam como em uma grande fraternidade. Todos se preocupavam com todos, mas no sentido de ajudar na hora da doença e da morte. As pessoas sentavam a tardinha e a noite nas calçadas para conversar. Hoje a preocupação é diferente: as pessoas querem ver as outras mortas e bem enterradas. 


Semana passada, eu tive o prazer de encontrar dentro de uma loja, no cento comercial de Pedreiras, uma senhora que marcou a minha infância e a minha adolescência. Ela, morava na Rua do Campo; e, eu, na Rua Primeiro de Novembro, uma distância apenas de cem metros, mas era a mesma cousa de ser vizinho de parede colada.

 

Estou falando de Dona Cafusa, uma mulher respeitada, trabalhadora, que muito lutou para criar e educar uma extensa prole de filhos. Seu esposo era pescador. Passava a noite que Deus deu, pescando. Durante o dia ia vender seus peixes pelas ruas de Pedreiras. Ainda guardo na memória a imagem do senhor Floriano, com o cambo de peixe na mão e oferecendo aos seus clientes. Vendia também na feirinha do peixe, no Mercado de Pedreiras-MA.

 

Cafuza não era somente vizinha e a mulher que morava no mesmo bairro. Cafusa era como uma mãe, pois naquele tempo, os meninos, além de ter respeito pelos pais, viam nos vizinhos a imagem de uma autoridade as quais tinham como obrigação estender obediência e respeito. Estava na rua fazendo algo de errado, Dona Cafuza chegava e mandava ir para casa na mesma hora. E, ai de nós se não fôssemos. 


Reencontrar com essa doce mulher foi-me um bálsamo para a alma. É viajar em um tempo bom da vida, em que tudo era fantasia, mas que nos fazia felizes. 

Atualmente, ela está morando na Nova Pedreiras, muita gente correu das enchentes e do sofrimento que o Mearim impunha para muitas famílias. Tudo que a gente construía com sacrifício, as águas levavam em um piscar de olhos. Tempos difíceis que muita gente passou, sofreu, mas venceu.
 
Daquela época, muita gente já partiu dessa vida, inclusive o senhor Floriano, seu esposo, mas Cafusa segue firme, viva, dura, sóbria e com o coração cheio de bondade.  

  













Pedreiras Construções - no Goiabal

2 comentários:

  1. Parabéns pela delicadeza de sua. Materia, dona cafusa é uma coisa de tão fofa .... 🙏🏾😍

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  2. Camarada Quinha, me emocionei com a homenagem. Dona Cafuza é um membro especial das nossas famílias trizidelenses. Só para complementar a homenagem: "seu" Floriano usava tamancos de pau - altamente genuíno.
    Parabéns grande Joaquim pela matéria. Ass. Joselito

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