quarta-feira, 13 de maio de 2020

Hoje o bairro do Mutirão amanheceu triste e vazio!

"Zé Mendengue" hoje deu um até breve para todos nós!
(Foto enviada por Emanuela Silva, via "Messenger", em 13.05.2020, às 05h47)

Hoje, dia 13 de maio de 2020, o nosso irmão JOSÉ SOUSA FILHO, o "Zé Mendengue", se libertou verdadeiramente. Libertou-se desse mundo de dor e sofrimento. Ele agora vive uma nova vida. É um homem livre de verdade, com direito a ser recebido com um grande banquete na casa do Pai, que já o recebeu de braços abertos, esperado por uma legião de anjos que saúdam o mais novo morador do Céu. 

Logo após ficarmos sabendo da triste notícia, fomos à residência da família, no bairro do Mutirão. Encontrei o filho Valber sentado em uma cadeira, na varanda da casa. Valber nos informou que seu pai faleceu às 2h30 da madrugada e por volta das 5h da madrugada já tinha sido sepultado, no cemitério do povoado Olho D'água. 

Ficamos a prosear. Nada de choro e tristeza. Aquele filho que cuidou do seu pai como nós cuidamos do nosso até a morte, tinha na alma a certeza que o pai fez uma viagem para um lugar de paz. 

Abriu a alma e o coração e falou com orgulho do pai, um homem digno, honesto, trabalhador, que no passado teve uma vida social bem ativa.

Nasceu em São Luis Gonzaga-MA, em 08 de setembro de 1933, um mês antes de João do Vale, veio morar em Pedreiras e aqui fez história. 

Foi presidente do Sindicato dos Estivadores de Pedreiras, fundador do time de futebol Arsenal, foi um exímio jogador de futebol, Presidente da Liga Esportiva Pedreirense, um grande incentivador e muito lutou junto à administração pública para que o Estádio Pilizão fosse construído, foi presidente da Associação dos Moradores do Bairro do Mutirão, enfim.
(Foto retirada da Internet, em 13.05.2020, às 15h40)

Mas a sua grande arte mesmo foi ser sapateiro. Segundo o seu filho Valber, "Zé Mendengue" chegou a fazer as botas que os atiradores do Tiro de Guerra usavam nas décadas de 60 e 70.

Gerou 15 filhos. Partiu com 88 anos. E, hoje foi recebido pela consorte Maria Raimunda Silva Sousa (in memoriam) que o esperava com muita saudade.

Um grande abraço, senhor "Zé Mendengue"! Fica na paz! Obrigado pelo seu exemplo e por tudo de bom que plantou nessa terra que você viu tornar-se CENTENÁRIA.

(Foto enviada via "Whatsapp" por Yung, em 13.05.2020, às 9h)


"...Mundo mundo vasto mundo

Se eu me chamasse Raimundo
Seria uma rima, não seria uma solução
Mundo mundo vasto mundo
Mais vasto é meu coração..."

Drummond


(Foto: Joaquim Filho, em 13.05.2020, às 10h)

MARCHINHA PARA ZÉ “MENDENGUE”

(Letra e Música: Joaquim Filho)

Dona Raimunda cadê “Seu” Zé?
Cadê “Seu” Zé “Mendengue”?
Dona Raimunda cadê “Seu” Zé?
Cadê “Seu” Zé “Mendengue”?

Dona Raimunda cadê “Seu” Zé?
“Me diga” onde ele “tá” que eu vou onde “tiver.” (2x)

O carnaval de Pedreiras é só emoção!
Mas com sapato furado não dá pra pular.
Cadê “Seu” Zé “Mendengue”?
O meu sapato ele vai ter que consertar!
Cadê “Seu” Zé “Mendengue”?
O meu sapato ele vai ter que ajeitar!


O carnaval de Pedreiras já está chegando!
Mandei fazer minha fantasia,
Mas uma coisa está me preocupando,
É o buraco no meu sapato.
Se Zé “Mendengue” não consertar,
Meu carnaval eu não vou pular.

 Pedreiras (MA), 2017
















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