domingo, 12 de maio de 2019

Cuidar da criança é construir um adulto feliz!

Coluna do Padre José Geraldo Teófilo
Reitor do Santuário de São Benedito
Pedreiras - Maranhão - Brasil

Queridos Leitores, como sempre gosto de partilhar com vocês alguns pensamentos que brotam do meu coração de padre,  venho ao mesmo tempo, trazer-lhe  a minha preocupação com o desenvolvimento de nossas famílias em nossos dias.

(Sagrada Família de Nazaré - Foto ilustrativa, retirada do Google Imagem, em 12.05.2019, às 7h56)

Para não falar bobagem e não divagar, busquei timidamente  o auxilio da psicologia que dentro de tantas abordagens reforça o que ora levo ao seu conhecimento. A minha luta neste santuário em Pedreiras é uma só: proteger a infância para não vermos um futuro vazio de VAZIOS.

(Santuário de São Benedito em dia de festa/Foto: Henrique Pedras Verdes)

A realidade tem nos mostrado que a infância vem sofrendo muito: pais alcoolizados, estressados, ansiosos, sem paciência, ignorantes, mal humorados, com suas frustrações a flor da pele, sem abertura para o conhecimento, muitas vezes culpando os filhos ou descontando nos mesmos os insucessos herdados e cultivados no decorrer das suas vidas!

É na infância que construímos o alicerce para o nosso “eu” adulto, então, as vivências nessa fase poderão definir o modo como iremos nos portar ao longo da vida. Que pena que esse alicerce em muitas famílias é mal construído... é só notar a sociedade de adultos que temos...

(Foto ilustrativa, retirada o Google Imagem, em 12.05.2019, às 08h02)

Infelizmente desconhecem o poder da influência dos acontecimentos na infância ao longo da vida do indivíduo. Desse modo, fica claro que o que aconteceu na nossa infância acompanha-nos pela vida inteira. Explico:  Uma experiência dolorosa poderá resultar em diferentes consequências emocionais na vida daqueles que a sofreram.

Se nem todo adulto possui imunidade emocional capaz de “blindá-lo” contra possíveis danos emocionais, imagine uma criança em toda sua fragilidade. Agora entendo, porque vemos tantas crianças agressivas, outras quietas, anônimas, outras estáticas, outras tímidas, outras sem brilho no olhar...Mas vejo adultos da mesma maneira, alguns conseguindo superar. Enquanto outros ficaram emocionalmente presos àquele episódio independente do tempo que tenha passado.

(Foto ilustrativa, retirada do Google Imagem, em 12.05.2019, às 8h03)

Tenho presenciado nos atendimentos aqui na Casa Paroquial adultos cheios de medos, fobias, coragem, persistência, desanimo, inseguros, cheios de complexos, sem reação... Você pode completar o resto, pois acredito que saibam mais do que eu...

Não precisa ler nenhum livro de psicologia para entender que uma criança que foi o tempo todo criticada, tachada de burra, rejeitada, mal amada quando fica adulta, está condicionada que errar seja algo inadmissível, o que poderá configurar em um limitador do seu potencial criativo. Quantas pessoas adultas ficam na mesmice da vida, têm medo de tudo, paralisam, se acomodam, tornam-se imobilistas, adoecem quando alguém tenta dar até uma sugestão. São pessoas que não conseguem tomar iniciativas, fracas em decisões, medo de sentir-se fracassada, medo do olhar do outro e até ser punida, ou melhor vivem se culpando o tempo todo e se punindo...

(Foto ilustrativa, retirada do Google Imagem, em 12.05.2019, às 8h06)

Já a criança que teve o apoio dos seus, mesmo diante das suas peraltices quando crianças, não foram tolhidas, sentiram-se amadas, têm mais facilidade de vivenciar as dores, os nãos, as decepções na fase adulta... têm iniciativas, acionam o poder da busca e sabem dar sentido a cada átimo de segundo. Sabem que a vida é feita de fracassos e derrotas e aprender com os erros é a grande virtude que se pode cultivar.

Comparo este pensamento, muito com a águia e a galinha, não me levem a mal... Existem muitas pessoas com potenciais de águia, tem uma percepção mais longínqua, um entendimento melhor... isso é o resultado que não foram detonadas na infância. Mas conheço pessoas vivendo como galinhas, ciscando para trás e, como diz a psicologia: “provavelmente, a raiz desse modo de viver está lá nos primeiros anos de vida.” 

(Foto ilustrativa, retirada do Google Imagem, em 12.05.2019, às 08h17)

Infelizmente, muitas pessoas nasceram e ao mesmo tempo foram FORMATIZADAS, tolhidas em todos os SENTIDOS. Tenho chamado a atenção para toda infância, bem como os mil dias principalmente. Nós tivemos a oportunidade de fazer a grande Conferência na Matriz Santuário com dois grandes médicos estudiosos na área filhos de Pedreiras : Dr. Walber Crruz e Dra. Helma Maciel.

Por oportuno, expresso que tenho ficado indignado com algumas pessoas que mostram que as crianças que sofrem são as  mais pobres, ou seja, porque vivem na pobreza material, achando que a pobreza material é quem define as dificuldades que ora apresento. 

Não vejo assim e sou extremamente contra esse pensamento. Ocorre que há uma interpretação equivocada sobre o conceito de criança feliz. A lei do mercado consumista nos leva a acreditar que uma criança, para ser feliz, precisa ter simplesmente coisas e mais coisas.  Os pais precisam saber que as crianças precisam de afeto, de contato físico, de brincadeiras que estimulem a criatividade e a interatividade. Agora entendo porque os NETOS SÃO APAIXONADOS PELOS SEUS AVÓS: contam estórias, cantam músicas, fazem de tudo para despertar um sorriso, estão e são  presentes, confeccionam brinquedos...  Hoje no mundo faz facilidade, têm muitos pais TROCANDO AFETOS por Tablet de última geração e programando para a criança assistir a "Galinha Pintadinha", outros entregam até seu celular.  Há muitos pais que tentam preencher a lacuna dos afetos enchendo quarto de brinquedos, e muitas outras situações. 

(Foto ilustrativa, retirada do Google Imagem, em 12.05.2019, às 08h20)

Como Padre Véio, da Marchinha Carnavalesca de Joaquim Filho e Henrique Pedras Verdes, reclamo o tempo todo com os pais que me procuram e digo-lhes sem poupar palavras:  "O afeto não custa dinheiro e é mais VALIOSO PRESENTE que podemos dar as crianças: TEMPO, PRESENÇA E MUITO AMOR, verdadeiro VINCULO."

Parem com esta história de dar aos filhos aquilo que você não teve... Não ignore nunca o amor concreto dos seus pais... Vejo que atualmente está faltando o real entendimento do que é fundamental na infância. Uma criança que não recebeu afeto experimentará uma sensação de vazio interior que nada poderá suprir. Queria tanto que neste momento você pudesse lembrar-se das experiências mais gostosas que teve na sua infância junto aos seus pais, avôs, tios, as peraltices, travessuras, as brincadeiras... Nunca estiveram ligadas ao Consumismo de material, era tão natural. Aquilo que te deixa saudades é tudo o que brotou das pessoas ao seu redor, o afeto, a convivência.

Fico muito estressado quando os pais junto aos seus filhos ostentam, ensinam ter em demasia, com isso não estou tirando a capacidade de se dar ao filho o necessário. A coisificação dos afetos é triste. Acho que não precisamos ensinar a nossos filhos a consumir coisa e sim o nosso Tempo que por sinal não volta mais.

É, esta correria para sempre ter, e ter sempre mais... nos distancia de nós mesmos e até da família... Entendo agora porque os consultórios de psicólogos e psiquiatras estão cheios de pessoas bem sucedidas... Isso mostra a pobreza das emoções não bem vividas! Tolhidas, programadas e até formatizadas, machucando o corpo e ferindo cruelmente a alma. 

(Foto ilustrativa, retirada do Google Imagem, em 12.05.2019, às 08h22)

Chamo com esse simples texto, até escrito com uma linguagem coloquial para que possamos nos unir com o Elo mais Forte de nossa Vida: O AMOR, isso sim, determina pessoas bem sucedidas para vida toda!



























.

Um comentário:

  1. Maravilhoso texto !
    Uma aula de reflexão e ensinamentos para a vida Toda!!!!!!!
    A simplicidade em educar os filhos , tem um preenchimento mais eficiente emocionalmente e educacional , na formação do indivíduo . Para integrar a sociedade, que uma criação de ostentações matérias. Para suprir a deficiência afetiva e participativa dos Pais. O Pouco as vezes é o necessário ,e o muito as vezes não tem tanta importância para quem recebe. A valorização estar atrelada ao grau de dificuldade, para valorizar cada objetivos conquistados. Com facilidade nenhum indivíduo dar o real valor ,para as coisas que cai em suas Mãos!!!


    ResponderExcluir