COMPETÊNCIAS COMUNICATIVAS E A RELAÇÃO INTERPESSOAL

Coluna do Pastor Walberto Magalhães Sales - Presidente da Assembleia de Deus em Pedreiras-MA.

(Foto: Joaquim Filho)

A relação com o outro sempre existe. Queiramos ou não, o outro está sempre aí, nos envolve por fora e nos invade por dentro. Tudo o que somos e fazemos, forma-se e acontece na relação com os outros.

As boas relações interpessoais são construídas a partir de uma boa comunicação. A comunicação faz com que as pessoas se relacionem, compartilhando experiências, ideias e  sentimentos e, ao se relacionarem, influenciam-se, modificando a realidade em que estão  inseridas e sendo modificados. 

A comunicação é importante para nosso crescimento como seres humanos. Por meio dela construímos nossas experiências vividas e estabelecemos novas possibilidades a cada dia.  Somos seres de relações, e esta, compreensão, nos leva a buscar maior entendimento sobre conceitos, princípios e habilidades a serem adquiridas no processo comunicativo. 

Para Braga (2006), “adquirir competência é ter capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles. Não existem competências que não se apoiem em conhecimentos, quase a totalidade das ações humanas exige algum tipo de conhecimento, às vezes superficial, outras vezes aprofundado, oriundo da experiência pessoal, do senso comum, da cultura partilhada em um círculo de especialistas, ou da pesquisa tecnológica ou científica. São representações da realidade, que construímos e armazenamos ao sabor de nossa experiência e de nossa formação.” O conhecimento é uma ferramenta importante da competência, mas não assegura uma ação competente, é a capacidade e a coragem para inovar, associada a outras habilidades cognitivas e comportamentais que configuram o perfil do indivíduo competente. 

“Em uma situação interacional, todo comportamento tem valor de mensagem, ou seja, é comunicação. Além disso, toda a comunicação é um compromisso, pois transmite uma informação e impõe um comportamento.” (Ibidem). Portanto a competência deve ser compreendida como a capacidade da ação apropriada e do fazer-se oportuno. Utilizando-se do conhecimento e da oportunidade o sujeito capaz interage de forma competente, construtiva, inovadora e salutar, para si mesmo e para os outros envolvidos no processo interativo. 

A comunicação interpessoal é um fator decisivo na eficiência das organizações. A comunicação é o espelho da cultura de uma organização, e tudo começa pela liderança. Se os gestores não se comunicarem com eficácia, todas as demais instâncias serão confusas. Em suma é dos líderes que os colaboradores aguardam as informações “oficiais”. É para o líder que os funcionários pedem esclarecimentos sobre os rumores e boatos oriundos da comunicação informal, mas que envolvem o ambiente organizacional. É no líder que os colaboradores acreditam, pois o líder é o representante deles na organização. 

Para Penteado (1987), saber comunicar-se é condição “sine qua non” de liderança, visto que a capacidade de liderar pode também ser definida como a capacidade de se comunicar bem. 

Entendendo-se a comunicação como competência do gestor/líder, cabe a este não apenas  repassar as informações para a sua equipe, mas fazer com que essas se transformem em conhecimento e gerem comprometimento e resultados para a organização. A competência de comunicação e de interação deve ser entendida como a capacidade de interagir com as pessoas com facilidade para ouvir, processar e compreender a mensagem, apresentando coerência e clareza na transmissão e argumentação.

Com o apóstolo Paulo aprendemos que o comunicar pode atingir níveis, subjetivos, interiores e espirituais tão ricos, a ponto de possibilitar um profundo amor por quem era estranho e um compartilhar que envolve a alma (1Ts 2.8).

Walberto Magalhães Sales

REFERÊNCIAS

BIBLIA DO OBREIRO. Barueri - SP: SBB, 2007.

BERGAMINI, Cecília W. Liderança: administração do sentido. São Paulo: Atlas, 1994.

BRAGA, Eliana Mara. Competência em comunicação: uma ponte entre o aprendizado e o 

ensino na enfermagem. São Paulo: E. M. Braga, 2004.

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas 

organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

PENTEADO, J. R. W. Técnica de chefia e liderança. São Paulo: Pioneira, 1987.

SILVA, Maria Júlia Paes da, BRAGA, Eliana Mara. Como acompanhar a progressão da 

competência comunicativa no aluno de Enfermagem. Disponível em 

<www.ee.usp.br/reeusp/> Acessado em 28/12/07.