domingo, 21 de fevereiro de 2021

Pedreirenses Pelo Mundo: Coluna do Allan Roberth

MUITA FALA, POUCO DIÁLOGO...

Por: Allan Roberth Vieira Alves

O CONIC (Conselho Nacional das Igrejas Cristãs) do qual faz parte a igreja Católica do Brasil apresentou aos cristãos brasileiros a quinquagésima sétima Campanha da Fraternidade que tem como tema FRATENIDADE E DIÁLOGO, compromisso de amor e lema; CRISTO É NOSSA PAZ, do que era dividido, fez uma unidade. O tema é bem interessante para os dias atuais onde diante de tantas informações especialmente através das redes sociais percebemos que há muita fala e  pouco diálogo. 

Falamos muito, comentamos demais e no entanto quase não dialogamos no sentido mais amplo da palavra. Destilamos ódios, impomos nossas opiniões, queremos estar sempre certos, ter a última palavra e assim seguimos sem nos importar para o verdadeiro sentido do termo DIÁLOGO.

Consultando o “pai dos inteligentes” encontramos a seguinte definição para a palavra DIÁLOGO; Fala em que há a interação entre dois ou mais indivíduos; colóquio, conversa. Contato e discussão entre as partes (p.ex., em busca de um acordo); troca de ideias. Embora na definição tenha a palavra “discussão” que pejorativamente se entende como briga, celeuma, discórdia e nunca uma troca de ideias onde não há a obrigação de haver concordância, mas sempre de respeito, vemos que o sentido é muito mais amplo e exige de ambas as partes certa sabedoria e educação para que o diálogo aconteça.

Etimologicamente a palavra diálogo provém do vocábulo grego diálogos por intermédio do vocábulo latino dialogu. A palavra original grega foi formada pelo elemento dia, que significa “por intermédio de”, e por logos que significa palavra. Portanto através da palavra estabelecemos uma comunicação. E ai cabe ressaltar e lembrar os elementos da comunicação, EMISSOR - MENSAGEM – RECEPTOR. Sempre importante observar a existência de “duas” pessoas para que o diálogo flua. Atualmente percebemos muitas falas em que apenas um lado  domina, se impõe. Isso se deve a uma herança de comportamentos em que uma das partes está sempre “acima” do outro. Não raro escutamos frases tipo; “hoje as crianças não são como antes. Antigamente quando adulto falava criança se calava”. Ou ainda em comportamentos como o da sala de aula onde só o professor falava e os alunos ouviam. No âmbito religioso fomos acostumados a lideranças que falam muito e uma assembleia ouve e assim por diante. 

Nossa sociedade tida como evoluída precisa aprender de outras culturas com a indígena, que quando um índio conversa com uma criança ele se abaixa e fica literalmente no mesmo nível do curumim para assim olhar em seus olhos, prestar atenção em seus lábios na sua expressão facial. 

Outro aspecto importante para que o diálogo aconteça é se adaptar ao público ou à pessoa com que se fala. Não raro temos exemplos de situações até engraçadas por conta de posturas em que não se faz essa adaptação. Abro aqui um parêntese para contar um fato ocorrido com uma professora pedreirense muito eloquente e que em visita a uma comunidade do interior iniciou uma conversa com um simples agricultor perguntando ao mesmo quantos filhos ele tinha. O homem lhe disse que eram 13 e ela retrucou; - nossa como sua “prole” é grande. O moço que estava sentado à porta de sua casa instantaneamente fechou as pernas e admirado retrucou; - e onde a senhora viu, dona???

Diante de tão significativo tema precisamos evoluir muito para que saibamos dialogar e que nossos diálogos sejam oportunidades de crescimento.































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