sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Pedreirenses Pelo Mundo: Coluna do Carlos Augusto Martins Netto.

 A POSSESSÃO DE TODOS NÓS.

Por Carlos Augusto Martins Netto - Servidor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Farmacêutico, Escritor e Poeta.

Tenho particular interesse na sensação de poder que sentimos quando achamos que temos ou somos donos de algo. Parece que tudo começa a girar em torno de nós e que nos dar um poder de alcançarmos tudo a que aspiramos.

E, às vezes, ansiamos por essa viagem louca que é tentar desvendar o que se passa no íntimo de nossas mentes para entender esse fato da possessão. Nem sempre conseguimos disposição ou motivação suficientes para levarmos a cabo tal intento, mas, de qualquer modo, ele aí está a nos desafiar cotidianamente, sem qualquer prurido ou vergonha.

A chama que se acende em nós ao percebermos que somos amados por outra pessoa é algo tão inquietante que, mesmo não havendo reciprocidade, aquilo nos toca e deixa marcas prazerosas. É da natureza do ser humano sentir prazer. E se sentir amado dá prazer. E, nessa situação em particular, com uma pitada de egocentrismo para dar mais tempero a essa intrincada forma de sermos humanos!

A raça humana, via de regra, viveu situações que a levaram à beira de muitos precipícios. E ouso afirmar que a principal causa de todos esses momentos foi o desejo insano de controlar tudo e todos que todos nós temos. 

Mas não paramos por aí. Ainda somos corroídos por esse germe da dominação e continuamos a cometer os mesmos erros de outrora. E temas que já tinham sido extensivamente debatidos e resolvidos voltam à baila com matizes desconcertantes. Aliás, fico temeroso que se acendam fogueiras e voltemos às práticas medievais. Fato que, metaforicamente, já está ocorrendo. Milhares de reputações já estão sendo colocadas nas fogueiras da desonra, simplesmente, por discordarem ou serem diferentes.

Que mal há em discordar? Em ser diferente? Será mesmo que todos devem ter a mesma opinião? Isso é saudável? É democrático? Ou é só mais uma forma de possessão?

Quero, sinceramente, entender esse fetiche que temos em controlar o próximo. Controle emocional, material, psicológico, controle, controle, controle.... porque acredito que o entendimento é o primeiro passo para a superação dessa tendência, e devemos fazer esforço nesse sentido. Não devemos ser propriedade de ninguém, em qualquer nível. Devemos, sim, celebrarmos parcerias que nos proporcionem amadurecimento e condições de progredirmos como pessoas comprometidas com o bem-estar próprio e do próximo.

Troquemos a possessão por cooperação!































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