REFLEXÃO DIVERSA
O início de tudo. Como ocorreu? O que existia? Questionamentos que fazemos e não sabemos como responder. Livros sagrados de muitas religiões contam-nos que, no começo, Deus criou os céus e a terra. Dessa afirmativa, infere-se que Deus já existia mesmo antes da criação do universo, uma vez que foi Ele que o criou. Isso nos leva a indagações que podem transcender o atual entendimento humano terrestre. Quem ou que é Deus? Como surgiu? Onde estava antes da criação do universo (ou multiversos, já que a ciência atual especula que há vários universos paralelos)? Se nada existia, onde (e entendamos “onde” como lugar) estava Deus? Tais questões são de difícil esclarecimento (e entendimento) e dependentes da formação religiosa de cada pessoa.
Para vivermos de maneira responsável, deveríamos refletir sobre tais questões, pois elas têm a potencialidade de nos levar, transportar, conduzir a ponderações transcendentais que poderão nos tornar mais conscientes do mundo em que vivemos e mais próximos das pessoas com quem convivemos.
Se decidirmos enveredar por esse caminho, devemos, primeiramente, saber como lidamos com algumas questões relevantes. Vamos a elas?
Inicialmente, para pensarmos em Deus, precisamos nos posicionar em relação à nossa espiritualidade, pois a crença pura na materialidade não permite reflexões sobre Deus. Aqui, nos cabe um primeiro questionamento: por que refletir sobre espiritualidade, quando quero fazê-lo sobre como tudo começou? Bem, a clareza sobre a nossa espiritualidade irá nos posicionar sobre se acreditamos ou não em algo maior. Sobre se acreditamos ou não se tudo já estava pronto para que nós, simplesmente, tomássemos posse. Caso a nossa posição seja de aceitação de algo maior; então, admitimos que cremos em um deus, em uma energia vital que tudo comanda, em algo que esteja acima das compreensões materiais. Assim, admitimos que cremos em Deus. Sim, dessa vez com D maiúsculo, pois representa a nossa crença espiritual, seja ela qual for, e não somente o deus judaico ou o pai espiritual presente nas escrituras dos cristãos e nos versos do Corão. Faço essa ressalva em nome da alteridade, pois não estou aqui para questionar a crença de ninguém, mas para refletirmos juntos sobre como as coisas deram início.
Esse nosso posicionamento tem o potencial de nos permitir avançar em nossos questionamentos, pois a definição clara da nossa espiritualidade nos mostrará caminhos que podemos, ou não, trilhar no afã de refletirmos sobre o tema.
Bom, chegamos a um divisor de águas: a questão material. Agora, devemos nos despir das questões materiais. Não podemos achar que a essência de Deus pode, de alguma forma, relacionar-se com algo material, já que Ele é - foi e sempre será – espírito. Aquele não criado e infindo; por isso a materialidade ser mantida à parte porque toda ela foi criada por Ele. Nós, humanos, temos grande dificuldade com esse exercício, pois ainda somos muito materializados, já que vivemos num mundo material responsável por grande parte das mazelas e decaimentos que sofremos durante nossas vidas.
Mas, continuando nossa reflexão, nos perguntamos: antes da formação de tudo, onde estava Deus? Nada existia. E se nada existia, das duas, uma: impossível Deus existir, pois Ele não poderia estar em qualquer lugar ou Deus se encontrava em algum lugar situado fora do círculo material.
Quando afirmei que o posicionamento espiritual seria importante é porque chegaríamos a esse ponto. Teríamos de refutar – ou não – a ideia da existência de um deus não criado e, portanto, criador de tudo. Então, aqui estamos. Opto por abraçar a ideia do espírito eterno. Mas aonde me levará essa escolha?
A ideia do espírito eterno remete ao fato de que ele é o início de tudo. E que, se Ele é o início de tudo, então Ele já existia previamente a tudo; portanto, tudo foi Sua criação. Inclusive o lugar em que Ele está. Quando penso sobre essa questão, a metáfora que me vem à mente é aquela história do ovo e da galinha. Paradoxos à parte, nessas horas gosto de rememorar uma frase presente nas missas católicas, no momento da transmutação da hóstia no corpo de Jesus: eis o mistério da fé!
A fé é a grande mola da humanidade. É ela que nos dá a esperança, de muitas formas diferentes, no amanhã. Os meandros da fé são misteriosos, por isso, Jesus Cristo declarou: “Quem tem olhos, veja e quem tem ouvidos, ouça”.
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