sexta-feira, 21 de maio de 2021

Pedreirenses Pelo Mundo: Coluna do Carlos Augusto Martins Netto.

 MARINHEIRO DE QUALQUER VIAGEM

Por Carlos Augusto Martins Netto - Servidor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Farmacêutico, Escritor e Poeta.

Um belo dia soube que iria ser pai. E foi, realmente, um belo dia! Já faz algum tempo. Lembro que fiquei muito feliz — mas também muito assustado. Também não era para menos, era muito novo e já tinha que assumir grandes responsabilidades. Não foi tão difícil quanto pensei!

Fiquei sabendo que ia ser pai de uma menina — a Bárbara. E ela decidiu chegar na madrugada de uma Quarta-Feira de Cinzas. Optamos pelo parto natural e lá se foi minha esposa trazer ao mundo o primeiro dos meus tesouros. Fiquei plantado na porta do centro obstétrico, não arredei pé. E às quatro e vinte do dia 24 de fevereiro ouvi o choro da minha Bárbara. Um choro forte, lindo, que ficava cada vez mais próximo e, de repente, abre-se a porta e uma mulher me apresenta a minha tão esperada filha. Não consegui falar. Só conseguia chorar. Um choro tão bom, de alívio, de comoção... de felicidade! Quando minha mãe correu para segurar a menina era tarde demais, o papai cheio de orgulho já a segurava. É bem verdade que a menina parecia um polvo, sobrava braços, pernas e cabeça para todo lado. Mas não, era ela. E tome choro!

No ano seguinte lá estava eu, de novo, nessa história de ser papai. Só que dessa vez já estava mais experiente, se é que isso é possível aos vinte anos. Data? 17 de março de 1994, uma quinta-feira. Eu e minha esposa fomos à clínica juntos e com uma novidade: iríamos induzir o parto. Às quatorze horas ela foi levada ao centro cirúrgico e mais uma vez não me deixaram acompanhá-la. Então, fui fazer um lanche, pois a experiência me dizia que iria demorar. Trinta minutos após, quando retornei ao quarto recebi o recado de que minha filha – a Anna Larissa - já tinha dado o ar da graça. A história da experiência não funcionou! Corri para a porta do centro obstétrico e, dessa vez, já encontrei a moça com meu segundo tesouro nos braços, pronta para me entregar. Não hesitei, peguei-a. Tão linda, rosadinha. Sim, tudo bem, estava meio amassadinha também. Mas era linda! E mais uma vez todo esse momento foi devidamente regado por muitas lágrimas de felicidade.

Então, dezessete anos após, a vida nos prega uma peça e envia mais um tesouro. Eu que já era um homem rico iria aumentar ainda mais a minha fortuna. E, dessa vez, veio um menino - o Carlos Guilherme. Nasceu numa segunda-feira. Ah, mas dessa vez não teve como me segurar, fui acompanhar o parto e vi o garotão chegar. Forte (forte mesmo, pesou 4,1 kg), rosado e muito ativo. Mas, nesse dia, aconteceu algo estranho: escutaram um soluço de choro e viram que não era o menino. E adivinhem? Acertou quem apostou em mim. Pois é, mais uma vez não consegui segurar as lágrimas de satisfação e felicidade. E saí da sala todo orgulhoso e feliz com meu rebento nos braços. 

Quando pensei que a fábrica já tinha encerrado seus trabalhos, eis que três anos depois me encontrei, de novo, às voltas com essa história de ser papai. E, agora, seria a vez do Carlos Victor. Um garoto lindo, forte e saudável. E eu continuo babão! Novamente, deixaram-me acompanhar o parto e mais uma vez não consegui conter as lágrimas. Chorei de uma maneira que as lágrimas lavaram o meu rosto. E, novamente, fui o primeiro a segurar meu filho nos braços, não arredo pé disso. Momento único!

Um dia irei repetir esses momentos, só que desta vez, com todos os meus filhos e a minha doce Larissa... quando formos recepcionar os netinhos. E nesse momento, adivinhem? Isso mesmo, lágrimas. Elas brindam e regam nossos momentos felizes, transformando-os em memórias que nos confortam e aquecem nossos corações para o resto de nossas vidas.

E, agora, depois de passar pela mesma situação várias vezes, encho o peito e grito aos quatro cantos e para todos que possam e queiram me ouvir, com tudo que a experiência me permite afirmar, sem medo de errar: eu sou um chorão. Um chorão afortunadamente feliz!






























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