domingo, 25 de julho de 2021

PEDREIRENSES PELO MUNDO: Coluna do Allan Roberth.

 FÉRIAS

Julho deveria se chamar o “mês da alegria”, visto que representa férias, distração, viagens, passeios e tudo que de melhor temos no campo do entretenimento. A origem do nome desse mês remete ao imperador, cônsul e ditador romano Júlio César que teria nascido nesse que antigamente era o quinto mês do calendário romano e, portanto, já foi chamado de “Quintilis” em latim “quinto”. 

Deixando de lado as origens, Julho é o sétimo mês do calendário gregoriano, o mais usado atualmente e como sete segundo a bíblia, é o número da perfeição. Então, estamos falando do mês perfeito para a diversão. 

Em nosso país no sul e sudeste, o mês é marcado pelo frio e muita gente aproveita a temporada para curtir uma geada não rara pelos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e o charme de cidades como São Joaquim, Gramado e Campos do Jordão. Um bom vinho e a degustação de carnes e iguarias como o founde de chocolate.

No nosso Nordeste, julho é o mês do sol forte e céu claro, cenário perfeito para uma praia, que para nós não é problema pois temos de sobra. Nos interiores, os rios, lagos, igarapés após o período de chuva, também estão propícios para um banho, que ajuda a refrescar o nosso calor escaldante.

Uma curiosidade é que o mês de julho também marca algumas cidades do nordeste brasileiro como o mês onde é possível curtir uma temperatura bem amena no período noturno e por incrível que pareça, cidades do sul do Maranhão, por exemplo, chegam a marcar 17 graus Celsius na madrugada.

Na nossa querida Pedreiras, julho também é um mês especial. A criançada está por todos os lados aproveitando bem o seu período de pausa das aulas e é comum vê-las mais eufóricas nas praças, ruas e nos banhos do Rio Mearim. É também o período dos encontros com amigos e familiares que estudam e trabalham fora e que aproveitam o período para retornar à terra natal para descansar e estar com os seus. 

Com um pouco de saudosismo, recordo agora o período nos anos 70 e 80 quando a cidade parecia diferente ao chegar esse mês. A alegria de rever os amigos que estudavam nas capitais do Maranhão e Piauí, principalmente, e não raro de algumas outras mais distantes tornava tudo tão agradável que a áurea de felicidade reinava na cidade.

Também os enamorados que separados por motivos de estudos tornavam a se encontrar e davam as caras pelas praças da cidade num clima romântico de muita felicidade. Para os sessentões e cinquentões de hoje, quem não se recorda das praças “Corrêa de Araújo” e “Melico Rego” mais lotadas aos finais de semana de julho?

As boates “Aquaruis”, “ARCAP”, “Dancing” e “Distak” ficavam mais lotadas nesse período. As paqueras eram inevitáveis e a possibilidade de surgir um romance ainda que passageiro eram grandes. Sabendo disso, os adolescentes e jovens da época se preparavam todos para o período. Roupa nova e um cuidado a mais no visual não faltavam.

Os banhos nas águas do nosso belo rio também eram mais frequentes nesse período, e as areias das “praias” da Serraria, Caema e Major Lucena ficavam lotadas nas manhãs de domingo. Dia de apreciar uma cerveja gelada regada à um piau frito no azeite de coco, servido nas barracas da beira do Rio.

As musas pedreirenses aproveitavam para exibir seus corpos dourados e bem naturais já que naquela época não existia tanto o recurso de academias para esculturar os corpos. Nossas ladeiras e morros se encarregavam de tornear as pernas das nossas conterrâneas. Rsrsrsrsrs.... Um futebol na areia e um passeio de canoa completavam a diversão.

Lembro especialmente das conversas ao encontrar com os colegas universitários que estudavam nas capitais que esnobavam em seus linguajares o cotidiano de seus estudos. Achava fantástico ouvir; “eu estava fazendo seis cadeiras nesse período que terminou” e sentia uma inveja boa dessa coisa que ainda parecia distante para mim. 

O certo é que julho despertava em todos nós, jovens daquela época uma vontade de que esse mês não acabasse tão rápido e que toda aquela magia se prolongasse por mais uns dias já que voltar à rotina e ao normal nos custava a saudade de um período muito passageiro.

* ARCAP - Associação Recreativa dos Comerciários do Armazém Paraíba.


























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