Sonora - Ciclo
Internacional de Compositoras recebe compositoras maranhenses de (26) até
sábado hoje (30), no Laborarte.
Cantora e compositora Camila Reis
O Sonora Ciclo Internacional de Compositoras é um festival que acontece
no Brasil e no mundo para divulgar o trabalho de mulheres compositoras. Agora é
a vez das maranhenses mostrarem sua força, já na segunda edição do festival em
São Luís, que iniciou a partir desta terça-feira (26), às 19h, e vai até o
sábado (30), no Laborarte (Av. Jansen Muller, Centro).
Oito mulheres farão parte da programação, são elas: Valda Lino, Camila
Reis, Didã, Jane Maciel, Liz, Manuela, Núbia e Valéria Sotão, que já têm trabalhos
expressivos em São Luís. Cada uma traz um estilo único e cheio personalidade,
traduzindo o papel da mulher na música brasileira e local. Você vai poder ouvir
rock, pop, reggae, samba, terêco… Uma viagem por diversos ritmos que refletem
também a diversidade da cultura local. Os ingressos para o festival
custarão R$ 10,00 e R$ 5,00 (meia).
O festival foi idealizado pelas cantoras e compositoras Deh Mussulline e
Larissa Baq. No ano passado aconteceu em 26 cidades e seis países.
Objetivo é fazer com que mulheres cantem e troquem experiências dando
visibilidade às compositoras, que muitas vezes são invisibilizadas.
Mulheres criando
O Ciclo Internacional surgiu de uma campanha nas redes sociais que teve
início com a hashtag “#Mulheres Criando”, lançada no ano passado pela cantora
mineira Deh Mussulini, integrante do coletivo Ana, que já nutria há alguns anos
a vontade de fazer o festival. Durante a campanha as compositoras postaram
vídeos com músicas autorais em protesto a uma mostra de compositores cuja a programação
não contemplava mulheres. A ideia rapidamente se espalhou pelas redes sociais
mobilizando cantoras do mundo inteiro dando início ao Sonora Ciclo
Internacional de Mulheres. O festival é também uma forma de ativismo em defesa
das mulheres.
Larissa Baq afirma que “há cerca de 150 anos a mulher aprendia a tocar
instrumentos para servir de dote ao futuro marido. Depois que casava, ela
tocava apenas para entreter os convidados do companheiro. Sua expectativa
enquanto musicista parava por aí, pois não havia estímulo e coragem para seguir
adiante. Por isso a grande maioria reproduzia criações de homens”, explica.
Afirma também que ao acessar estudos da pesquisadora Carô Murgel descobriu que
havia um empenho sistêmico da sociedade para invisibilizar compositoras,
historicamente tratadas como “autores desconhecidos” ou “amadores” em
partituras ou cartazes de shows. Diz ainda, que “o sonora veio para enaltecer
esse debate sobre a desigualdade de gênero e dizer que nós existimos. Por mais
que estejamos no século 21 ainda somos muito diminuídas, por isso a importância
de uma mostra como esta”, ressalta. Em São Luís é produzido pelas cantoras e
compositoras Valda Lino e Camila Reis.
Vai ser um momento em que cada uma consagra os seus trabalhos autorais
mostrando a força e o poder da voz e composição feminina.
Fonte: MA10
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