Coluna do Padre Zé Geraldo:
A crônica inteligente e reflexiva!
(Padre Diocesano José Geraldo Teófilo da Silva, Reitor do Santuário São Benedito - Pedreiras-MA/Foto: Carlinhos Filho)
Queridos leitores, queridas leitoras do Blog do Joaquim Filho!
Estamos em uma época muito difícil, considerada a época das Eleições. Não quero adentrar nos inúmeros sorrisos mecânicos e nem nas poses para fotografias. Entendo que a vida humana vai muito além dessas repetidas expressões.
Precisamos muito mais do que fazer um vídeo para Rede Globo expressando o país que queremos ou gostaríamos que fosse, chamaria a atenção para não nos esquecermos do CUIDADO, do ZELO pelas pessoas. Chamaria também a atenção para permanência, para reinvenção. O problema de nosso País é que estamos estagnados, ora no labirinto do medo, ora nas esquinas da mesmice, ora presos nos muros da indiferença. Não precisa concordar comigo, basta apenas fazer uma análise da reação do Povo brasileiro frente aos Debates dos presidenciáveis.
Podem até me julgarem como utópico, mas estamos refugiados em nós mesmos, aprisionamos nossa inteligência, adormecemos a nossa vontade e reprimimos a nossa sensibilidade que é a mãe da solidariedade.
Estamos fechados, doloridos e machucados, como se diz a Canção: "que só ter piedade de nós não vale apena." Nossa fala treme e se fecha para um diálogo aberto e sincero, nosso imediatismo atropela o verdadeiro olhar que vai além dos olhos de nossa face. Estamos perdendo a mansidão, não nos colocamos no lugar do outro, confundimos pontos de vista como se fossem argumentos e fragilizamos as nossas convicções, ressentimos nossas decepções e aspiramos um fato novo que ponha o ponto final em tudo isso.
Até onde vai a própria liberdade humana? Pela liberdade, o homem é capaz de fazer escolhas autônomas, para o bem e para o mal. Em todas as circunstâncias da vida o equilíbrio e a serenidade fazem muito bem!
Está na hora de refletir sobre nossa vida. Mesmo nos vales de lágrimas de desesperanças, não podemos perder a voz de comando de nossas Vidas que é Deus. Ele é a Verdade que nos liberta.
Por falar em liberdade, nos dias atuais, temos comprovado que o homem sem sempre consegue lidar com a própria liberdade; o uso que dela faz, não é indiferente a si e suas escolhas também levam a consequências constantes entre si.
Quisera o ser humano fazer o bom uso da liberdade, fazendo acontecer o verdadeiro sentido de viver. Mas comprovadamente nos dias de hoje que NÃO É O FATO DE SER LIVRES que as ações dos homens são totalmente boas.
Conheço muita gente que em nome da liberdade desrespeita e despreza o outro. Muita gente que fala em democracia e não flexibiliza nada em suas vidas. Há muita gente confundindo alhos com bugalhos... diria que liberdade não é a rua e a prisão não são as grades. Há muita gente presa na cultura da indiferença.
Precisamos ler o obvio de nossas vidas umas cem vezes para romper o desprezo e violência que temos, muitas vezes vestidos de uma roupagem religiosa. Enquanto vamos presenciando tanta violência verbal, os preconceitos raciais, sociais e até mesmo religiosos, a ridicularização e o bullying etc.
Vejo que precisamos cultivar o MANDAMENTO DO AMOR que ultrapassa religiões. Por meio DELE, cultivarmos o senso do respeito aos outros.
Diante a essa realidade, peço-lhes: não entreguem o comando de suas vidas a pessoas que se apegaram a lei do talião: olho por olho e dente por dente... chega de resolver os problemas com gritos, impondo a violência e o medo que paralisam. Busquemos a regra de ouro que os verdadeiros sábios cultivam e que Jesus a mencionou com tanta clareza: "não faças aos outros o que não gostaria que fizesse a ti."
Pensando assim vamos quebrando o MURO DA INDIFERENÇA tendo em vista que o exercício do cuidar deveria ser a inspiração de toda ação humana. Jesus nos ensinou a cuidar do próximo. E assim, saberemos que temos o poder da liberdade. O poder de dar significado às pessoas que amamos.
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