COMPETÊNCIAS COMUNICATIVAS
(Foto: Joaquim Filho)
O termo competência tem-se constituído num dos mais confusos e controvertidos. Passados quase trinta anos do despontar do movimento comunicativo, ainda hoje se busca uma normalização ou consensualidade para o termo. Não é raro que, os autores o utilizem com sentidos diferentes sem se darem conta do fato. Um dos motivos da confusão em se definir o termo foi a tentativa de diversos autores de adaptar o conceito de competência a seus próprios propósitos ou a seu campo de atuação.
Caminhemos um pouco na história linguística da conceituação dos termos dentro do movimento comunicativo.
Chomsky (1965) - para ele competência significa conhecimento da língua, isto é, das suas estruturas e regras. E soma a este conceito o de desempenho concebido como o uso real da língua em situações concretas.
Hymes (1979) - uniu as noções de competência e desempenho que estavam bem distintas na dicotomia proposta por Chomsky acrescentando o termo comunicativo incorporando assim, a dimensão social ao conceito de competência. Para ele, não é bastante que o indivíduo saiba e use a fonologia, a sintaxe e o léxico da língua para caracterizá-lo como competente em termos comunicativos. É preciso que, além disso, esse indivíduo saiba e use as regras do discurso específico da comunidade na qual se insere. O indivíduo demonstra possuir competência se sabe: quando falar; quando não falar; a quem falar; com quem falar; onde falar e de que maneira falar.
Portando se para Chomsky a competência se resumia ao conhecer a língua, Hymes soma a essa ideia a da “capacidade para usar”. A partir de então já não havia espaço na linguística para uma ideia pura de competência, mas de competência comunicativa.
Canale (1983) com o objetivo de transformar o conceito de Hymes, de natureza essencialmente teórica, em unidades pedagogicamente manipuláveis, que poderiam servir de base para uma grade curricular e prática de sala-de-aula, oferece um arcabouço teórico para a descrição de quatro diferentes tipos de competências embutidas no conceito de “competência comunicativa”:
✓ Competência gramatical: implicando o domínio do código linguístico, a habilidade em reconhecer as características da língua e usá-las para formar palavras e frases;
✓Competência sociolinguística: implicando o conhecimento das regras sociais que norteiam o uso da língua, compreensão do contexto social no qual a língua é usada.
✓ Competência discursiva: implicando à conexão de uma série de orações e frases com a finalidade de formar um todo significativo. Este conhecimento tem de ser compartilhado pelo falante/escritor e ouvinte/leitor;
✓ Competência estratégica: como a competência comunicativa é relativa, estratégias de enfrentamento devem ser usadas para compensar qualquer imperfeição no conhecimento das regras.
Assim, Competência Comunicativa é a capacidade de conversar, de responder, de ver, de se comunicar, de se entender com as pessoas, com o outro e com o mundo. A essência estratégica desta competência consiste em saber a hora de falar, de ouvir, de exprimir-se, de ler e manipular as tecnologias de comunicação. Portando é muito mais apropriado falar em “Competências Comunicativas”.
Walberto Magalhães Sales
Pastor Presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pedreiras; Bacharel em Teologia, Mestrando em Ministério Cristão; Licenciado em Letras, Especialista em Tecnologias Aplicadas a Educação e Educação à Distância; Pós-graduando em Administração Pública e Gestão Estratégica.
Pastor Presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pedreiras; Bacharel em Teologia, Mestrando em Ministério Cristão; Licenciado em Letras, Especialista em Tecnologias Aplicadas a Educação e Educação à Distância; Pós-graduando em Administração Pública e Gestão Estratégica.
REFERÊNCIAS
BERGAMINI, Cecília W. Liderança: administração do sentido. São Paulo: Atlas, 1994.
BRAGA, Eliana Mara. Competência em comunicação: uma ponte entre o aprendizado e o ensino na
enfermagem. São Paulo: E. M. Braga, 2004.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio
de Janeiro: Campus, 1999.
HAMPTON, David R. Administração contemporânea. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 1992.
PENTEADO, J. R. W. Técnica de chefia e liderança. São Paulo: Pioneira, 1987.
PORTO, T. M. E. 1998. Educação para a Mídia/Pedagogia da Comunicação: caminhos e desafios. In: Pedagogia da Comunicação: Teorias e práticas. Org. Heloísa Dupas Penteado. São Paulo, Cortez, 2004.
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