sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Pedreirenses Pelo Mundo: Coluna do Carlos Augusto Martins Netto.

 EVOLUÇÃO, CERVEJA E HAPPY HOUR!


Por Carlos Augusto Martins Netto - Servidor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Farmacêutico, Escritor e Poeta.

O ser humano é complicado e mais complicado, ainda, é pensar na sua evolução. Esse campo é, majoritariamente, disputado por duas teorias: a criacionista (bíblica) e a evolucionista, nas quais o homem é criado diretamente por Deus ou surge ao acaso, fruto das combinações dos diversos elementos presentes na natureza ao longo de milhares de anos. Sem querer pender para qualquer um dos lados, o homem é um fato. Um fato cheio de ideias, de vícios, de virtudes, de histórias; enfim, de tudo aquilo que o torna ser humano.

(Imagem ilustrativa retirada da Internet em 10.12.2020, por Joaquim Filho, às 21h24)

Todavia, as características que definiram o homem ao longo de sua história nem sempre foram as mesmas. Houve épocas em que éramos caçadores-coletores; depois, passamos a ser agricultores e pecuaristas e, por fim, chegamos à fase da industrialização e tecnologia da informação. Nossa, acho que ninguém nunca conseguiu descrever a saga da história da humanidade de maneira tão resumida! Capacidade de síntese à parte, em qualquer uma dessas fases, uma característica marca, indelevelmente, o homem de qualquer época: a insatisfação com presente.

(Imagem ilustrativa retirada da Internet em 10.12.2020, por Joaquim Filho, às 21h26)

Inicialmente, quando éramos caçadores-coletores, vivíamos muito mais às custas dos recursos naturais, limitando-nos, portanto, aos reveses da natureza e do ambiente que ocupávamos. Ao passarmos à fase de agricultores e pecuaristas, iniciamos o controle das variáveis naturais, que permitiu nos assentarmos em comunidades mais perenes. Com isso, surgia a vida em sociedade com todas as suas nuances.

(Imagem ilustrativa retirada da Internet em 10.12.2020, por Joaquim Filho, às 21h28)

Foi por conta da vida comunitária que os povos passaram a se reunir, periodicamente, para festejar o fim das colheitas ou os solstícios de inverno e verão, por exemplo. Além disso, essas festas comunitárias proporcionaram o surgimento de tecnologias que deram maior força aos encontros festivos das pessoas, quer eles fossem coletivos quer fossem mais privados.

(Imagem ilustrativa retirada da Internet em 10.12.2020, por Joaquim Filho, às 21h30)

Uma dessas tecnologias é a fabricação de vinhos e cervejas. Ambas tiveram imensa aceitação pelas diversas comunidades ao redor do mundo, chegando, atualmente, a serem globalmente utilizadas por, praticamente, todas as nacionalidades, em alguma escala. Uma outra, é a capacidade de transformação dos alimentos para que adquirisse melhores textura e sabor — a culinária. Os franceses se tornaram experts em pratos minimalistas e altamente requintados e, segundo eles, repletos de sabor e beleza. Por outro lado, viajantes precisavam de pratos mais práticos e, portanto, preparavam suas refeições, de maneira mais simples, diretamente no fogo das fogueiras.

As comunidades cresceram e deram origem às cidades. Essas, por sua vez, com o advento da industrialização, passaram a abrigar um contingente cada vez maior de pessoas que a elas acorriam em busca de trabalho, em virtude da escassez cada vez maior que ocorria nos campos por conta dos diversos problemas fundiários que já estavam se acumulando. Assim, crescia, a olhos vistos, a população urbana e, por consequência, todos os problemas do crescimento desenfreado e sem planejamento.

(Imagem ilustrativa retirada da Internet em 11.12.2020, por Joaquim Filho, às 08h35)

O trabalho na cidade era estafante e, via de regra, explorador. Não havia dia para descanso e, muito menos, direitos trabalhistas, como atualmente. Trabalhava-se de sol a sol todos os dias e em qualquer idade. Com o tempo, houve avanços na sociedade e nas relações de trabalho e chegamos aos atuais regramentos do trabalho remunerado do mundo contemporâneo.

(Imagem ilustrativa retirada da Internet em 10.12.2020, por Joaquim Filho, às 21h35)

E aportando aos nossos tempos, o homem contemporâneo continua a reproduzir os costumes dos seus antepassados. Continuamos a nos reunir em comunidades para comemorar datas festivas. E toda semana tem data comemorativa: a sexta-feira. É dia para se reunir com os amigos e parentes, após o expediente, para tomar uma cerveja gelada, conversar amenidades, sorrir e relaxar. A sexta-feira é inclusiva, ela existe para todos. Vê-se bares, botecos de pé-inchado, restaurantes finos, biboca com bilharina, enfim, todo tipo de local cheio de pessoas convivendo e reproduzindo, inconscientemente, a maneira de viver de nossos ancestrais. 

Pensando em tudo isso, aceito que muitos dos comportamentos atuais sejam, sim, reflexos e heranças dos comportamentos dos nossos antepassados. Por isso, tenho certeza que eles já acordavam na sexta dizendo: o dia pede vingança e, hoje, é dia de vaca não conhecer bezerro.  






















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