sexta-feira, 12 de março de 2021

PEDREIRENSES PELO MUNDO: Coluna do Carlos Augusto Martins Netto.

 SOBRE VAIDADE E TRILHAS

Por Carlos Augusto Martins Netto - Servidor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Farmacêutico, Escritor e Poeta.

O homem vive muitos tipos de aflições, porém, na maioria das vezes, credita-as a causas externas, não tendo o cuidado de examinar, detalhadamente, suas ações e concluir que, na maioria das vezes, a causa do problema reside em si mesmo. Temos o mau hábito de achar que o erro se encontra no próximo. Quanta ilusão! Quanta soberba!

Ficamos cegos aos nossos erros por conta da falta de humildade em aceitarmos que somos falíveis e que nossas falhas são as causas de nossas quedas e aflições. Abramos os olhos para a bênção de desenvolvermos um coração humilde, pois, do contrário, ele pode nos levar a muitas vicissitudes. Certo é que a vaidade é a mãe das muitas faltas que cometemos. É um germe que se instala sorrateiramente e passa a comandar nossas condutas e atitudes, inclusive nos levando a achar que os dons que Deus — e aqui considero Deus como aquele a quem (ou o quê) cada um de nós dirige nossos pensamentos em forma de oração — nos concedeu são habilidades próprias, não as devendo a ninguém, senão a nós mesmos.

Abrir os olhos não é fácil, demanda grandes esforços na direção de uma transformação de postura e atitudes perante a vida e o próximo. Inicia-se com a submissão de nós mesmos à misericórdia divina, colocando-nos ao dispor de Deus. Ele saberá nos conduzir, mostrar-nos o caminho a trilhar. E nos dará a tenacidade de que necessitamos para afrontarmos todos os perigos que se apresentarem nessa jornada. Então, cabe a nós buscarmos a força e coragem necessárias para tomarmos nossa trilha.

O caminho é estreito, sabemos. Todavia, também somos cientes de que os outros não conduzem à verdade. Vamos, não nos demoremos. Iniciemos, pois, essa jornada para o autoconhecimento, rumo a uma vida pautada em regeneração e prática de virtudes.

Olhemos atentamente ao nosso interior e identifiquemos cada erro que foi causa de nossas quedas passadas e que poderão, também, ser fonte das futuras. Avaliemos cada um deles e descubramos de que maneira agem em nós. Sabermos o modus operandi de como nos induzem às práticas do mal, irá nos ajudar a desenvolver formas de controlá-los e, consequentemente, desaguará na perda de sua força em nos empurrar para o abismo.

O caminho da redenção necessita, além da identificação da causa dos erros, também do sincero arrependimento e do compromisso de não mais cometê-lo. Devemos ter força e coragem para afrontá-los com tenacidade. Somente assim trabalharemos, eficientemente, no melhoramento de cada um de nós como seres humanos.

O desenvolvimento espiritual — ou melhoramento do meu ser, como queiram! — é uma necessidade inerente dos seres humanos, mesmo que inconsciente; por isso, os erros são oportunidades de evolução e o perdão uma ferramenta fundamental desse processo, devendo ser acompanhado do arrependimento e da convicção de não mais tornar a cometê-lo.

Roguemos a Deus para que nos ajude a aprisionarmos as fontes de nossos erros e nos conceda humildade, para aceitarmos que somos falíveis — e que, portanto, devemos ser vigilantes — e sabedoria, para sempre agirmos em consonância com respeito ao próximo e à justiça.






















Um comentário:

  1. Alguém já tinha me dito que Pedreiras é terra de grandes escritores, verdade. pelo visto aqui.

    ResponderExcluir