A MENSAGEM DE DR. BRUNO CURVINA
Nas horas "mortas" da madrugada, enquanto a
imensa maioria dos cidadãos usufrui de seu merecido repouso, alguns velam a
madrugada, num combate feroz contra a dor, a morte e o sofrimento. Em meio a
gemidos, reclamos, desespero e agonia, exercitamos o duro ofício de oferecer
remédio, alívio, resgate e, quando necessário, consolo.
Pagamos um preço elevado: envelhecemos mais cedo,
nosso sono é desregulado, a alimentação desregrada, o estresse elevado. Nossas famílias
se privam de nossas presenças, nossas camas ficam vazias. Ostentamos elevados
índices de distúrbios orgânicos e emocionais pelo rigor de nossas batalhas.
Mas escolhemos este caminho por amor à vida. Sabíamos
que seria difícil e desgastante. E, embora alguns destoem de nossos ideais e
nos envergonhem com suas posturas e condutas, a esmagadora maioria luta suas
pelejas com devoção e dignidade.
Embora soubéssemos que seria um árduo caminho, não
tínhamos consciência plena de que também sofreríamos com a incompreensão e
ingratidão de muitos, e tampouco poderíamos, nem em nossos piores pesadelos de
jovens idealistas, imaginar que seríamos alvos preferenciais de uma terrível
campanha ideologicamente concebida e orquestrada, com o único objetivo de nos desmoralizar
e demonizar frente àqueles que precisam de nosso trabalho.
Mas continuamos, apesar de tudo, acreditando na
importância e beleza de nosso ofício, e vencendo a maioria das batalhas contra
as doenças e as mortes evitáveis. E continuaremos a nos emocionar com uma vida
salva, uma dor aplacada ou mesmo com a dor da perda por parte de um completo estranho.
Continuaremos todos os dias e o dia todo, em prontidão
para combates que nunca são simulados, e faremos o melhor que pudermos. Não,
não somos nem deuses e nem semideuses. Somos pais, mães, filhos e filhas,
cidadãos, gente, seres humanos. Precisamos de descanso, de compreensão, de
apoio. Precisamos de dignidade para trabalhar com a plenitude de nossas
capacidades.
Podemos errar, mas nunca por ser esta nossa intenção, mas porque nosso trabalho nos dá, às vezes, uma janela de poucos minutos ou mesmo segundos para tomar decisões gravíssimas.
Podemos errar, mas nunca por ser esta nossa intenção, mas porque nosso trabalho nos dá, às vezes, uma janela de poucos minutos ou mesmo segundos para tomar decisões gravíssimas.
E, quando ouvimos um agradecimento ou um gesto de
reconhecimento, cada vez mais raros nestes dias de valores corrompidos e
distorcidos, sentimos que tudo valeu a pena. Médicos, Vamos fazer o dever de casa. Respeitem seus colegas.
Nós que sempre fomos tratados pelos órgãos públicos e governantes como moeda de troca. Vamos nos dar o respeito e valor. Feliz 2017!
Obrigado amigo, mas esse texto é de um autor desconhecido e me foi repassado por Dr Abdon Murad, presidente do CRM, achei por bem divulgar, realmente muito interessante e retrata a vida dessa classe a qual pertenço com muito orgulho.
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