segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Associação "Casa Mais Vida com Deus" segue resgatando vidas!

Blog do Joaquim Filho visitou a "Casa Mais Vida Com Deus" e conversou com César, o fundador e coordenador do projeto que é referência na cidade de Pedreiras-MA.

(Conversando com o César sobre o funcionamento do projeto e sobre a transformação da sua vida/Foto: José Rodrigues "Mazim")



Certa vez, eu estava na porta de minha residência, na Rua Corinto Nascimento, 39, Bairro Goiabal, quando de repente um veículo parou e uma determinada pessoa me saudou e disse que queria falar comigo. Então, fui até o condutor do carro e quando me aproximei vi que se tratava de um vizinho meu aqui da minha rua.  Era o empresário Fernando, conhecido como Fernando do arroz vantajoso. Isso já faz um bom tempo, mas eu ainda me lembro o assunto da conversa que o amigo empresário me relatou e, eu vou lhes contar:

(César ladeado de alguns membros do projeto "Casa Mais Vida Com Deus"/Foto: Joaquim Filho)


- Joaquim Filho, eu não sei se você já sabe, se já tem conhecimento de um lindo projeto que tem como finalidade resgatar pessoas dependentes de drogas, que é coordenado por um rapaz por nome César, e que funciona naquela rua perto da feira do peixe, na região do mercado central. Amigo, eu fui conhecer o projeto de perto. Já estive lá e vi que se trata de uma coisa muio importante e que deve ter a atenção das autoridades no sentido de apoiar e principalmente de vocês da imprensa, para que a Associação "Casa Mais Vida Com Deus" possa ser levada ao conhecimento da sociedade e ter um olhar com mais amor e carinho pelos pedreirenses. Amigo, vá lá qualquer dia desses. Faça uma visita. Eu estou lhe pedindo sem nenhum interesse, pois você sabe que eu não sou político, você me conhece desde menino e sabe que eu sempre vivi trabalhando. Faça isso e poste no seu blog, o seu trabalho é bastante conhecido na cidade e região."

("Joaquim Filho, estou satisfeito por você está aqui. Hoje eu sou um homem feliz. Fui resgatado pelo Amor de Deus. Você agora é um dos nossos e nos ajuda muito com essa matéria."/Foto: José Rodrigues "Mazim".)


Neste sábado, dia 05 de janeiro de 2019, depois de apresentar o programa Canto da Princesa, sai pelo centro da cidade resolvendo assuntos particulares e ao passar em frente a Associação "Casa Mais Vida Com Deus", na Travessa Frei Germano, 667, centro de Pedreiras-NA, perto da feira do peixe, vi a placa na frente do prédio e aquilo me chamou a atenção e uma lembrança rápida passou em minha cabeça: - a conversa que tive com o Fernando "Vantajoso".  E, de forma tímida, parei e encostei na Casa. 


Ao entrar, na sala de reuniões e encontros, havia umas pessoas conversando. Dei bom dia a todos e perguntei se o César estava presente. Disseram-me que sim, e um rapaz foi chamá-lo na sua residência ao lado. Logo o César chegou e nos acolheu muito bem. Então, começamos a conversar sobre o projeto e também sobre a sua vida pessoal, na qual César fez um breve histórico do que foi viver vários anos sendo usuário de todo tipo de drogas. 


Acompanhe agora como foi a nossa conversa com o César, nesse dia 5 de janeiro de 2019, um sábado abençoado, no qual tive o prazer de ouvir um homem que venceu as drogas!

(Momento de Estudo da Palavra de Deus e Oração na "Casa Mais Vida Com Deus"/Foto: César)


- Blog do Joaquim Filho: Bom dia, César! Bom dia a todos os seus companheiros de associação que se encontram aqui presentes neste momento e serão cúmplices e testemunhas dessa nossa conversa, que dar-se-á da forma mais natural do mundo, já que não combinei com você dia e hora que viria aqui lhe visitar. Eu sempre digo que as melhores matérias são aquela que acontecem naturalmente, que tem a nossa iniciativa, e não aquelas as quais as pessoas nos procuram no sentido de quererem aparecer e ganhar espaço na mídia. O seu caso é diferente: você não correu atrás das borboletas. Elas vieram de forma livre e naturalmente ao seu jardim. 

- César: Bom dia, Joaquim Filho! Para nós, da "Casa Mais vida Com Deus", é de uma alegria e uma honra imensa receber uma pessoa como você, que tem credibilidade nessa cidade, que dá espaço, voz e vez a todas as pessoas, de diversos segmentos e categorias sociais nos seus espaços de comunicação, tanto no seu blog como no programa que você apresenta na Rádio Cidade. Eu acompanho o seu trabalho e vejo que você tem trânsito livre em todo lugar nessa cidade.

- Blog do Joaquim Filho: Em primeiro lugar, eu gostaria que dissesse quem é você. Apresente-se aos nossos leitores.

- César: Eu sou Francisco César de Moura Cavalcante, tenho 41 anos, sou casado com Iracema Lima Cavalcante, tenho dois filhos: Francisco Sousa Cavalcante (16 anos) e Fernando Sousa Cavalcante (13 anos). Resido aqui ao lado da Associação, minha profissão é eletricista. Sou filho do casal Francisco Sousa Cavalcante e Maria do Socorro Pereira Moura. 

- Blog do Joaquim Filho: Eu gostaria que você falasse sobre esse projeto que vocês têm aqui. Um amigo meu, colaborador do projeto já tinha me falado de você e do seu trabalho. Então, eu tinha na minha mente um dia poder sentar um momento com você e conversarmos sobre o seu trabalho e sua pessoa. Mas primeiro, fale da Associação. 

- César: Bom, a Associação "Casa Mais Vida Com Deus" já tem dois anos de existência, está com sede própria localizada aqui na Travessa Frei Germano, nº 667, no centro da cidade de Pedreiras, aqui ao lado da feira do peixe, no mercado central. Tem como finalidade resgatar as pessoas do mundo das drogas para uma vida social equilibrada e uma relação íntima com Deus, pois só Ele, Joaquim Filho, é capaz de nos libertar do vício das drogas. Nossa conta bancária foi aberta pelo Juiz Dr. Marco Adriano. Que todos saibam que eu não tenho nenhuma intenção de ser candidato a cargo político nenhum. Somos uma associação apolítica partidária. Não temos nenhum compromisso com político algum. 

- Blog do Joaquim Filho: Mas o que acontece, o que a Casa realiza na prática para resgatar essas pessoas?

- César: Em primeiro lugar quero lhe dizer e, também aos seus leitores que isso aqui é um projeto de Deus. Não é nosso. É Deus que coordena tudo isso. Nós estamos aqui fazendo a vontade d'Ele. A Casa, a priori, recebe as pessoas que querem se libertar das drogas. Nós abrimos espaço para todos, acolhemos e seguimos as diretrizes e as regras que são: estudo da palavra de Deus, almoço da fraternidade todos os sábados, temos palestras com pessoas de diversos áreas da educação e da saúde, realizamos campanhas com palestras, lanches, levamos cinema para as comunidades, principalmente aquelas que estão em vulnerabilidade e que foram esquecidas pelo poder público, pelas autoridades e a sociedade em geral, enfim, fazemos nesses lugares e para essas pessoas algo que está faltando para eles, que é interação e vida social. 

- Blog do Joaquim Filho: A Casa tem o apoio de alguma Igreja ou vocês seguem de forma independente? 

- César: Quando nós iniciamos com a Associação, procuramos algumas Igrejas para nos dar suporte nessa questão da espiritualidade, mas o grande problema é que tem muitos líderes religiosos que misturam as coisas. Eles acham que a gente vai tomar o espaço deles. Eles pensam que nós estamos querendo nos dar bem em outro sentido e, acabam confundindo as coisas e se afastam. Hoje nós não temos apoio de nenhuma delas, de denominação nenhuma. 

- Blog do Joaquim Filho - Independente de apoio espiritual, que segundo você disse, 'não ter das Igrejas locais', então, quem são as pessoas que apoiam a Associação?

- César: Agora, aí sim! Existem pessoas de bem nessa cidade que nos apoiam: Dr. Marco Adriano, Roberto Quineiro, Lucelita Maia, Jeane Piancó (Academia Alternative), Vereador Hebel Som (de Lima Campos), Gracideth Modas, Fernando do Arroz Vantajoso, Dr. Allan Roberto, Açougue Hélio Pinto, Fabinho (de Lima Campos), Dr. Fernando (de Teresina) e Edinho Fontes. 

- Blog do Joaquim Filho: César, eu sei que você hoje deve conhecer como ninguém a triste realidade dessas pessoas que são viciadas e das famílias que têm usuários de drogas já que você faz contato com as mesmas no sentido de ajudá-las. O que tem de mais triste nesse meio?

- César: Meu caro blogueiro Joaquim Filho, eu já vi e continuo vendo coisas que só Deus vê e sabe. As nossas duas cidades: Pedreiras e Trizidela do Vale estão completamente entregues às drogas. Os traficantes estão destruindo as crianças, as pessoas e as famílias. As autoridades sabem, todo mundo sabe e ninguém faz nada. Até hoje a Associação já teve conhecimento de causa de uma média de 50 crianças na faixa de idade de 8 a 11 anos que são usadas pelos pais que são traficantes, para esses meninos fazerem entrega de drogas em domicílio para os seus clientes. Isso é tudo muito grave e triste. Isso é só um dos problemas no meio de muitos que você nem imagina. 

(Momento de Oração)




"... Joaquim Filho, a rua da feira do peixe é a cracolândia de Pedreiras..."


- Blog do Joaquim Filho: Você tem algum receio de falar da sua experiência com as drogas? Se não quiser falar, não tem problemas. Eu vou respeitar o seu direito de não querer falar da sua vida pessoal já que tudo isso é passado. Certo? 

- César: De forma alguma eu iria me privar de abrir o meu coração para você, um cara que só em ter vindo aqui já demonstra que você é uma pessoa do bem e, se Deus mandou você aqui nessa Casa, é porque Ele sabe que tem um propósito de muitas realizações para nós. Joaquim Filho, nada acontece por acaso. Meu amigo, Deus não te enviou aqui de graça. Amigo, pergunte o que você quiser. Para você eu assino cheque em branco!

- Blog do Joaquim Filho: Faça um relato da sua triste experiência com as drogas. Quando tudo isso começou? O que levou você a se libertar e hoje ter uma vida totalmente liberta e voltada para Deus?

- César: Lamentavelmente, eu comecei a usar drogas com 11 anos de idade. Experimentei todo tipo de drogas que você imaginar: maconha, loló, lança perfume, merla, cocaína, pompolha (um chá que deixa a pessoa muito doidona) e a praga do século, a maldita, o crack. Agora você imagina, Joaquim Filho, uma pessoa passar 28 anos usando drogas. Joaquim Filho, o que eu passei, o que eu vivi e fiz na minha vida, dá para você escrever um livro. Eu sofri muito e muita gente sofreu junto comigo durante todo esse tempo: meus pais, meus irmãos, minha esposa e meus filhos. Não trabalhava, era sustentado pela minha esposa e, ainda tinha dia que eu tirava o pão da boca dos meus filhos apara comprar drogas. Houve um tempo que eu morava na Rua do Tamarindo e nesse período eu estava tão viciado que usava drogas na frente dos meus filhos. Certo vez eu estava usando, o meu filho era criança, mas sabia que aquilo que eu fazia não era coisa certa, não era do bem. Ele chegou para mim e pediu para eu não usar mais drogas, que eu não fizesse mais aquilo. Então, eu disse para o meu filho que nunca mais ira usar drogas. Dei a minha palavra para ele. Só que no outro dia, eu quebrei o meu juramento e não honrei a minha palavra que tinha dado ao meu filho, a de nunca mais usar drogas. Voltei a usar. Então, o meu filho chegou para mim e me disse: 'Pai, o senhor é um covarde. É um homem sem palavra.' Aquela frase ainda hoje queima com remorso e ressentimento dento da minha alma. Depois de ouvir aquelas palavras do meu filho, eu peguei um revólver 38 que eu tinha, e lembro que só havia três projetis, fui para o fundo do quintal e lá disse para Deus, que ia testar se realmente Ele queria me ajudar a me libertar das drogas, se não O tivesse, que me tirasse a vida. Foi aí que rodei o tambor da arma e apontei na minha cabeça e puxei o gatilho. A arma não disparou. Foi um sinal de Deus. Ele estava me dando uma chance de me libertar das drogas. Agora só dependia de mim, lutar e buscar meio para me libertar. Senti que precisava conversar com alguém, um líder espiritual, um padre, um pastor... E, foi através do professor Fabrício Passos que eu recebi a visita do Pastor Augusto Cruz, que me perguntou se realmente eu queria mudar a minha vida. Nessa visita ele conversou muito comigo e depois orou por mim e me convidou para eu ir no domingo na Segunda Igreja Batista de Pedreiras, que por coincidência, iria haver um testemunho de um rapaz também chamado César. Fui e fiquei na última cadeira um pouco envergonhado e pensando que as pessoas ali iriam se sentir mal com a minha presença. Pensei: 'se Deus mudou a vida desse cara, Ele vai ter que mudar a minha também!'...

...Quando mataram o "Tronco", eu entrei em desespero. Nós éramos parceiros. Sabia que os caras vinham me matar também...

Então, eu fiquei combinado com o pastor Augusto Cruz que entregaria no altar da Igreja, perante os presentes, o meu cachimbo e o meu revólver. Mas depois que assassinaram um amigo meu, eu fiquei com medo de devolver a arma, eu teria que ter algo para me defender. Quando mataram o "Tronco", eu entrei em desespero. Nós éramos parceiros. Sabia que os caras vinham me matar também. Adiei esse dia. Ma depois pensei que quem ia fazer a minha segurança daquele dia em diante era Deus e Jesus ia fazer a minha cabeça. Marquei o dia com o Pastor Augusto Cruz e, então, realizei a minha palavra: coloquei sobre o altar, entreguei o meu cachimbo e minha arma, e me libertei para sempre daquele mundo de perdição, dor e sofrimento que vivi por 28 anos. 


Quando César terminou o seu depoimento, chorou copiosamente. 

























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