Coluna do Marcus Krause
Por: *Marcus Periks Barbosa Krause
A dependência química é uma questão que tem preocupado autoridades ao redor do mundo, pois é um problema que afeta áreas diversas e causa prejuízos incalculáveis, quer seja na área da saúde, educação, assistência social, etc, e afeta famílias, escolas, relacionamentos, empresas, enfim todo um ciclo de relacionamentos sociais é afetado pelo efeito devastador do uso abusivo de substâncias psicoativas.
É um problema que não é tão fácil encontrar uma solução, não há uma forma mágica ou varinha de condão que resolva a situação. Em Pedreiras-Ma., alguns problemas, até pouco tempo comuns apenas em metrópoles, estão preocupando a população, é a proliferação de pessoas viciadas em diversas substâncias que causam dependência química e que fazem uso dessas substâncias entorpecentes em plena luz do dia, como se fosse uma coisa natural e comum.
(Rua da feira do peixe em Pedreiras-MA. Foto retirada do Google Imagem, em 12.06.2019, às 12h49)
Especificamente, este artigo ora
publicado no blog do Joaquim Filho, faz menção a um local bem frequentado por
grande parte da população de Pedreiras, e que atualmente está tomado por
pessoas dependentes químicas que fazem uso, a qualquer hora do dia, de substâncias
estimulantes, depressoras e perturbadoras do sistema nervoso central.
É possível encontrar diariamente pessoas naquele local que vivem em um verdadeiro estado de “vegetação”, afetadas pela dependência química, transformadas em escravas das drogas, fazendo com que ali seja conhecido como “Cracolândia”, nome este que faz referência a um ponto no Centro de São Paulo que ficou notoriamente conhecido pelo grande número de pessoas que vivia diuturnamente perambulando pelo local, fazendo uso de drogas diversas.
("Cracolândia" no Centro de São Paulo/SP. Foto reprodução, retirada do Google Imagem em 12.06.2019, às 12h44)
Em
São Paulo, a “Cracolândia” foi alvo de diversas atuações de prefeitos e
autoridades e virou até tema de simpósios, na tentativa de solucionar o
problema.
Em
Pedreiras, o assunto da “feira do peixe” merece destaque e já deveria ser
motivo de estudos e busca de soluções, através da implementação de políticas
públicas voltadas a “trazer de volta à vida” aquelas pessoas que perambulam no
local fazendo das drogas o seu alimento diário.
Algumas
ONGs com seus esforços têm tentado mitigar os problemas, porém com pouca ou
nenhuma estrutura ou assessoria disponível, muitas de suas atuações ficam no
campo do assistencialismo, que mesmo sendo útil para os que ali vivem, não é
100% eficaz no combate efetivo das drogas.
Agora pergunta-se como acabar com o problema das drogas em uma situação como aquela?
Para alguns o problema se resolveria com a repressão, através da força policial combatendo o uso de drogas no local, situação que é muito questionada por estudiosos do tema que defendem a implementação de várias políticas públicas como forma de solucionar não só um, mas diversos problemas inter-relacionados.
Uma dessas medidas aplicáveis poderia partir de um Conselho Municipal Sobre Drogas, que poderia atuar na formulação de um programa municipal Antidrogas, tendo como fonte de recursos para sua implementação o Fundo Municipal Antidrogas.
A
implementação destes mecanismos de políticas públicas seriam fundamentais no
combate aos problemas relacionados ao uso indevido de drogas, cabe ao poder
público a iniciativa de fazer com que estes mecanismos, caso já existam, saiam
do campo teórico e sejam aplicados à prática, urgentemente.
É preciso pensar em uma atuação
preventiva nos seus três níveis: primário, secundário e terciário. Pensando em
políticas públicas que previnam o ingresso de adolescentes neste submundo destruidor.
Investimentos em educação, esportes, cultura, políticas de fomento e
favorecimento do fortalecimento de vínculos familiares, como fatores de
prevenção, urgem sua aplicabilidade nos diversos setores da sociedade.
Para a efetividade dessas ações faz-se necessário que haja, por parte do Poder Público, o fortalecimento da rede de combate às drogas, contando com as forças do Terceiro Setor para implementação de muitas destas políticas públicas. Chamar as autoridades e ONGS que atuam com ações preventivas para mapear os casos, e, posteriormente, elaboração de um plano municipal com aporte financeiro às ações integradas a serem desenvolvidas.
Sozinho
o poder público não consegue vencer essa luta. Sozinha a Polícia não consegue
vencer essa luta. Sozinhas as ONGS e Comunidades Terapêuticas não conseguem
vencer essa luta Sozinhos os educadores não conseguem vencer essa luta, porém
com ações coordenadas e integradas, os resultados serão muito mais
satisfatórios.
É
preciso lutar em conjunto, seguindo o conselho bíblico de Eclesiastes 4.12b “O
cordão de três dobras não se rebenta com facilidade.”
⧪⧪⧪⧪⧪⧪⧪⧪⧪⧪⧪⧪⧪⧪
*Especialista em Dependência Química, pela Faculdade UNYLEA, aperfeiçoamento em
cursos de extensão universitária de prevenção ao uso de drogas para educadores
pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC e para lideranças
comunitárias pela Universidade Federal de Goiás- UFG.
Muito triste isso
ResponderExcluirJá tive oportunidade de fazer um cuĺto anoite la e triste, mas triste ainda é vê pessoas indo comprar.
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