domingo, 4 de julho de 2021

SISTEMA ÚNICO DE MORTE DO BRASIL

Nossa Coluna: Eu vou falar...

Que Deus me perdoe se falo heresia. Penso que na vida no intervalo do nascer até o processo da consumação da matéria não deveria haver as enfermidades que levassem o ser humano ao sofrimento extremo.

Mas por outro lado, em plena madrugada de um domingo de julho, estou aqui também a pensar, que pior que uma doença que tortura o corpo do paciente e a alma dos seus, é ter que fazer uma longa caminhada e atravessar um deserto mendigando a cura, sendo sujeito a ficar a mercê dos que decidem quem segue vivendo ou quem deve morrer.

"...Poeta, fala com fulano de tal, que ele resolve, sua mãe vai precisar de um leito de UTI..."

Com certeza, a grande maioria dos leitores não serão capazes de assimilar o nosso entendimento e, sequer, terão empatia com o problema do escritor, que embora não esteja enfermo, ora sente a dor e grita o grito de todos que buscam a cura para as suas feridas, que precisam de um leito e que ao mendigarem, morrem por consequência do descaso dos que mantém um sistema genocida de morte no Brasil.

Quero deixar bem claro aos nossos leitores virtuais que tudo que até agora falamos, talvez de uma forma poética, mesmo diante de uma triste realidade, é para denunciar e protestar o sistema político de saúde do Brasil, de Norte a Sul, Leste a Oeste, um tanto falho e muito desumano.

Há 10 (dez) dias a senhora Angelita de Morais e Silva, 80 anos, minha mãe, tivera um infarto e por consequência do mesmo, sofrera um AVC hemorrágico. Teve seu primeiro atendimento no Hospital Público Municipal de Pedreiras, no qual, por sinal, fora bem atendida, e por razões da gravidade foi encaminhada em uma ambulância para o Hospital Socorrão I, em São Luís-MA, onde por 4 (quatro) dias ficou sobre uma maca no corredor daquela unidade de saúde, na companhia de minha esposa e da minha irmã, que durante esses dias faziam revesamento. Teve alta, retornou para Pedreiras em uma ambulância do município de Pedreiras, na terça-feira, dia 29, no feriado municipal de São Pedro.

Em casa, por esses dias, já teve 3 (três) consultas médicas domiciliares: Dr. Felipe Marinho (Neurocirurgião), Dr. Regivaldo (Cardiologista), Dr. Robson (fonoaudiólogo), além de uma fisioterapeuta. Nesta sexta-feira e sábado mais uma vez a minha mãe voltou a passar mal, sendo mais uma vez encaminhada por uma ambulância para a cidade de Presidente Dutra, onde já foi atendida pelo médico de plantão, Dr. Felipe Marinho, que a recebeu e improvisou uma sala no sentido de prestar-lhe socorro, ficando agora a mercê de surgir um leito de UTI, também já no caso o secretário de saúde Marcílio Ximenes, para que a minha santa mãezinha seja atendida com dignidade. Concluo: o problema da saúde não é a saúde, é o sistema político sob o poder de quem decide quem deve ter acesso.


























5 comentários:

  1. Infelizmente essa sempre foi a nossa realidade, só sabe quem passa ou já passou por isso.
    Que Deus possa restabelecer a saúde de sua mãe...

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  2. E por ter a certeza, se vc não fosse uma figura bastante conhecida na cidade, amigo de pessoas influentes, a situação seria pior. Imagine o que outras pessoas sem poder aquisitivo, sem influência e desconhecidas passam!? Sei o q é perder uma mãe infartando dentro do hospital geral de Pedreiras e os médicos sem condições de fazer algo a mais, a não ser além uma massagem cardíaca. É triste, porém é a realdade.

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  3. Concordo em gênero, número e grau

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  4. Sinto muito meu amigo Joaquim Filho, ver sua Santa mãezinha sofrendo e você de mãos atadas sem poder fazer nada.Antonio Mattos está falando toda verdade. Deus dê o conforto para você seus familiares.

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  5. Infelizmente isso é verdade meu amigo, passamos por isso no começo do ano com minha sogra, onde deveríamos ser prontamente atendidos, se não temos a ajuda de amigos e a tal peixada, ficamos a mercê e a mandingar realmente um atendimento que pagamos diariamente por ele, e quando precisamos é dessa forma que acontece. Revoltante e desesperador essa é a sensação que sentimos

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