*Mais que um jornalista brilhante, um ser humano generoso e sensível*
Perdemos hoje um jornalista sensacional, competente e brilhante. Chico Corinto marca o jornalismo de Rádio e TV do Médio Mearim de forma pioneira e inesquecível pelo seu protagonismo ímpar.
Minha vida está marcada por ele de uma forma muito relevante. Lembro-me que em 2013 tive uma recaída brutal em minha Dependência Química e passei três dias em um barraco conseguido para mim por um traficante usando drogas no alto do morro da Vila das Palmeiras.
Ao amanhecer do quarto dia sem comer, desidratado, sujo, imundo, fétido, barbudo, roupas sujas e sem condições nenhuma de dirigir, pedi ao traficante que me arranjasse um motorista que dirigisse meu carro para mim até minha casa porque não aguentava mais permanecer ali nem usar mais drogas...
Foi-me arranjado um rapaz usuário que chegava naquele momento na quebrada sem dinheiro em busca de droga e sem condições de comprar. Era sua oportunidade de me prestar o favor e eu gratificá-lo com o que ele precisava. Porém, o rapaz empolgado em dirigir um bom carro, cometeu direção perigosa no trajeto e fomos parados pela polícia em plena Praça do Jardim.
Qual não foi a surpresa de policiais e populares ao verem sair daquele carro Dr. Allan em condições de um mendigo...
Juntou uma multidão em volta da abordagem policial. Chico Corinto chegou de imediato com sua equipe. Fui levado em casa pela polícia que dirigiu o meu carro e me entregou nas mãos de minha esposa.
Ele não fez nenhuma imagem de mim naquele estado. Como nenhum popular mesmo munido de celular também não o fez. Nenhuma imagem minha naquele estado deplorável circulou nas redes sociais.
E no seu programa daquele dia, Chico Corinto abdicou de quaisquer notícias e passou todo o programa relatando e comentando o ocorrido e do meu estado de lamúria e questionando o estado a que eu havia chegado, chorando e lamentando, que seu médico querido, que havia salvo sua vida duas vezes em dois infartos graves do miocárdio tenha se deixado levar pelas drogas e exigindo das autoridades providências contra o avanço das drogas em Pedreiras e Trizidela.
E a noite, enquanto eu dormia, com o Comandante da PM da época, Major Maurício, fizeram uma visita a minha esposa.
Essa solidariedade toda, o respeito a minha imagem, a gratidão a mim por ser seu médico querido, o seu profissionalismo, o seu coração generoso e sua sensibilidade me marcarão para sempre!
Adeus, meu leal e amado amigo! Você foi admirável e fez um excelente legado. Vá em paz.
*Allan Roberto Costa Silva*
Cidadão Pedreirense
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